Dados fracos da atividade econômica reduzem otimismo sobre 2017
Publicado em 28/11/2016 , por ÉRICA FRAGA
Os sinais de queda persistente da atividade econômica brasileira preocupam analistas, que temem que a recuperação no ano que vem seja mais fraca do que o esperado ou, num cenário extremo, nem se materialize.
Indicadores positivos verificados no primeiro semestre, como retomada da atividade industrial, leve expansão do investimento e aumento da confiança em relação ao futuro, alimentavam, até dois meses atrás, projeções de que o país sairia da recessão ainda neste ano.
Mas essa tendência foi interrompida com a divulgação de dados mais fracos que o esperado referentes ao terceiro trimestre, o que levou a novas apostas de que a volta do crescimento ficaria para 2017.
Recentemente, o cenário piorou ainda mais, com os sinais de que a debilidade econômica persiste nestes últimos meses do ano.
"Foi uma primavera que não deu em verão. Voltamos diretamente para o inverno", diz Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas para América Latina do banco americano Goldman Sachs.
Analistas esperam a divulgação dos números do PIB, que ocorrerá no dia 30, para decidir se voltam a ajustar suas projeções para baixo.
Segundo pesquisa do Banco Central, os economistas projetam crescimento de 1% no próximo ano. Para Igor Velecico, do Bradesco, "não é improvável que esse número caia rapidamente para 0,5%".
"Os dados estão todos vindo piores do que o esperado", diz o economista.
O sinal mais recente disso foram os indicadores de confiança divulgados pela FGV na semana passada.
Uma sequência de seis meses seguidos de melhora nas expectativas dos consumidores em relação ao futuro foi interrompida em novembro.
A confiança de empresários do comércio e da construção civil também recuou.
No caso da indústria, o indicador exibiu uma ligeira melhora, mas apenas o suficiente para retornar ao patamar de setembro, depois de queda em outubro.
FORA DO MERCADO
Segundo economistas, a situação do emprego é uma das mais preocupantes. A taxa de desemprego atingiu 11,8% no terceiro trimestre, ante 8,9% no mesmo período de 2015.
Além de alto, o número seria pior caso não houvesse crescido o número de brasileiros em idade de trabalhar que se retiraram do mercado.
De acordo com Velecico, há indicação de que um número expressivo de brasileiros que atuavam por conta própria saiu do mercado -provavelmente porque faliu- e ainda não está procurando outra ocupação.
"Em algum momento, esses trabalhadores provavelmente vão procurar uma vaga, o que pode pressionar ainda mais o desemprego."
Outro problema que piorou as perspectivas do Brasil, pelo menos no curto prazo, foi a eleição de Donald Trump.
"Este trimestre e o primeiro de 2017 devem ser afetados pela incerteza que vem do cenário externo", diz Sérgio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.
Em meio a preocupações sobre o futuro da gestão de Michel Temer, analistas se tornaram mais apreensivos em relação a medidas para conter a deterioração das contas públicas.
Mas o mercado ainda espera que, antes do fim de 2016, a proposta de emenda constitucional que limita o aumento dos gastos do governo será aprovada e um projeto de reforma da Previdência seja apresentado.
Felipe Salles, economista do Itaú Unibanco, diz que as expectativas de recuperação da economia brasileira a partir do ano que vem pressupõem que essa agenda de reformas avance.
O banco ainda é um dos mais otimistas sobre 2017, com projeção de crescimento de 2% -que, no entanto, pode ser revisada para baixo.
Fonte: Folha Online - 27/11/2016
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