Como escapar do endividamento entre dezembro e janeiro
Publicado em 02/12/2016 , por Samy Dana
Os meses de dezembro e janeiro são como verdadeiros vendavais nas finanças de grande parte da população. Neste período, dois problemas são comuns: os estímulos do comércio em função das festas de fim de ano e das férias de verão fazem com que as pessoas gastem mais do que poderiam. Na sequência, surgem as despesas típicas de início de ano: como IPVA, IPTU, material escolar dos filhos, entre outros. Em casos mais extremos, até mesmo bônus de fim de ano e décimo terceiro salário não são suficientes para cobrir as dívidas.
Sendo assim, algumas orientações estratégicas podem evitar grandes enrascadas financeiras. A primeira dica é priorizar o pagamento das suas dívidas. Se os benefícios de pagamentos de fim de ano forem suficientes para quitar sua dívida ou pelo menos reduzir significativamente o tamanho da pendência: quite-a. Esqueça presentes e despesas grandes neste fim de ano, o sacrifício vai te livrar do peso de uma dívida no ano seguinte - e a leveza de resolver esse problema é melhor do que qualquer presente.
Se você tem algum dinheiro investido, também vale primeiro quitar as dívidas, depois pensar em investimentos. Há quem relute em mexer nas economias para pagar dívidas, com o argumento de que não pode prejudicar o futuro. A questão é que matematicamente esse raciocínio não faz sentido. Os juros do comércio, por exemplo, correm a 5,9% ao mês, de acordo com dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Em contrapartida, em um bom investimento de renda fixa você consegue um retorno de 1% ao mês. Ou seja, sua rentabilidade jamais conseguirá superar a velocidade do avanço dos juros da dívida.
Na hora de priorizar o pagamento das dívidas, escolha aquelas que têm juros maiores, como cartão de crédito e cheque especial. Para reduzir a quantidade de juros pagos, você pode trocá-la por outra mais barata. Os juros do rotativo do cartão de crédito, por exemplo, são de 480% ao ano, enquanto o percentual anual do empréstimo bancário, por exemplo, ficou em 73,5% em setembro deste ano, conforme dados da Anefac. Você toma o valor emprestado, quita o cartão de crédito e se programa para pagar o empréstimo. Nesse processo, vale a pena abrir mão de alguns bens. Por exemplo, trocar o carro por outro modelo mais simples ou realmente avaliar se é possível ficar sem o automóvel, mesmo que seja temporariamente.
Na organização das contas, também vale a pena priorizar o pagamento daquelas que possuem multas mais caras em caso de atraso. Lembre-se de que o ideal é sempre eliminar primeiramente os maiores juros.
Paciência, disciplina e priorização para quitar tudo aquilo que tiver juros maiores são as chaves para que você atravesse dezembro e janeiro bem organizado financeiramente.
Fonte: G1 - 01/12/2016
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