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Alex Campos: Atalho para otários e trouxas - pirâmide
Publicado em 20/09/2016 , por Alex Campos
A fraude usa atalhos e otários em busca de dinheiro fácil e rápido, sob promessa de altos ganhos no curto prazo
Rio - Ficar rico jogando dinheiro em pirâmide é tão improvável como ficar rico jogando dinheiro pela janela. Neste momento em que você lê esta coluna, em algum lugar da cidade uma força-tarefa está investigando duas, três ou seis quadrilhas praticando esse crime. A fraude usa atalhos e otários em busca de dinheiro fácil e rápido, sob promessa de altos ganhos no curto prazo, sem burocracia, sem exigência de documentação, sem vínculos trabalhistas, sem obrigações tributárias — e, claro, sem dinheiro fácil e rápido.
OS ESPERTOS ESTÃO NO TOPO
A tal pirâmide é uma espécie de corrente financeira para a qual uma pessoa chama outras pessoas a pretexto de investir em algum produto que, em algum momento, vai virar pó, fumaça, desilusão e desespero — já que em momento algum existiu produto algum. Cada uma dessas pessoas recruta outras pessoas, que chamam mais duas ou três. Depois, quatro ou cinco recrutam outras 50 pessoas. Depois, 300 chamam 700... e assim por diante. Estica-se uma fila imensa e agiganta-se uma pirâmide enorme de milhares de espertos e trouxas procurando enriquecer sem fazer força, sem trabalhar duro, sem juntar dinheiro.
Os espertos ficam no topo e sabem o que estão fazendo — eles são cúmplices do esquema. Os trouxas ficam na base e não sabem onde estão se metendo — mesmo não sendo ingênuos ou inocentes, eles são ao mesmo tempo cúmplices e vítimas do esquema. O que espertos e trouxas têm em comum é a perspectiva de, com certeza, no curto prazo, se dar bem, sem saber que, com certeza, no curto ou no longo prazo, vão se dar mal. Mais cedo ou mais tarde, os espertos serão apanhados, terão seus bens bloqueados e terminarão prestando contas à polícia e à Justiça. Para os trouxas, um alerta: não existe caminho fácil, rápido e sem risco para ganhar dinheiro e ficar rico. Existe, sim, caminho fácil, rápido e com risco para perder dinheiro e ainda acabar na cadeia.
A ORIGEM, O AUGE E A QUEDA DO ′ESQUEMA PONZI′
CRIADOR DO GOLPE MORREU NO RIO
Isso, que no Brasil chamamos de pirâmide, nos Estados Unidos é conhecido como "Esquema Ponzi". O nome se refere ao ítalo-americano Charles Ponzi que, na década de 1920, tornou-se o maior fraudador dessa modalidade, pelo menos nas Américas. Ele bolou um golpe lucrativo de compra e revenda de selos dos Correios e logo ficou rico. Ponzi prometia ganhos de 100% em três meses. O pulo do gato era que os ganhos dos investidores mais antigos eram garantidos pela entrada dos investidores mais novos, e não pela revenda dos selos. Desmascarado e preso, o estelionatário acabou deportado e veio parar no Rio de Janeiro, onde morreu em 1949 — reza a lenda, como indigente.
EMPRESÁRIOS, POLÍTICOS E ARTISTAS
Charles Ponzi só foi superado em volume, audácia e escândalo pelo norte-americano Bernard Madoff. O "Esquema Madoff" começou na década de 60 e só foi desbaratado pelas autoridades "agora", em 2008, quase 50 anos depois. O estelionatário fez milhares de vítimas entre empresários, políticos e artistas de Hollywood. Somente em prejuízos, ou seja, fora a fortuna acumulada, ele ergueu um "monumento ponziano" estimado em 20 bilhões de dólares (mais de 60 bilhões de reais, pelas cotações atuais). Vendo-se sem saída de seu charlatanismo piramidal, o "faraó" declarou-se culpado e está cumprindo 150 anos na prisão federal da Carolina do Norte — sem direito a embargos infringentes, relaxamentos, atenuantes, semi "isso" ou semi "aquilo".
COMO DESCONFIAR E IDENTIFICAR
Não é difícil desconfiar ou identificar pirâmides. Em geral, os esquemas não oferecem informações transparentes ou registros oficiais sobre as empresas e os produtos "envolvidos". Fala-se muito em "vendas ilimitadas", promete-se muito "retorno ilimitado", mas o dinheiro, de fato, não aparece. Predomina a alegação de que a boa renda depende essencialmente do recrutamento de novos associados ou parceiros, e não das efetivas "vendas" das efetivas "mercadorias". A apresentação da "oportunidade" é feita de forma vaga, mas "convincente" — cheia de depoimentos sobre "experiências" e testemunhos de "sucessos". Tudo sob medida para quem acredita que dinheiro vem com o vento, cai do céu, dá em árvore e brota do chão.
Rio - Ficar rico jogando dinheiro em pirâmide é tão improvável como ficar rico jogando dinheiro pela janela. Neste momento em que você lê esta coluna, em algum lugar da cidade uma força-tarefa está investigando duas, três ou seis quadrilhas praticando esse crime. A fraude usa atalhos e otários em busca de dinheiro fácil e rápido, sob promessa de altos ganhos no curto prazo, sem burocracia, sem exigência de documentação, sem vínculos trabalhistas, sem obrigações tributárias — e, claro, sem dinheiro fácil e rápido.
OS ESPERTOS ESTÃO NO TOPO
A tal pirâmide é uma espécie de corrente financeira para a qual uma pessoa chama outras pessoas a pretexto de investir em algum produto que, em algum momento, vai virar pó, fumaça, desilusão e desespero — já que em momento algum existiu produto algum. Cada uma dessas pessoas recruta outras pessoas, que chamam mais duas ou três. Depois, quatro ou cinco recrutam outras 50 pessoas. Depois, 300 chamam 700... e assim por diante. Estica-se uma fila imensa e agiganta-se uma pirâmide enorme de milhares de espertos e trouxas procurando enriquecer sem fazer força, sem trabalhar duro, sem juntar dinheiro.
Os espertos ficam no topo e sabem o que estão fazendo — eles são cúmplices do esquema. Os trouxas ficam na base e não sabem onde estão se metendo — mesmo não sendo ingênuos ou inocentes, eles são ao mesmo tempo cúmplices e vítimas do esquema. O que espertos e trouxas têm em comum é a perspectiva de, com certeza, no curto prazo, se dar bem, sem saber que, com certeza, no curto ou no longo prazo, vão se dar mal. Mais cedo ou mais tarde, os espertos serão apanhados, terão seus bens bloqueados e terminarão prestando contas à polícia e à Justiça. Para os trouxas, um alerta: não existe caminho fácil, rápido e sem risco para ganhar dinheiro e ficar rico. Existe, sim, caminho fácil, rápido e com risco para perder dinheiro e ainda acabar na cadeia.
A ORIGEM, O AUGE E A QUEDA DO ′ESQUEMA PONZI′
CRIADOR DO GOLPE MORREU NO RIO
Isso, que no Brasil chamamos de pirâmide, nos Estados Unidos é conhecido como "Esquema Ponzi". O nome se refere ao ítalo-americano Charles Ponzi que, na década de 1920, tornou-se o maior fraudador dessa modalidade, pelo menos nas Américas. Ele bolou um golpe lucrativo de compra e revenda de selos dos Correios e logo ficou rico. Ponzi prometia ganhos de 100% em três meses. O pulo do gato era que os ganhos dos investidores mais antigos eram garantidos pela entrada dos investidores mais novos, e não pela revenda dos selos. Desmascarado e preso, o estelionatário acabou deportado e veio parar no Rio de Janeiro, onde morreu em 1949 — reza a lenda, como indigente.
EMPRESÁRIOS, POLÍTICOS E ARTISTAS
Charles Ponzi só foi superado em volume, audácia e escândalo pelo norte-americano Bernard Madoff. O "Esquema Madoff" começou na década de 60 e só foi desbaratado pelas autoridades "agora", em 2008, quase 50 anos depois. O estelionatário fez milhares de vítimas entre empresários, políticos e artistas de Hollywood. Somente em prejuízos, ou seja, fora a fortuna acumulada, ele ergueu um "monumento ponziano" estimado em 20 bilhões de dólares (mais de 60 bilhões de reais, pelas cotações atuais). Vendo-se sem saída de seu charlatanismo piramidal, o "faraó" declarou-se culpado e está cumprindo 150 anos na prisão federal da Carolina do Norte — sem direito a embargos infringentes, relaxamentos, atenuantes, semi "isso" ou semi "aquilo".
COMO DESCONFIAR E IDENTIFICAR
Não é difícil desconfiar ou identificar pirâmides. Em geral, os esquemas não oferecem informações transparentes ou registros oficiais sobre as empresas e os produtos "envolvidos". Fala-se muito em "vendas ilimitadas", promete-se muito "retorno ilimitado", mas o dinheiro, de fato, não aparece. Predomina a alegação de que a boa renda depende essencialmente do recrutamento de novos associados ou parceiros, e não das efetivas "vendas" das efetivas "mercadorias". A apresentação da "oportunidade" é feita de forma vaga, mas "convincente" — cheia de depoimentos sobre "experiências" e testemunhos de "sucessos". Tudo sob medida para quem acredita que dinheiro vem com o vento, cai do céu, dá em árvore e brota do chão.
Fonte: O Dia Online - 18/09/2016
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