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Consumidor deve ficar atento as armadilhas do Pokémon Go
Publicado em 30/08/2016
Febre atual no mundo todo, jogo no smartphone pode levar ao consumo excessivo de dados do plano, da bateria e elevar a fatura do cartão de crédito com as microtransações
O Pokémon Go é a febre do momento. Crianças, adolescentes e adultos se renderam ao jogo, que disponibiliza mais de 150 Pokémons a serem capturados “no mundo real”. Em Belo Horizonte, o maior número de fãs do jogo eletrônico de realidade aumentada criado pela Nintendo e Niantic Inc., lançado em julho, se concentra na Praça da Liberdade à procura dos monstrinhos. Mas é preciso tomar alguns cuidados ao fornecer permissões para sua instalação no smartphone. Órgãos de defesa do consumidor reuniram algumas dicas para prevenir contratempos e se proteger para evitar problemas com vírus.
Outro ponto a ser observado, para que o consumidor não tenha surpresas desagradáveis na fatura do cartão de crédito é a questão das microtransações. “O download do jogo é gratuito, mas existem itens nele que podem ser comprados. Sendo assim, tome cuidado para não comprar algum item sem querer. Principalmente se for deixar o celular na mão de alguma criança com a senha de compra desbloqueada”, salienta Thiago Leite. Ele ainda lembra sobre o consumo de memória do celular. “O jogo tem 58MB no Android e 110MB no iOS, portanto, ao instalar o Pokémon Go é preciso ter o espaço correspondente disponível na memória do aparelho.” A bateria também pode ser um problema para os jogadores mais viciados. “O consumo intensivo do GPS, somado à tela com máxima luminosidade e o gasto com o processamento do jogo é uma tríade que pode fazer a bateria durar bem menos”, destaca o técnico da Proteste.
Oficialmente o aplicativo já está disponível na App Store e Play Store no Brasil. Contudo, houve relatos antes do lançamento oficial no país, de que algumas versões de apps não oficiais ofereciam riscos de deletar arquivos, vazar informações pessoais ou deixar o smartphone lento. Thiago recomenda que se o consumidor instalou alguma versão alternativa, desinstale e instale a oficial pela loja do aparelho. “Também é bom rodar um antivírus para identificar possíveis ameaças.”
SEGURANÇA
O consumidor que for instalar o jogo pelo Android, precisa tomar cuidado com informações específicas sobre segurança de dados. De acordo com o técnico da Proteste, para Android, o jogo pede uma grande quantidade de permissões e o consumidor só deve instalar, caso esteja de acordo com todas. Algumas delas são permissão para compras no app, localizar contas do dispositivo, encontrar dados de contatos, identificação de localização por GPS ou por base na rede, leitura de conteúdo em armazenamento USB, tirar fotos e gravar vídeos, controlar a vibração do aparelho, receber dados da internet, parear com dispositivos Bluetooth, acesso total à rede, usar contas do dispositivo, impedir modo de suspensão do dispositivos, e várias outras.
A coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, lembra sobre os riscos que o jogo oferece à integridade física. “Caminhar por aí vidrado na tela do celular e sem prestar atenção por onde anda, pode acabar gerando uma queda ou acidente. Além disso, estar com o smartphone exposto pode chamar a atenção de ladrões, o que põe a segurança do usuário em risco. É recomendável sempre parar ao olhar para a tela e evitar fazer isso enquanto estiver andando.”
Tráfego de dados
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) notificou a operadora Claro para que preste esclarecimentos sobre reclamações de usuários da rede 4G. Os consumidores relataram problemas para jogar o Pokémon Go. De acordo com o advogado e pesquisador em telecomunicações do Idec, Rafael Zanatta, há suspeitas de que a Claro tenha realizado o Traffic Shaping – prática na qual a empresa que fornece a internet bloqueia ou restringe acesso a certos sites ou executáveis que consomem muita banda. “A maioria das reclamações se referem ao Traffic Shaping. Os clientes Claro alegam que a operadora estaria discriminando o pacote de dados. Ao tentar conectar o aplicativo, o usuário tem a velocidade do jogo propositalmente reduzida. Essa prática configura violação da neutralidade de rede, ferindo o artigo 9º do Marco Civil da Internet. A legislação não permite que as operadoras, sejam elas provedoras móveis ou fixas, limitem o acesso, independentemente do conteúdo ou do horário”, explica.
Para o Idec, as denúncias são graves e sinalizam ainda potencial de lesão ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) e ao Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações da Anatel. Ainda segundo Zanatta, o Idec recebeu reclamação de consumidores de outras operadoras de celular, mas sobre erros nas funcionalidades do aplicativo e, em menor escala que a Claro, sobre a velocidade do Pokémon Go. O consumidor tem o direito de informação clara sobre os serviços contratados (artigo 6º da Lei 8.078/1990), incluindo informações sobre limitações temporárias de determinados serviços. O usuário de Serviço Móvel Pessoal (SMP) também tem o direito de acesso e fruição dos serviços dentro dos padrões de qualidade e regularidades definidos pela Anatel (artigo 3º, I, Resolução Anatel 614/2014).
Conexão
Zanatta orienta que o consumidor preste atenção ao usar o jogo e identifique se há diferença na velocidade oferecida para aplicativos distintos. “A velocidade disponível deve ser a mesma para todos os aplicativos usados no smartphone. Quando a conexão é muito lenta para um aplicativo e muito rápida para outro, o consumidor deve desconfiar. Se isso está ocorrendo com o Pokémon Go, o consumidor deve notificar os Procons e reclamar na Anatel, para que tomem medidas pela neutralidade de rede.”
Procurada, a Claro informou que está avaliando os termos da notificação do Idec. “A operadora reforça que seus clientes estão acessando normalmente o jogo Pokémon Go. Alguns usuários tiveram dificuldades para acessar o aplicativo a partir de 10 de agosto, depois da atualização disponibilizada pelo desenvolvedor do game. A Claro reforça que a questão foi solucionada prontamente e que não implementou qualquer restrição de acesso ao jogo aos seus clientes.”
Entenda como funciona o jogo
Ao jogar Pokémon Go, o usuário interage com um mapa parecido com o do Google Maps, se localiza e procura Pokémons por meio dele. Conforme o deslocamento, o aplicativo vibra para notificar sobre a presença de monstrinhos pelo caminho. Ao tocar a tela do smartphone é possível visualizar o Pokemón no mesmo local onde você está, pois o jogo usa a câmera do próprio aparelho para projetar no ambiente uma imagem que se assemelha muito à “realidade virtual”. Para capturar o monstrinho, basta utilizar uma Pokebola. Daí por diante, além de tentar pegar todos os mais de 150 Pokémons, ao atingir o nível 5 do jogo é possível participar de batalhas com outros usuários e dominar os diversos ginásios espalhados pela cidade. Além dos campos de batalhas e centros de treinamento, existem pontos específicos onde é possível coletar itens e Pokebolas. Esses locais geralmente são ambientes conhecidos, como museus, estátuas, pinturas, entre outros pontos espalhadas pela cidade.
O Pokémon Go é a febre do momento. Crianças, adolescentes e adultos se renderam ao jogo, que disponibiliza mais de 150 Pokémons a serem capturados “no mundo real”. Em Belo Horizonte, o maior número de fãs do jogo eletrônico de realidade aumentada criado pela Nintendo e Niantic Inc., lançado em julho, se concentra na Praça da Liberdade à procura dos monstrinhos. Mas é preciso tomar alguns cuidados ao fornecer permissões para sua instalação no smartphone. Órgãos de defesa do consumidor reuniram algumas dicas para prevenir contratempos e se proteger para evitar problemas com vírus.
Outro ponto a ser observado, para que o consumidor não tenha surpresas desagradáveis na fatura do cartão de crédito é a questão das microtransações. “O download do jogo é gratuito, mas existem itens nele que podem ser comprados. Sendo assim, tome cuidado para não comprar algum item sem querer. Principalmente se for deixar o celular na mão de alguma criança com a senha de compra desbloqueada”, salienta Thiago Leite. Ele ainda lembra sobre o consumo de memória do celular. “O jogo tem 58MB no Android e 110MB no iOS, portanto, ao instalar o Pokémon Go é preciso ter o espaço correspondente disponível na memória do aparelho.” A bateria também pode ser um problema para os jogadores mais viciados. “O consumo intensivo do GPS, somado à tela com máxima luminosidade e o gasto com o processamento do jogo é uma tríade que pode fazer a bateria durar bem menos”, destaca o técnico da Proteste.
Oficialmente o aplicativo já está disponível na App Store e Play Store no Brasil. Contudo, houve relatos antes do lançamento oficial no país, de que algumas versões de apps não oficiais ofereciam riscos de deletar arquivos, vazar informações pessoais ou deixar o smartphone lento. Thiago recomenda que se o consumidor instalou alguma versão alternativa, desinstale e instale a oficial pela loja do aparelho. “Também é bom rodar um antivírus para identificar possíveis ameaças.”
SEGURANÇA
O consumidor que for instalar o jogo pelo Android, precisa tomar cuidado com informações específicas sobre segurança de dados. De acordo com o técnico da Proteste, para Android, o jogo pede uma grande quantidade de permissões e o consumidor só deve instalar, caso esteja de acordo com todas. Algumas delas são permissão para compras no app, localizar contas do dispositivo, encontrar dados de contatos, identificação de localização por GPS ou por base na rede, leitura de conteúdo em armazenamento USB, tirar fotos e gravar vídeos, controlar a vibração do aparelho, receber dados da internet, parear com dispositivos Bluetooth, acesso total à rede, usar contas do dispositivo, impedir modo de suspensão do dispositivos, e várias outras.
A coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, lembra sobre os riscos que o jogo oferece à integridade física. “Caminhar por aí vidrado na tela do celular e sem prestar atenção por onde anda, pode acabar gerando uma queda ou acidente. Além disso, estar com o smartphone exposto pode chamar a atenção de ladrões, o que põe a segurança do usuário em risco. É recomendável sempre parar ao olhar para a tela e evitar fazer isso enquanto estiver andando.”
Tráfego de dados
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) notificou a operadora Claro para que preste esclarecimentos sobre reclamações de usuários da rede 4G. Os consumidores relataram problemas para jogar o Pokémon Go. De acordo com o advogado e pesquisador em telecomunicações do Idec, Rafael Zanatta, há suspeitas de que a Claro tenha realizado o Traffic Shaping – prática na qual a empresa que fornece a internet bloqueia ou restringe acesso a certos sites ou executáveis que consomem muita banda. “A maioria das reclamações se referem ao Traffic Shaping. Os clientes Claro alegam que a operadora estaria discriminando o pacote de dados. Ao tentar conectar o aplicativo, o usuário tem a velocidade do jogo propositalmente reduzida. Essa prática configura violação da neutralidade de rede, ferindo o artigo 9º do Marco Civil da Internet. A legislação não permite que as operadoras, sejam elas provedoras móveis ou fixas, limitem o acesso, independentemente do conteúdo ou do horário”, explica.
Para o Idec, as denúncias são graves e sinalizam ainda potencial de lesão ao Código de Defesa do Consumidor (CDC) e ao Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações da Anatel. Ainda segundo Zanatta, o Idec recebeu reclamação de consumidores de outras operadoras de celular, mas sobre erros nas funcionalidades do aplicativo e, em menor escala que a Claro, sobre a velocidade do Pokémon Go. O consumidor tem o direito de informação clara sobre os serviços contratados (artigo 6º da Lei 8.078/1990), incluindo informações sobre limitações temporárias de determinados serviços. O usuário de Serviço Móvel Pessoal (SMP) também tem o direito de acesso e fruição dos serviços dentro dos padrões de qualidade e regularidades definidos pela Anatel (artigo 3º, I, Resolução Anatel 614/2014).
Conexão
Zanatta orienta que o consumidor preste atenção ao usar o jogo e identifique se há diferença na velocidade oferecida para aplicativos distintos. “A velocidade disponível deve ser a mesma para todos os aplicativos usados no smartphone. Quando a conexão é muito lenta para um aplicativo e muito rápida para outro, o consumidor deve desconfiar. Se isso está ocorrendo com o Pokémon Go, o consumidor deve notificar os Procons e reclamar na Anatel, para que tomem medidas pela neutralidade de rede.”
Procurada, a Claro informou que está avaliando os termos da notificação do Idec. “A operadora reforça que seus clientes estão acessando normalmente o jogo Pokémon Go. Alguns usuários tiveram dificuldades para acessar o aplicativo a partir de 10 de agosto, depois da atualização disponibilizada pelo desenvolvedor do game. A Claro reforça que a questão foi solucionada prontamente e que não implementou qualquer restrição de acesso ao jogo aos seus clientes.”
Entenda como funciona o jogo
Ao jogar Pokémon Go, o usuário interage com um mapa parecido com o do Google Maps, se localiza e procura Pokémons por meio dele. Conforme o deslocamento, o aplicativo vibra para notificar sobre a presença de monstrinhos pelo caminho. Ao tocar a tela do smartphone é possível visualizar o Pokemón no mesmo local onde você está, pois o jogo usa a câmera do próprio aparelho para projetar no ambiente uma imagem que se assemelha muito à “realidade virtual”. Para capturar o monstrinho, basta utilizar uma Pokebola. Daí por diante, além de tentar pegar todos os mais de 150 Pokémons, ao atingir o nível 5 do jogo é possível participar de batalhas com outros usuários e dominar os diversos ginásios espalhados pela cidade. Além dos campos de batalhas e centros de treinamento, existem pontos específicos onde é possível coletar itens e Pokebolas. Esses locais geralmente são ambientes conhecidos, como museus, estátuas, pinturas, entre outros pontos espalhadas pela cidade.
Fonte: Estado de Minas - em.com.br - 29/08/2016
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