Alex Campos: Em nome do pai, do filho e do cartão
Publicado em 13/03/2017 , por Alex Campos
É importante ensinar desde cedo às crianças como lidar com o dinheiro — como ficar sempre em paz com ele
Rio - Ter uma mesada (não importa o valor) é fundamental em qualquer modelo ou processo de educação financeira. O mais relevante é ensinar desde cedo às crianças como lidar com o dinheiro — como ficar sempre em paz com ele. Por isso merecem crédito (com perdão da palavra) a Visa, a Brasil Pré-Pagos e a Mauricio de Sousa Produções. As empresas se juntaram para criar o Cartão Mesada Turma da Mônica, um pré-pago que ajuda muito na segurança da garotada, livre de andar com grana em espécie, e na tranquilidade dos pais, aptos a controlar melhor os gastos dos filhos.
CUSTOS E BENEFÍCIOS
Além de segurança e controle, o cartão mesada funciona como instrumento de equilíbrio e conscientização: os pais conseguem dar aos filhos, ao mesmo tempo, mais autonomia e maior responsabilidade em relação aos custos, riscos, benefícios e vantagens do dinheiro. Além de estabelecer ou aperfeiçoar o diálogo sobre o que é despesa e o que é desperdício, por exemplo.
São cinco cartões diferentes ilustrados com personagens da Turma da Mônica, que podem ser conhecidos pelo site www.mesadaturmadamonica.com.br — e eles têm funções distintas. No “gráfico de gastos”, a criança tem seu próprio extrato para saber como está gastando. Na “transação entre irmãos”, é possível transferir parte da mesada de um para o outro; e no “porquinho”, a garotada aprende a importância de guardar um pouco do dinheiro todo mês — ali, o que é preservado fica são e salvo, mesmo que todo o saldo do cartão seja usado.
Tudo pode ser feito por meio de um aplicativo pelo qual os pais acompanham as movimentações financeiras dos filhos, tendo ainda a possibilidade de programar as transferências ou improvisar em caso de eventualidades ou emergências. De resto, ninguém pode negar que o papai Mauricio, a filhota Mônica e toda a Turma sabem lidar com dinheiro... desde criancinha.
AÇÕES ESTRATÉGICAS CADA VEZ MAIS CONSOLIDADAS
NÃO É SÓ PELOS R$ 2, R$ 20 OU R$ 200
De acordo com minhas previsões, nas páginas 15 a 20 do meu livro Faça as Pazes com o Dinheiro (Letra Capital), chegará o dia em que todos os grandes bancos, empresas, fundações e instituições vão oferecer ações estratégicas em educação financeira — isso porque, hoje, apenas dizer às pessoas o que elas precisam fazer não está funcionando.
Ainda estamos longe do ideal, mas já temos sites, portais, cartilhas, manuais, palestras, seminários e similares destinados a promover reflexões e orientações sobre o bolso, a conta, a poupança, as aplicações... Outras importantes iniciativas estão chegando a escolas públicas e privadas.
Os esforços atendem a uma das nossas maiores deficiências, que é a preparação da sociedade para lidar, desde cedo, com cifras, valores, quantias... ou seja, desafios e fundamentos do sistema social e econômico em que vivemos.
EM TEMPO: PEDAGOGIA ECONÔMICA
Por isso entendo que a ideia do cartão mesada, mesmo havendo interesse monetário, tem também pedagogia econômica. Afinal, todo o mundo já nasce sabendo que “tempo é dinheiro”, mas nem todo o mundo cresce sabendo que é importante investir “tempo” em busca de informação, entendimento e... “dinheiro”. Sem compreensão de conceitos e fundamentos — como a diferença entre taxa e índice, renda e rendimento, crédito e financiamento — não há como desenvolver conhecimento básico sobre finanças pessoais ou domésticas.
VIDA MATERIAL E VIDA ESPIRITUAL
Um cartão, talão, mesada ou bolada nas mãos de crianças ou jovens inexperientes pode, sim, ser um perigo. Mas não submeter crianças ou jovens ao aprendizado é um perigo maior ainda. Para lidar com crédito, consumo ou consumismo, todos precisamos, por exemplo, de prevenção orçamentária, organização financeira, planejamento econômico. E uma das regras de ouro desse aprendizado é equilibrar “vida material menor que o salário e vida espiritual maior que o dinheiro”. Até porque, como eu sempre repito: há muita coisa boa que se pode ser, ter e fazer de graça... com a graça de Deus!
Fonte: O Dia Online - 12/03/2017
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