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Recuperações judiciais explodem e alertam bancos
Publicado em 08/08/2016 , por ERICA FRAGA e MARIANA CARNEIRO
A crise do setor privado levou a uma explosão nos pedidos de recuperação judicial. Dados inéditos do Serasa revelam que 1.098 empresas fizeram solicitações desse tipo entre janeiro e julho deste ano. O número é bem maior do que os 627 requerimentos registrados no mesmo período de 2015, quando já se registrava crescimento de 32% em relação a 2014.
A recuperação judicial é uma alternativa extrema a uma situação ainda pior: a falência. No processo, as empresas ganham 180 dias para se reequilibrar sem o risco de terem seus bens expropriados por demandas de credores.
"O objetivo é permitir que empresas viáveis mas com dificuldades se mantenham no negócio", afirma o advogado Jonathan Saragossa.
O escritório Nicola, Saragossa e Campos verificou um aumento de 30% na procura por assessoria em pedidos de recuperação judicial em 2016.
Foi o caso da varejista Barred′s, que busca renegociar R$ 104 milhões. O número de lojas da marca, que apresentou seu plano de reestruturação na semana passada, caiu de 118 quando o pedido foi feito, em março, para algo entre 80 e 90, segundo Saragossa.
O advogado ressalta que a decisão de pedir recuperação deve ser cuidadosa, porque o processo restringe ainda mais o acesso a crédito.
Empresas que entram em recuperação ganham avaliação de risco pior, por exigência da lei de 2005 que definiu regras para os processos de recuperação judicial.
Essa situação é ruim para as companhias, mas também para as instituições financeiras. Além de não poder dar novos empréstimos para as empresas em recuperação, os bancos costumam amargar uma redução substancial nos valores que têm a receber.
EVITAR O CALOTE
A escalada das recuperações levou os bancos a criar departamentos exclusivos para acompanhar a situação das empresas, com o objetivo de evitar que cheguem ao calote que poderia levá-las à Justiça.
Banco do Brasil, Santander, Bradesco e Itaú Unibanco já designaram equipes com esse objetivo. A inadimplência obriga os bancos a separar recursos para cobrir perdas em caso de não pagamento, o chamado provisionamento, que diminui os lucros.
Há cinco meses, o BB criou um grupo focado em empresas de médio porte, com faturamento entre R$ 10 milhões e R$ 200 milhões. Embora o problema ganhe repercussão quando afeta grandes companhias como a Oi e a Sete Brasil, 85% das empresas em recuperação judicial são micro, pequenas e médias.
O Santander tem desde 2015 uma equipe dedicada a analisar o desempenho de grandes empresas e seus setores. Se uma deixa de pagar, os fornecedores também são afetados.
Sem a ação preventiva dos bancos, a inadimplência de pessoas jurídicas estaria provavelmente pior. "Os bancos enxergaram o problema, mas não adianta renegociar por 60 dias porque a recuperação só deve ocorrer em 2017", diz o economista Carlos Antonio Rocca, do Ibmec.
A recuperação judicial é uma alternativa extrema a uma situação ainda pior: a falência. No processo, as empresas ganham 180 dias para se reequilibrar sem o risco de terem seus bens expropriados por demandas de credores.
"O objetivo é permitir que empresas viáveis mas com dificuldades se mantenham no negócio", afirma o advogado Jonathan Saragossa.
O escritório Nicola, Saragossa e Campos verificou um aumento de 30% na procura por assessoria em pedidos de recuperação judicial em 2016.
Foi o caso da varejista Barred′s, que busca renegociar R$ 104 milhões. O número de lojas da marca, que apresentou seu plano de reestruturação na semana passada, caiu de 118 quando o pedido foi feito, em março, para algo entre 80 e 90, segundo Saragossa.
O advogado ressalta que a decisão de pedir recuperação deve ser cuidadosa, porque o processo restringe ainda mais o acesso a crédito.
Empresas que entram em recuperação ganham avaliação de risco pior, por exigência da lei de 2005 que definiu regras para os processos de recuperação judicial.
Essa situação é ruim para as companhias, mas também para as instituições financeiras. Além de não poder dar novos empréstimos para as empresas em recuperação, os bancos costumam amargar uma redução substancial nos valores que têm a receber.
EVITAR O CALOTE
A escalada das recuperações levou os bancos a criar departamentos exclusivos para acompanhar a situação das empresas, com o objetivo de evitar que cheguem ao calote que poderia levá-las à Justiça.
Banco do Brasil, Santander, Bradesco e Itaú Unibanco já designaram equipes com esse objetivo. A inadimplência obriga os bancos a separar recursos para cobrir perdas em caso de não pagamento, o chamado provisionamento, que diminui os lucros.
Há cinco meses, o BB criou um grupo focado em empresas de médio porte, com faturamento entre R$ 10 milhões e R$ 200 milhões. Embora o problema ganhe repercussão quando afeta grandes companhias como a Oi e a Sete Brasil, 85% das empresas em recuperação judicial são micro, pequenas e médias.
O Santander tem desde 2015 uma equipe dedicada a analisar o desempenho de grandes empresas e seus setores. Se uma deixa de pagar, os fornecedores também são afetados.
Sem a ação preventiva dos bancos, a inadimplência de pessoas jurídicas estaria provavelmente pior. "Os bancos enxergaram o problema, mas não adianta renegociar por 60 dias porque a recuperação só deve ocorrer em 2017", diz o economista Carlos Antonio Rocca, do Ibmec.
Fonte: Folha Online - 07/08/2016
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