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Intenção de compra do consumidor atinge menor nível desde 2002, diz Provar
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Intenção de compra do consumidor atinge menor nível desde 2002, diz Provar

Publicado em 07/04/2017 , por Flávia Denone

a0tu2ouu6pejqug2c4g219xdl.jpg Intenção de compra do consumidor atinge menor patamar desde 2002

Pesquisa do Provar/FIA apontou ainda que insegurança política pode tornar o consumo menor ao longo deste ano e atrasar a retomada da economia; veja

Com a perspectiva de que a economia brasileira tenha uma recuperação lenta, o consumidor têm reduzido os gastos de forma significativa. Pesquisa de intenção de compra realizada pelo Programa de Administração de Varejo (Provar) em conjunto a Fundação Instituto de Administração (FIA), apontou que os consumidores dispostos a fazer alguma compra no segundo trimestre apresentou índice de 40%.

O índice pode parecer relevante, porém esse é a pior intenção de compra desde 2002, informou em entrevista ao Brasil Econômico o presidente do conselho do Provar, Claudio Felisoni de Angelo. “O indicador atingiu praticamente o mesmo patamar de insegurança do consumidor quando o Lula (ex-presidente) assumiu a posição”, disse.

Nem o anuncio do saque das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que poderia injetar montante substancioso na economia foi capaz de animar os consumidores. “A insegurança crescente em relação ao desemprego e a instabilidade política que o País passa ajuda nesse cenário de preocupação”, explicou o especialista.

O indicador, quando comparada ao primeiro trimestre apresentou melhora – passou de 39% para 40% – e essa tímida melhora, segundo Angelo, foi impulsionada pelas medidas econômicas anunciadas pelo governo brasileiro. “O aumento da confiança, as medidas referentes ao controle da inflação, o juros mais baixo na ponta do consumo e demais manifestações pontuais de melhoria da economia refletem, mas a continuidades delas ainda geram insegurança ao consumidor”, disse.

Crise política

Para o especialista a possibilidade da descontinuidade do governo de Michel Temer – o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgará no final desse mês a ação movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa Dilma-Temer eleita em 2014 – pode tornar o cenário econômico ainda mais complexo. “Se isso acontecer à confusão será grande”.

Angelo explicou que, pelo governo ser considerado ilegítimo por boa parte da população e sem conseguir aprovar todas as medidas que estão em tramitação, como a Reforma da Previdência, a crise pode ter um ciclo mais longo. “Se o governo não conseguir aprovar as medidas previstas, mostrará que não tem base de apoio para governar. Com a perspectiva da continuidade do governo o cenário é ruim, nossa perspectiva é de queda no consumo de 7%. Sem o governo a situação vai se agravar mais ainda”, enfatizou o especialista.

Quase todas as categorias pesquisas para o estudo apresentaram queda, sendo as mais evidentes em móveis; material de construção; cine e foto; cama, mesa e banho; vestuário e calçados. Os segmentos do varejo que foram pontuadas com maior intenção e consumo foram: linha branca; eletroportáteis; telefonia e celulares e automóveis. “A disposição de compra dessas categorias variou pouco”, enfatizou Angelo.

O valor médio que se espera gastar ficou em R$ 2,3 mil contra R$ 2,6 mil do segundo trimestre do ano passado. Para o especialista do Provar, essa pequena variação positiva mostra que a renda mensal dos brasileiros continua bastante comprometida, o que evidencia a tendência da continuidade do corte de gastos. “A renda ainda é baixo, o poder de consumo visto antes não existe mais. O consumidor é inteligente o suficiente para conter os custos”, disse.

Fonte: Brasil Econômico - 06/04/2017

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