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A felicidade não deve ser buscada nos intervalos da vida
Publicado em 26/08/2016 , por Samy Dana
Em tempos de desemprego elevado, não é de estranhar que as pessoas estão mais ansiosas, irritadas e até mesmo mais tristes. A angústia da instabilidade financeira diante do cenário de crise poderia facilmente apontar o motivo para essa mudança de comportamento. No entanto, não são somente momentos como este que nos colocam em questionamento sobre a forma como buscamos e vivemos a felicidade.
De um modo geral, quando surge aquele velho dilema sobre o potencial do dinheiro para trazer a felicidade, o senso comum normalmente nos induz a acreditar que o dinheiro pode nos proporcionar uma vida materialmente mais rica – e que isso pode facilitar o caminho para a felicidade.
Se isso fosse verdade, as descobertas do economista Richard Easterlin na década de 1970 não teriam validade alguma. Em sua pesquisa, feita para avaliar o efeito da riqueza no bem-estar da população, o estudioso percebeu que não necessariamente os países mais ricos são mais felizes do que as economias mais pobres. A consultoria Gallup and Healthway fez um outro estudo recente que reforça o chamado Paradoxo de Easterlin. Em 2013, foram coletados dados em 135 países e o ranking aponta que o Panamá figura como o país mais feliz do mundo, acima do Canadá, que economicamente possui uma expressividade muito maior.
Em contrapartida, Síria, Afeganistão e Haiti – considerados países pobres – figuram entre os países mais infelizes do ranking. Na verdade, a constatação não invalida a discussão levantada por Easterlin. O fato é que são necessárias condições mínimas para que as pessoas não vivam em situação de extrema pobreza. No entanto, a partir de um determinado nível, a renda não é mais determinante para indicar o patamar de felicidade.
O próprio pesquisador aponta duas direções que indicam porque isso acontece. A primeira delas diz respeito a como o dinheiro pode ter pesos variados de acordo com o contexto em que é colocado. Por exemplo, R$ 100 fazem muito mais diferença nas mãos de uma pessoa que recebe apenas um salário mínimo do que na conta bancária de um empresário que tem lucro líquido com cifras astronômicas.
Em segundo lugar, estão outras duas características comuns do nosso comportamento: estamos sempre atualizando nossos interesses e temos uma tendência a medir felicidade comparando o que temos ao que os outros possuem. Hoje você compra uma roupa de grife, amanhã quer trocar de carro, daqui a pouco já pensa em mudar de apartamento e assim por diante. Além disso, a tendência a fazer comparações afeta nossas decisões de um modo geral. Você só consegue avaliar se o prato de um restaurante está caro ou barato se o compara com o que comeu no dia anterior. No supermercado, é a mesma situação. A marca mais cara só aparece quando você a compara com o produto do concorrente. Nós tendemos a encarar a felicidade da mesma forma. Podemos ter uma boa família, um bom emprego, boa saúde, mas podemos achar que isso não é suficiente se a grama do vizinho estiver parecendo mais verde.
É complicado tirar conclusões de todas essas informações, mas elas servem como base para nos mostrar que a forma de buscar felicidade merece mais reflexão. De nada adianta trabalhar exaustivamente, sem tempo para dedicar-se ao lazer, às experiências variadas e à companhia das pessoas que nos fazem bem. Em geral, somos induzidos a pensar que o trabalho deve abocanhar a maior parte do nosso tempo e todos os outros aspectos só merecem ser vividos ao fim do expediente, nos intervalos, nas férias. Se sua vida profissional está exaustiva demais, pense se é mesmo este o caminho que deveria ser seguido. Coloque na balança até que ponto vale a pena trabalhar só pelo dinheiro, sem a preocupação de colocar também o prazer na profissão.
Se sabemos que não é só dinheiro que importa, por que insistir em colocá-lo acima do bem-estar? Ninguém pode ser feliz se não tiver o mínimo para arcar com as despesas básicas, mas a partir do momento em que o dinheiro chega em suas mãos, é preciso deixar claro que é você quem manda nele.
De um modo geral, quando surge aquele velho dilema sobre o potencial do dinheiro para trazer a felicidade, o senso comum normalmente nos induz a acreditar que o dinheiro pode nos proporcionar uma vida materialmente mais rica – e que isso pode facilitar o caminho para a felicidade.
Se isso fosse verdade, as descobertas do economista Richard Easterlin na década de 1970 não teriam validade alguma. Em sua pesquisa, feita para avaliar o efeito da riqueza no bem-estar da população, o estudioso percebeu que não necessariamente os países mais ricos são mais felizes do que as economias mais pobres. A consultoria Gallup and Healthway fez um outro estudo recente que reforça o chamado Paradoxo de Easterlin. Em 2013, foram coletados dados em 135 países e o ranking aponta que o Panamá figura como o país mais feliz do mundo, acima do Canadá, que economicamente possui uma expressividade muito maior.
Em contrapartida, Síria, Afeganistão e Haiti – considerados países pobres – figuram entre os países mais infelizes do ranking. Na verdade, a constatação não invalida a discussão levantada por Easterlin. O fato é que são necessárias condições mínimas para que as pessoas não vivam em situação de extrema pobreza. No entanto, a partir de um determinado nível, a renda não é mais determinante para indicar o patamar de felicidade.
O próprio pesquisador aponta duas direções que indicam porque isso acontece. A primeira delas diz respeito a como o dinheiro pode ter pesos variados de acordo com o contexto em que é colocado. Por exemplo, R$ 100 fazem muito mais diferença nas mãos de uma pessoa que recebe apenas um salário mínimo do que na conta bancária de um empresário que tem lucro líquido com cifras astronômicas.
Em segundo lugar, estão outras duas características comuns do nosso comportamento: estamos sempre atualizando nossos interesses e temos uma tendência a medir felicidade comparando o que temos ao que os outros possuem. Hoje você compra uma roupa de grife, amanhã quer trocar de carro, daqui a pouco já pensa em mudar de apartamento e assim por diante. Além disso, a tendência a fazer comparações afeta nossas decisões de um modo geral. Você só consegue avaliar se o prato de um restaurante está caro ou barato se o compara com o que comeu no dia anterior. No supermercado, é a mesma situação. A marca mais cara só aparece quando você a compara com o produto do concorrente. Nós tendemos a encarar a felicidade da mesma forma. Podemos ter uma boa família, um bom emprego, boa saúde, mas podemos achar que isso não é suficiente se a grama do vizinho estiver parecendo mais verde.
É complicado tirar conclusões de todas essas informações, mas elas servem como base para nos mostrar que a forma de buscar felicidade merece mais reflexão. De nada adianta trabalhar exaustivamente, sem tempo para dedicar-se ao lazer, às experiências variadas e à companhia das pessoas que nos fazem bem. Em geral, somos induzidos a pensar que o trabalho deve abocanhar a maior parte do nosso tempo e todos os outros aspectos só merecem ser vividos ao fim do expediente, nos intervalos, nas férias. Se sua vida profissional está exaustiva demais, pense se é mesmo este o caminho que deveria ser seguido. Coloque na balança até que ponto vale a pena trabalhar só pelo dinheiro, sem a preocupação de colocar também o prazer na profissão.
Se sabemos que não é só dinheiro que importa, por que insistir em colocá-lo acima do bem-estar? Ninguém pode ser feliz se não tiver o mínimo para arcar com as despesas básicas, mas a partir do momento em que o dinheiro chega em suas mãos, é preciso deixar claro que é você quem manda nele.
Fonte: G1 - 25/08/2016
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