Para atrair cliente, incorporadora paga condomínio e até conta de luz
Publicado em 29/05/2017 , por Malena Oliveira e Ricardo Rosetto

Imóveis de alto padrão aceitam joias e carros como permuta na compra; preços, porém, não cedem
Conta de luz, condomínio e gás encanado de graça por dois anos a partir da entrega das chaves. Joias e carros como itens de permuta para reduzir até 70% do valor total do apartamento. As incorporadoras estão se esforçando para atrair o consumidor e desovar o estoque de imóveis novos que, segundo dados da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), chegou a 118,7 mil unidades em fevereiro. Esse patamar é equivalente a 17 meses de vendas. No ano anterior, o nível correspondia a 16,6 meses de comercialização.
Agora, para alavancar as vendas, as empresas passaram a assumir diversos custos que antes eram repassados aos consumidores. No Feirão Caixa da Casa Própria, realizado neste último final de semana em São Paulo (e que ocorrerá até o dia 25 de junho em outras 13 cidades do País), construtoras como MRV, Tenda e Econ ofereceram aos clientes entrada zero, isenção da taxa do ITBI, da corretagem e dos documentos para formalizar a escritura, além de descontos que chegavam a até R$ 30 mil para algumas unidades.
A estratégia agradou a alguns clientes. Com R$ 22 mil para sacar do FGTS, o casal Zesérgio Marques e Vionei Soares viu uma oportunidade para, enfim, sair do aluguel. Na barganha com uma corretora da incorporadora Plano & Plano durante o Feirão, o benefício foi um trunfo para obter um financiamento mais favorável de um apartamento enquadrado no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). “Não nos planejamos, mas conseguimos fechar pagando prestações equivalentes ao valor do nosso aluguel atual”, afirma Vionei.
Especialistas alertam, entretanto, que ter mais dinheiro poupado pode garantir melhores condições de financiamento. Fundador do Canal do Crédito, que compara diferentes condições de financiamento, Marcelo Prata recomenda que o consumidor já tenha pelo menos 50% do valor do imóvel no ato da compra.
Além disso, afirma Lucas Vargas, presidente da VivaReal, muita gente pensa que o preço é a principal variável para decidir sobre a compra, quando, no entanto, o prazo da compra deveria ser determinante. Uma operação mais longa, quitada em cinco anos ou mais, pode diluir os custos adicionais, como impostos e manutenção, explica. “A pessoa não pode correr o risco de não conseguir arcar com despesas no futuro”, alerta.
Mimos. Sem poder contar com as linhas de crédito subsidiadas oferecidas pelo MCMV, oferecer presentes ou realizar feirões com descontos agressivos é a estratégia das empresas que vendem apartamentos acima de R$ 240 mil.
A incorporadora Setin, por exemplo, garante dois anos de isenção de IPTU, condomínio, água e luz para a linha Downtown, focada no Centro de São Paulo. Uma vez por semestre, a Even realiza um saldão, com descontos de até 40% dos seus imóveis.
Mas são os imóveis de alto padrão, novos ou usados (acima de R$ 2,5 milhões) os que apresentam os piores resultados de vendas nesse momento de recessão econômica e incerteza política. Sem querer se identificar, uma corretora que trabalha com a venda deste tipo de imóvel nas zonas oeste (Jardim Europa) e sul (Brooklin e Morumbi) da capital paulista afirmou ao Estado que a estratégia das construtoras e das incorporadoras para tentar alavancar as vendas é aceitar a permuta de bens nas negociações. Os valores variam de 30% a 70%, e são aceitos de veículos a joias.
A construtora Cyrela, por exemplo, passou a aceitar recentemente permutas de 30% para todos os seus empreendimentos, muitos deles localizados nos bairros de Moema, Campo Belo e Itaim.
Limite. A permuta é uma alternativa de flexibilizar a negociação em um mercado que já vem trabalhando com preços no limite dos custos. Exemplo disso são os dados de abril do índice Fipezap, que mostram que o valor dos imóveis residenciais ficou estável na comparação com março (-0,01%) e teve leve alta no acumulado dos últimos 12 meses (+0,69%). “Os preços caíram relativamente pouco perto do tamanho da crise no mercado imobiliário”, diz Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Fonte: Estadão - 29/05/2017
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