Caderneta de poupança perde R$ 53,2 bilhões no acumulado do ano
Publicado em 08/11/2016
O volume de recursos que os investidores sacaram da poupança em outubro, já descontadas as aplicações, foi de R$ 2,712 bilhões, informou nesta segunda-feira, 7, o Banco Central. Apesar do resultado negativo, o montante retirado no mês passado foi inferior aos R$ 3,264 bilhões que saíram da poupança em outubro do ano passado - o recorde histórico para o mês na série histórica iniciada em 1995.
No acumulado de janeiro a outubro, a fuga dos investimentos da caderneta chegou a R$ 53,251 bilhões. O resultado, apesar de negativo, foi um pouco melhor que os R$ 57,055 bilhões de saques líquidos verificados de janeiro a outubro de 2015 - este o maior volume de saques na série histórica do Banco Central, iniciada em janeiro de 1995, para os dez primeiros meses do ano.
Em 2016 até o momento, em função da crise econômica, que faz as famílias recorrerem aos recursos da poupança para fechar as contas, foram verificados saques líquidos em todos os meses: R$ 12,032 bilhões em janeiro, R$ 6,639 bilhões em fevereiro, R$ 5,380 bilhões em março, R$ 8,246 bilhões em abril, R$ 6,592 bilhões em maio, R$ 3,718 bilhões em junho, R$ 1,115 bilhão em julho, R$ 4,466 bilhões em agosto, R$ 2,352 bilhões em setembro e, agora, R$ 2,712 bilhões em outubro.
No mês passado, de acordo com o BC, o total de aplicações foi de R$ 162,812 bilhões e o de saques, de R$ 165,525 bilhões. O estoque do investimento na poupança está em R$ 644,340 bilhões, já considerando os rendimentos de R$ 4,062 bilhões de outubro.
O desempenho em outubro não foi pior porque, na primeira semana do mês o nos últimos dias úteis, houve ingressos líquidos na caderneta. Nos dias 27, 28 e 30 de outubro, os depósitos líquidos somaram R$ 1,914 bilhão. Esse movimento de arrecadação nos últimos dias é tradicional e ocorre em função do aumento dos depósitos vindos de aplicações automáticas da conta corrente de alguns investidores.
A deterioração da caderneta neste ano se dá por conta da piora do cenário econômico, com a alta da inflação e do aumento do desemprego. Além disso, outros investimentos se tornaram mais atrativos ao apresentarem rentabilidade maior. A remuneração da poupança é formada por uma taxa fixa de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR) - esse cálculo vale para quando a Selic (a taxa básica de juros) está acima de 8,5% ao ano. Atualmente, ela está em 14,00% ao ano.
Fonte: Estadão - 08/11/2016
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