Braço de construção da Odebrecht encolhe pela metade com Lava Jato
Publicado em 10/02/2017 , por RAQUEL LANDIM
Origem e uma das principais fontes de recursos do grupo, a Odebrecht Engenharia e Construção tem hoje menos da metade do tamanho de quando passou a ser investigada pela Operação Lava Jato.
A companhia demitiu mais de 50% dos 107 mil funcionários e seu faturamento é estimado em US$ 6 bilhões em 2016 (R$ 18,8 bilhões), queda de 57% em relação a 2014.
Os resultados de 2016 ainda não foram fechados, mas a projeção de receita foi passada pela construtora a analistas e investidores. Nos 12 meses até setembro, dado mais recente disponível, a receita bruta ficou em US$ 10,5 bilhões (R$ 32,8 bilhões).
Com menos dinheiro entrando, a Odebrecht "queimou" US$ 2,9 bilhões (R$ 9 bilhões) do caixa para manter suas operações, já que as receitas eram insuficientes para pagar as despesas. O caixa da empresa hoje está em US$ 1,6 bilhão (R$ 5 bilhões).
Apesar das suas próprias dificuldades, a construtora ainda vem colaborando para o resgate de outras empresas do grupo em pior situação e já repassou US$ 350 milhões (R$ 1 bilhão) para a holding.
O principal problema da construtora é a dificuldade de obter novos contratos, após as descobertas realizadas pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Entre dezembro de 2014 e setembro de 2016, a carteira de obras da Odebrecht saiu do recorde de US$ 33,9 bilhões (R$ 105,7 bilhões) para US$ 21,3 bilhões (R$ 66,4 bilhões), uma queda de 37%.
Além disso, mais de 40% das obras vêm sendo executadas num ritmo muito lento, por causa da recessão no Brasil e da crise na Venezuela e em Angola -os três maiores mercados da empresa.
"A qualidade da carteira se deteriorou, porque bons projetos são finalizados e sobra apenas o que atrasa ou não é pago. Essa tendência é muito preocupante", diz Alexandre Garcia, da Fitch Ratings.
A expectativa de analistas e investidores é que a situação comece a melhorar a partir deste ano, depois que o Grupo Odebrecht se comprometeu a pagar R$ 6,7 bilhões em multas no Brasil, nos Estados Unidos e na Suíça.
O acordo selado com as autoridades americanas, no entanto, revelou outros casos de corrupção em países da América Latina. O governo do Peru, por exemplo, já decidiu romper o contrato para a construção de um gasoduto.
REBAIXAMENTO
As dificuldades operacionais da Odebrecht preocupam as agências de classificação de risco, que rebaixaram seus títulos de dívida.
O risco de inadimplência, no entanto, não é imediato, porque a dívida de curto prazo da construtora é baixa -apenas US$ 210 milhões (R$ 660 milhões) vencem nos próximos 12 meses.
No total, a Odebrecht Engenharia e Construção deve US$ 3,3 bilhões (R$ 10,3 bilhões) no mercado. A maior parte são títulos emitidos por um braço financeiro do grupo, para financiar a expansão em outros negócios, mas garantidos pela construtora.
"A empresa não tem um risco iminente de liquidez", diz o analista Marcos Schmidt, da Moody's.
PIOR JÁ PASSOU
A Odebrecht acredita que o pior momento da crise provocada pela Lava Jato já passou para os negócios da construtora.
A empresa projeta manter o faturamento e a carteira de obras neste ano. Também diz que ajustou despesas e receitas e vai parar de queimar caixa.
"Entre as prioridades, estão a manutenção da liquidez e a conquista de contratos. Vamos continuar tomando todas as ações para garantir a nossa saúde financeira", diz Marco Rabello, diretor financeiro da construtora.
A Odebrecht também espera voltar a ganhar contratos neste ano, principalmente depois que sua situação for regularizada nos países em que atua.
Além dos acordos de leniência com Brasil, EUA e Suíça, está perto de finalizar pré-acordos com Peru, Republicana Dominicana e Colômbia.
Na avaliação da companhia, outro ponto positivo é a recuperação do preço do petróleo, que favorece os negócios em Angola.
A empresa também diz que vem reduzindo gradualmente sua exposição à Venezuela, país que enfrenta grave crise política.
Fonte: Folha Online - 09/02/2017
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