Alex Campos: É cedo demais para jogar dinheiro fora
Publicado em 30/01/2017 , por Alex Campos
Rio - Começou cedo demais uma discussão que só deveria ser agendada para junho ou julho: se já é hora de tirar o dinheiro da renda fixa. Minha resposta: NÃO! O Banco Central decidiu abrir a temporada de redução dos juros oficiais, mas ainda vale a pena manter as aplicações nos chamados fundos de investimentos. Só para recapitular: a poupança rende (“rende” é força de expressão) pouco mais de 6% ao ano.
A inflação também está em pouco mais de 6% ao ano. A renda fixa proporciona ganhos que podem chegar, em muitos casos, a 13% ao ano. E a taxa básica do BC está em 13% ao ano (com previsão de cair a 9,5%, mas em dezembro de 2017). Ou seja, a poupança vai, no máximo, empatando com a inflação, enquanto os fundos seguem ao nível dos juros, ainda bem altos — sim, vão cair, mas vão cair ao ritmo da taxa oficial; então, por que não esperar?
SEGUNDO SEMESTRE
Só a partir do segundo semestre de 2017 será razoável rever o cenário e repensar outras possibilidades — que, como eu já destaquei aqui, não são muitas. Mesmo com a taxa de juros em queda e a poupança isenta de Imposto de Renda (IR), os fundos são mais lucrativos, principalmente se o dinheiro ficar lá por pelo menos dois anos. Depois desse período, o IR regressivo na renda fixa (que começa em 22,5%) cai para 15%. Isso reduz o tamanho da mordida e aumenta a fatia de ganho. A tributação sobre a rentabilidade é decrescente para incentivar o cliente a manter o dinheiro aplicado por mais tempo: quanto maior o prazo, menor a alíquota a ser paga.
Outra alternativa é optar pela renda fixa, via Tesouro Direto, sobre o qual eu também já dediquei uma coluna inteira. A vantagem do TD em relação aos fundos tradicionais é que ele elimina a intermediação dos bancos, o que torna a renda fixa por esse meio ainda mais rentável. No Tesouro Direto, o cliente pode lidar sozinho, pela internet, com as decisões de compra e venda dos títulos públicos. Enfim, sobrou o dólar, instável demais, agravado por um presidente “insano-americano”. E sobrou a Bolsa, onde se pode ganhar muito, mas também onde se pode perder tudo — o mercado de ações não é para os fracos.
UM RANKING PARA A HISTÓRIA
AS MELHORES APLICAÇÕES
Não é baseado nos ganhos do passado que o investidor vai enriquecer no futuro, assim como não é baseado nas perdas de ontem que o investidor vai falir amanhã. Mas vale a pena recontar aqui a história do aniversário de 18 anos do Plano Real (1994-2012), que inspirou a consultoria Economatica a pesquisar o ranking das melhores aplicações naquele que foi o mais longo período de estabilidade econômica que o Brasil já experimentou.
Em quase 20 anos, o investimento com maior rentabilidade no país foi a renda fixa, medida pelo CDI (Certificado de Depósito Interbancário), com ganhos de 605%. A segunda melhor aplicação foi o Ibovespa, Índice da Bolsa de Valores de São Paulo, que acumulou à beira de duas décadas variação positiva de 260%. O pior negócio durante a maturidade do real foi o dólar, com perdas e danos de quase 50%. De junho de 1994 a maio de 2012, a inflação média foi de 8% a 12% ao ano — pelos cálculos das várias entidades de monitoramento de preços.
ATENÇÃO! PROCURE ESPECIALISTAS
Investir em renda fixa significa emprestar dinheiro a um banco, a uma empresa ou ao governo, por meio de títulos que servem para captar recursos e financiar projetos, negócios ou despesas (caso do governo). Em troca, o investidor recebe uma remuneração que, em geral, terá rentabilidades e prazos determinados já no momento da aplicação nos tais títulos. Para saber que rentabilidades negociar e que prazos escolher, deve-se evitar os amadores e buscar os profissionais — pessoas capacitadas a garantir ao seu dinheiro apoio, consultoria, orientação e qualificação. Não dê ouvidos a palpiteiros. Procure especialistas.
Bom Domingo & Boa Sorte!
Fonte: O Dia Online - 29/01/2017
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