Black Friday é chance para consumidor e impulso para o setor
Publicado em 14/11/2016 , por Fabiana Holtz
Incorporadoras e imobiliárias fazem promoções para movimentar o mercado; em uma das ofertas, imóvel tem desconto de R$ 210 mil
Crédito escasso e desemprego em alta podem ter esfriado os ânimos, mas não impediram o clima de promoções da Black Friday no setor imobiliário neste ano. Algumas empresas optaram por ficar de fora, mas a adesão ao movimento é grande.
Em sua terceira edição, a Black Friday do VivaReal conta com a participação de mais de 30 incorporadoras (como, por exemplo, Rossi, Cyrela, Even e Living). Em 2016, a expectativa é de obter com a campanha um aumento de 50% a 60% no número de visitantes no site da imobiliária. “Neste ano, elevamos o número de empreendimentos em oferta de 150 para mais de 200 e esperamos atingir um novo recorde mensal de contatos”, afirma o CEO da empresa, Lucas Vargas.
O valor dos descontos são variados, mas há caso de redução de R$ 210 mil na área residencial e de até R$ 975,6 mil no segmento comercial. Iniciada no dia 1º, a campanha prossegue até 30 de novembro em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Fortaleza, Salvador, Maceió, Natal, Recife, Goiânia, São Bernardo do Campo, Santo André e São Caetano do Sul.
Segundo Vargas, nos últimos dois meses foi detectada uma melhora no fluxo de negociações e, na internet, ferramentas digitais comprovam esse pico na busca. “Vejo mais confiança entre os consumidores, mas a retomada de fato ainda deve demorar um pouco”, reconhece o executivo.
Além de a campanha representar um marco para o início das negociações com potenciais compradores, Vargas chama a atenção para o fato de que há um público à procura de um imóvel desde o início do ano e apenas aguarda um momento desse tipo para fechar negócio. “A demanda represada é grande”, afirma.
Com unidades para venda e locação, a Lello Imóveis apresenta descontos de, no máximo, 30%, mas um número maior de unidades. Surpresa pelos números dos primeiros dias de campanha, iniciada dia 1º, a gerente de marketing da imobiliária, Elaine Fouto, revisou suas previsões iniciais.
“Iniciamos a campanha com 300 imóveis em oferta e meta de atingir 500. Visto que em oito dias já atingimos a adesão de 650 unidades, acredito que poderemos chegar a 800 ofertas (venda e locação) e até mesmo estender a promoção”, diz.
No segmento de vendas, o valor dos imóveis na campanha da Lello varia de R$ 350 mil a R$ 3 milhões, enquanto no mercado de locação a faixa de descontos está concentrada em alugueis entre R$ 2 mil e R$ 5 mil.
Flexibilização. Segundo Elaine, neste ano a Lello procurou investir na conscientização dos consumidores para a flexibilização das negociações, principalmente no caso da locação. “O nosso público está de olho nas oportunidades. No segundo semestre já identificamos uma procura maior”, acrescentou. O perfil dos imóveis da imobiliária é bem variado, incluindo unidades na faixa de R$ 300 mil a R$ 600 mil na zona norte, Tatuapé, Mooca e Vila Mariana, e de alto padrão na região da Berrini e Jardins. “Temos uma casa de R$ 3,5 milhões que está sendo ofertada por 2,5 milhões”, afirma a gerente.
A MRV Engenharia, uma das incorporadoras com maior atuação no Minha Casa Minha Vida no País, se prepara para colocar na rua a Black Week. Com foco em um público com renda média de R$ 2.500, a campanha da empresa será realizada de 21 a 30 de novembro e terá descontos limitados a R$ 3 mil reais.
O plano é retomar a bem-sucedida campanha ‘Seu 13º vale o dobro’, realizada no ano passado. “O estoque da MRV está em torno de 40 mil unidades e, diante do perfil do nosso público na Black Week, vamos oferecer um desconto equivalente ao valor do 13º do cliente, com um teto fixado em R$ 3 mil”, afirmou o gestor de marketing da empresa, Henrri do Verge. Nesse contexto, ele considera que praticamente todo o estoque da MRV se enquadra na promoção.
Na Cury Construtora, que tem descontos de até 30%, a expectativa também é superar os resultados do ano anterior. Os imóveis ofertados pela empresa (prontos ou na planta) vão de R$ 180 mil a R$ 450 mil. “Temos produtos na região de Taboão da Serra, por exemplo, com descontos de até R$ 80 mil, pois incluímos o ITBI nessa conta”, destaca o diretor de negócios da Cury, Leonardo Mesquita da Cruz. Além da capital, a campanha da empresa neste ano abrange Campinas, Praia Grande e Rio de Janeiro.
Notícias positivas da Caixa, que recentemente anunciou redução na taxa de juros do financiamento, e a redução da taxa Selic para 14% ao ano estão entre os fatores que estimulam a busca por imóveis, na opinião de Cruz. “Os estoques estão começando a diminuir e ainda vivemos um momento de grandes oportunidades.”
Para o executivo, os sinais de melhora do mercado estão presentes. “Com certeza, o pior já passou. A demanda existe e já sentimos em nossos estandes um aumento da procura.”
Na Rossi Residencial os descontos variam de 15% a 50% para imóveis comerciais e residenciais. “Neste ano, colocamos aproximadamente 30 empreendimentos na campanha em todo o País. São unidades com valores entre de R$ 180 mil a R$ 900 mil para o segmento residencial e a partir de R$ 90 mil no comercial”, diz o gestor de marketing da empresa, Pedro Reis. Em São Paulo, as principais ofertas da Rossi estão na zona sul, no Jardim Marajoara. Otimista, Reis espera entregar ter resultado igual ou melhor ao do ano passado.
Hora é de oportunidade para quem já vinha pesquisando
De acordo com o economista e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) Eduardo Zylberstajn, os indicadores econômicos apontam para uma mudança de ritmo no que parece ser um início de retomada dos lançamentos.
“Vejo uma melhora essencialmente nos indicadores de confiança”, observa. A reativação do setor, no entanto, depende essencialmente da retomada do emprego, confiança e crédito, segundo pondera o economista.
Para o profissional, embora a temporada de ofertas possam ter pouco impacto nos resultados financeiros do setor, os descontos representam boas oportunidades e facilidades para os consumidores.A compra de um imóvel normalmente é uma decisão que consome meses de reflexão, não acontece por impulso. Para esse público chegou o momento de se beneficiar”, lembrou.
Novo ciclo. O diretor executivo da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz Fernando Moura, concorda que ainda é cedo para afirmar que estamos diante do início de um novo ciclo, mas as promoções devem ajudar as empresas nos resultados do quarto trimestre.
“Temos sinais precedentes de crescimento como a melhora da confiança tanto de produtores quanto de consumidores, medidas estruturantes já aprovadas pelo Congresso, porém surgiram novos fatores para avaliar”, observa o executivo.
De acordo com ele, o impacto da vitória do candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, s para o mercado brasileiro, por exemplo, ainda é incerto.
Aliado a isso, o diretor da Abrainc ressalta que imóvel não se compra exclusivamente pelo preço.“Valor é apenas um dos fatores que entra nessa equação, mas eventos como esse reúnem oportunidades únicas e são favoráveis para os dois lados”, afirma. / F.H.
Fonte: Estadão - 13/11/2016
Notícias relacionadas
- Black Friday 2024: veja quais são os direitos do consumidor para a data
- Como evitar as compras por impulso e os gastos exagerados no Natal e fim de ano? Veja dicas
- Black Friday: Procon-SP já registrou mais de mil reclamações
- 6 dicas para os gastos não afetarem a saúde mental e financeira
- Consumidores brasileiros planejam gastar mais na Black Friday de 2024
- Black Friday: Vai comprar na loucura? Saiba como não cair em ciladas!
- Black Friday: veja como aproveitar as melhores ofertas sem cair em golpes
- Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação em 2024 para 4,62%, com estouro da meta
- Contas públicas têm déficit de R$ 7,3 bilhões em setembro, diz Banco Central
- Aumento da Selic impacta financiamento imobiliário e coloca pressão sobre juros da casa própria
Notícias
- 27/11/2024 68,1 milhões de consumidores estavam inadimplentes em outubro
- Inflação já é uma realidade
- Bancos pressionam governo por revisão do teto de juros do empréstimo consignado do INSS
- Black Friday 2024: veja quais são os direitos do consumidor para a data
- Gastos do Bolsa Família aumentaram 47,1% em 2023, aponta IBGE
- TJDFT mantém indenização por cobranças indevidas e assédio telefônico a consumidor
- Um em cada três proprietários de imóveis enfrenta dificuldades para definir preço de venda ou aluguel
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)