Crise profissionaliza mercado de reparos
Publicado em 04/04/2017 , por BRUNO LEE
O faturamento das redes de franquia que trabalham com reparos e manutenção cresceu 2,9% no ano passado na comparação com 2015, passando de R$ 1,09 bilhão para R$ 1,12 bilhão. Os dados são da ABF (Associação Brasileira de Franchising).~
Além do avanço, o mercado de conserto de computadores, veículos e outros aparelhos foi incluído em uma lista elaborada pelo Sebrae que elenca negócios promissores para 2017.
Há dois fatores por trás desse cenário, de acordo com especialistas: a crescente profissionalização do setor e a retração econômica.
"Estamos passando por um processo de profissionalização da prestação de serviços no Brasil. Esse movimento abrange todos os setores, desde lavanderias até oficinas mecânicas", diz André Friedheim, diretor internacional da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
A consequência, afirma, é um serviço mais garantido. "As pessoas podem deixar seus bens para reparo em lugares que emitem nota fiscal e têm seguro contra roubos ou avarias, por exemplo."
A rede de assistência técnica paulistana BR4 Iphone, especializada no smartphone da Apple, se encaixa no prognóstico. Atualmente, a empresa tem cinco unidades e pretende chegar a sete até o fim de 2017. São feitos, em média, 1.500 atendimentos por mês, diz Bruno José, fundador da marca.
Para o empresário, um dos motivos da expansão é o fato de ter investido em maquinário para realizar reparos mais complexos, além de não lidar apenas com a troca de componentes dos aparelhos.
"Instalei um laboratório na matriz, em Higienópolis, com um microscópio avançado e outros equipamentos."
José também promove a qualificação de seus técnicos por meio de experiência prática no laboratório.
COBRANÇAS INDEVIDAS
Apesar da crescente profissionalização, uma das marcas do setor ainda é a "assimetria de conhecimento" entre prestador de serviço e consumidor, diz o consultor do Sebrae-SP Gustavo Carrer.
"Isso abre espaço para picaretagem, como a cobrança por serviços que, de fato, não foram feitos."
A solução, afirma Carrer, é a transparência nas relações com o cliente, que pode ser colocada em prática com iniciativas como o teste de componentes na frente do cliente ou a apresentação de garantia pelo serviço.
No caso da Casa do Notebook, fundada em 1988, a tradição ajuda a "quebrar o gelo", diz Paulo Castanho, fundador da empresa.
"É uma área difícil mesmo. Nós investimos muito na divulgação da marca. Hoje, o pessoal parece confiar mais."
A rede é composta por 22 franquias espalhadas pelo Brasil, além de duas unidades próprias na cidade de São Paulo. Segundo Castanho, o movimento mensal aumentou cerca de 30% na capital paulista desde o começo do ano passado.
DIVERSIFICAÇÃO
Os efeitos da retração econômica favorecem o setor de reparo: a população tende a adiar a compra de itens e buscar o prolongamento da vida útil dos que já estão em casa.
"O consumidor opta por não trocar de automóvel, mas precisa continuar a fazer a manutenção preventiva ou corretiva do veículo que possui", afirma o consultor do Sebrae-SP Gustavo Carrer.
A DiskReparo, que faz restauros de pintura e funilaria automotiva em domicílio, decidiu se movimentar para aproveitar o momento.
O principal negócio da companhia baseia-se em veículos que vão até os clientes, carregando na traseira um pequeno laboratório de tintas e equipamentos usados nos consertos. São 15 carros próprios e 14 franqueados espalhados pela capital e pelo interior de São Paulo.
O número de funcionários vem aumentando desde 2015, segundo Carlos Ramos, gerente comercial e de desenvolvimento da companhia. "Em 2015, eu tinha 22 funcionários contratados. Atualmente, são mais de 40."
No fim do ano passado, a empresa começou a tirar do papel outra modalidade do serviço, apelidada de "fast repair box" (caixa de conserto rápido, em tradução livre).
"A ideia é captar o cliente que não quer ser atendido em casa. Há a preocupação de que o reparo em domicílio faz muita sujeira", diz Ramos.
As tais caixas ficarão instaladas em postos de gasolina, por exemplo. O plano é estrear as primeiras unidades franqueadas em maio.
Fonte: Folha Online - 03/04/2017
Notícias
- 27/11/2024 68,1 milhões de consumidores estavam inadimplentes em outubro
- Inflação já é uma realidade
- Bancos pressionam governo por revisão do teto de juros do empréstimo consignado do INSS
- Black Friday 2024: veja quais são os direitos do consumidor para a data
- Gastos do Bolsa Família aumentaram 47,1% em 2023, aponta IBGE
- TJDFT mantém indenização por cobranças indevidas e assédio telefônico a consumidor
- Um em cada três proprietários de imóveis enfrenta dificuldades para definir preço de venda ou aluguel
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)