Finanças pessoais: três em cada 10 jovens não tem controle de seu dinheiro
Publicado em 09/12/2016
Os mais jovens – entre 18 e 24 anos –são os que menos se preocupam com esse controle, índice esse que chega a 79,8% dos jovens no País, segundo pesquisa do SPC Brasil e da CNDL
Os jovens não sabem como administrar suas finanças pessoais. Essa é a constatação da pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), que identificou que 32,2% dos jovens, ou três em cada 10 jovens, não faz controle sistemático de suas finanças.
Outro ponto que constatou o descontrole das finanças pessoais entre os jovens brasileiros é que 76,4% deles afirmaram controlar seu dinheiro de cabeça, sendo que os homens são os com menor controle com 83,2% dos respondentes. Os mais jovens – entre 18 e 24 anos –são os que menos se preocupam com esse controle, índice esse que chega a 79,8% dos jovens no País.
A falta de hábito foi mencionada por 22,1% dos respondentes da pesquisa como o motivo pela não preocupação com a organização financeira. Para 17,4% deles, o fato de não ter uma renda fixa mensal é o que leva a não se preocupar com as finanças. Na opinião do educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, é importante que o jovem saiba qual a situação das suas contas, despesas e rendimentos. “Este é um comportamento que precisa ser cultivado desde cedo, para que possa prosseguir na vida adulta e, assim, gerar impactos verdadeiramente positivos, duradouros e de longo prazo”.
Em contrapartida aos dados já mencionados, 67,8% dos jovens disseram ter controle de suas finanças e usam um caderno para anotar os rendimentos e as despesas, com 32,9% das menções. A planilha de computador é usada por 24,3% e os aplicativos de celular por 10,6% deles. Outro dado importante identificado na pesquisa é que 91,4% garantiram saber o valor de suas contas básicas; 85,9% afirmaram saber o valor das prestações e financiamentos a pagar nos próximos meses e 76,7% sabem qual será a renda total, considerando o salário, recebimento de aluguéis, entre outros.
Despesas mensais
As principais despesas mensais desses jovens são: gastos com alimentação com 65,2% das menções, tv a cabo ou internet com 50%, serviços básicos 39% e telefonia fica ou móvel com 37,4%.
A internet é uma despesa mensal para 80,1% dos respondentes, água e luz para 75,1%, telefonia fixa ou móvel 68,9% e as parcelas do cartão de crédito para 63,1% dos jovens.“Em todos esses casos, constatam-se percentuais mais expressivos na faixa etária de 25 a 30 anos, o que é natural considerando que nesta faixa, muitos já possuem uma renda maior, sendo mais participativos no orçamento da casa ou iniciam uma vida familiar independente”, analisa a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Com relação ao pagamento dos compromissos financeiros mensais, grande parte dos jovens ouvidos consegue mantê-los em dia: 84,2% conseguem pagar as contas na maioria das vezes, sendo que 54,8% garantem ainda haver sobra de dinheiro. Para outros 29,4%, as contas são pagas, mas não sobra nenhum valor na maioria das vezes. Em contrapartida, 10 % afirmam que nem sempre conseguem pagar as contas e algumas vezes precisam fazer muito esforço para administrar o dinheiro e 5,8% admitem não conseguir pagar as contas.
Endividamento
A pesquisa das entidades sobre as finnãs pessoais dos jovens e divulgada nesta quinta-feira (8) mostrou que o valor médio total das dívidas atrasadas é de R$ 464,20. Porém, as dívidas apresentam valores bastante variados e diretamente relacionados ao bem ou serviço adquirido: as contas de telefone fixo ou celular, por exemplo, possuem valores que correspondem a menos de R$ 100; já o financiamento da casa própria ultrapassa R$ 2.900.
Para os jovens que possuem contas em atraso, a principal razão apontada para a falta de pagamento é a diminuição da renda para 26,1% deles seguida pela perda do emprego para 26% dos jovens e problemas de saúde para 8,1% dos respondentes da pesquisa. Segundo Vignoli, a justificativa dada para deixar de honrar compromissos sugere que muitos jovens podem estar vivendo fora do padrão mais adequado à sua realidade financeira.“ Provavelmente não estão administrando suas finanças da melhor forma possível. Uma boa organização financeira leva em conta também a realização de uma reserva para emergências, o que em uma situação temporária de diminuição da renda ou perda do emprego, impediria que o consumidor acabasse ficando inadimplente. Portanto, é aconselhável rever os hábitos de consumo e readequar seus gastos”, aconselha o educador financeiro, José Vignoli.
Investem pouco
Outro dado que mostra que as finanças pessoais não são tão importantes aos jovens brasileiros é que 22,8% deles afirmaram não ter nenhum investimento. Em contraponto, 7401% disseram ter a poupança como canal de investimento, seguido pelo dólar 14,6%, fundos de renda fixa e fundo de ações com 14,4% e previdência privada com 13,8% das menções dos entrevistados. A poupança também foi identificada como o primeiro recurso a ser utilizado por 38,5% dos jovens, caso passem por dificuldades financeiras. Outros 20,2% mencionam empréstimos com familiares, amigos ou conhecidos, e 12,9% fariam empréstimos bancários, de financeiras ou consignado.
Fonte: Brasil Econômico - 08/12/2016
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