Desemprego bate novo recorde e já atinge mais de 13 milhões no Brasil
Publicado em 03/04/2017 , por NICOLA PAMPLONA
Gustavo MelloO desemprego entre dezembro e fevereiro bateu novo recorde e chegou a 13,2%, informou o IBGE na manhã desta sexta-feira (31).
Pela primeira vez, o número de desempregados ultrapassou os 13 milhões: ao todo, foram 13,5 milhões de pessoas procurando emprego no período.
O número representa uma alta de 1,4 milhão com relação ao período entre setembro e novembro, quando a taxa de desemprego foi de 11,9%.
Os dados constam da Pnad Contínua, a pesquisa oficial de emprego do instituto. O indicador abrange trimestres móveis.
Nesta divulgação, o indicador refere-se a fevereiro e janeiro deste ano e a dezembro de 2016.
Em função dos trimestres móveis, o IBGE recomenda comparação de períodos em que não há sobreposição de meses. Neste caso, portanto, a comparação com o trimestre imediatamente anterior é feita com o período de setembro, outubro e novembro.
O desemprego aumentou também na comparação anual do indicador. No trimestre encerrado em fevereiro de 2016, a taxa de desemprego esteve em 10,2%.
Em um ano, o número de pessoas na fila do emprego aumentou 3,2 milhões.
O rendimento trabalhador ficou estável, tanto na comparação com trimestre anterior quanto com o mesmo trimestre de 2016, em R$ 2.068.
O coordenador da área de trabalho e rendimento do IBGE Cimar Azeredo disse que o aumento da taxa de desemprego é normal no primeiro trimestre, refletindo a dispensa de trabalhadores temporários contratados no fim do ano.
CENÁRIO DE CRISE
Mas ele ressaltou que outros dados mostram que o mercado vem sofrendo com o cenário econômico do país.
A taxa de desemprego praticamente dobrou desde o primeiro trimestre de 2014, antes da crise econômica, quando era de 7,7%. Desde então, 6,9 milhões de pessoas entraram na fila do emprego no país.
Na indústria, o número de empregados caiu de 13 milhões para 11,3 milhões entre o trimestre de fevereiro de 2014 e o deste ano. "É o grupamento mais formalizado e perde praticamente 1,7 milhão de pessoas desde a crise", disse Azeredo.
A construção civil, que se mantinha estável por causa de obras ara grandes eventos, atingiu o menor patamar da série histórica, com 6,9 milhões de empregados, 1,1 milhão amenos do que no primeiro trimestre de 2014.
Mesmo para quem ficou no mercado de trabalho, as condições têm piorado: o número de trabalhadores com carteira assinada caiu 337 mil no trimestre e 1,1 milhão na comparação com o mesmo período do ano anterior.
"É uma queda forte e de lenta recuperação. Ao se destruir um posto de trabalho, a recuperação leva tempo", comentou o economista do IBGE.
Nos últimos meses, a situação começa a afetar também os trabalhadores por conta própria, que vinham segurando a taxa de desemprego no país. São 1,1 milhão de pessoas a menos no trimestre encerrado em fevereiro.
DESACELERAÇÃO DO ÍNDICE
Azeredo diz, porém, que os números começam a mostrar uma desaceleração. O crescimento da taxa de desemprego com relação ao ano anterior, de 30,6%, é inferior aos 40,3% verificados no mesmo período do ao anterior.
A taxa de crescimento na comparação com o trimestre anterior também caiu: de 13,8% no trimestre encerrado em fevereiro de 2016 para 11,7% neste trimestre.
"Estamos diante de um cenário desfavorável, com recordes de desocupação, mas as taxas estão subindo menos com relação ao ano passado", afirmou Azeredo. Ele evitou, porém, análises sobre a sustentabilidade deste movimento.
O rendimento trabalhador ficou estável em fevereiro, tanto na comparação com trimestre anterior quanto com o mesmo trimestre de 2016, em R$ 2.068.
Segundo Azeredo, a estabilidade tem relação com a menor taxa de inflação, que vem corroendo menos a renda do trabalhador. Mas também reflete demissões em cargos com menores rendimentos, como trabalhadores temporários contratados no fim do ano.
Fonte: Folha Online - 31/03/2017
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