Justiça do Trabalho não deveria nem existir, diz deputado Rodrigo Maia
Publicado em 09/03/2017 , por MAELI PRADO
O presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) declarou que o projeto de terceirização será votado nesta quinta-feira (9) durante evento em Brasília. "Vamos votar amanhã. A proposta do governo [de reforma Trabalhista] é tímida, acho que há temas que precisamos avançar", disse.
Apresentado pela primeira vez há 19 anos, o projeto anistia débitos e penalidades aplicadas a empresas que praticam terceirização.
O presidente da Câmara disse ainda que juízes do trabalho tomam decisões "irresponsáveis", que quebraram bares, restaurantes e hotéis no Rio de Janeiro, e que a Justiça do Trabalho "não deveria nem existir".
"O excesso de regras no mercado de trabalho geraram 14 milhões de desempregados", afirmou.
Maia afirmou também que o Congresso teve que aprovar a regulamentação da gorjeta. "Tivemos que aprovar uma regulamentação da gorjeta porque foi quebrando todo mundo pela irresponsabilidade da Justiça brasileira, da Justiça do Trabalho, que não deveria nem existir", disse.
"Acho que a gente vai avançar na regulamentação trabalhista. Infelizmente, o presidente Michel não vai gostar, mas acho que a Câmara precisa dar um passo além daquilo que tá colocado no texto do governo", afirmou, referindo-se ao projeto de reforma trabalhista enviado pelo governo.
PREVIDÊNCIA
Presente ao mesmo evento, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender a reforma e afirmou que, caso mudanças estruturais não forem feitas na economia, há o risco de uma candidatura presidencial "fora do padrão" ganhar as eleições de 2018.
Segundo Maia, a crise econômica mostrou que "o excesso de Estado gerou essa crise" e que as reformas são necessárias para reverter o quadro.
"Em 2018, teremos condição de ter o Michel Temer como o grande condutor do processo eleitoral. Os partidos da base estarão unidos, teremos uma candidatura muito forte. Se não der certo, teremos pulverização e o risco de algo fora do padrão ocorrer é muito forte. Se o Estado não estiver reformado, entraremos em 2018 com o risco do imponderável."
Ele afirmou que o debate em torno da reforma da Previdência vem gerando informações falsas de alguns setores da sociedade.
"A decisão de fazer duas reformas gera muitos conflitos e informações desencontradas e muitas vezes falsas verdades. Servidores públicos concursados usam de má fé e de informações que não tem nada a ver com realidade do Brasil", afirmou, referindo-se a alegações da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) de que as contas da Previdência na verdade são superavitárias.
"Já vivemos a hiperinflação. Se resolver isso, o servidor pode ganhar os seus R$ 20 mil, mas com hiperinflação", disse o presidente da Câmara.
Fonte: Folha Online - 08/03/2017
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