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Pós-Copa, hotéis demitem, fecham e viram até clínica médica
Publicado em 04/07/2016 , por MARCELO TOLEDO
Em Salvador, 12 hotéis já foram fechados, e 16 mil pessoas, demitidas no setor hoteleiro como um todo. Em Belo Horizonte e em Cuiabá, nem metade dos leitos é ocupada. Após dois anos, o legado da Copa do Mundo na hotelaria é marcado por ociosidade, falências e demissões.
Para tentar reduzir o impacto da ociosidade, hotéis têm tentado abrigar eventos, seminários, alugado salões para festas e fomentado restaurantes. Um deles, em Cuiabá, será transformado em clínica médica.
Em Manaus, o setor hoteleiro obteve isenção do ICMS de energia elétrica.
Prevendo demanda excessiva para o Mundial, capitais elevaram muito a oferta de quartos. Como resultado, a taxa de ocupação sustentável –superior a 60%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis– está longe de ser alcançada.
REFLUXO GERAL
Há problemas em Belo Horizonte, Cuiabá, Manaus e Recife, mas a situação mais dramática é a de Salvador, que tem mais de 40 mil leitos e taxa de ocupação de 53%.
A crise não poupou nem o hotel Pestana Bahia, ícone do setor, que neste ano encerrou uma trajetória de 36 anos.
"De legado da Copa, só ficou a Fonte Nova, além de dívidas", diz Glicério Lemos, presidente da associação de hotéis no Estado.
Após uma lei que incentivou o surgimento de hotéis, Belo Horizonte também vive superoferta de quartos –de 8.700 para 14 mil–, com taxa de ocupação de 48%. Sem os novos leitos, seria de 77%.
A diária média caiu a valores abaixo dos de 2010, diz Patrícia Coutinho, 38, presidente da ABIH-Minas e diretora da associação nacional.
Já em Cuiabá, dois hotéis fecharam e outros três devem parar, segundo Bruno Delcaro, novo presidente da associação dos hotéis do Estado. Para a Copa, 5.000 novos quartos surgiram e foram somados aos 7.000 já existentes. São 80 hotéis, dos quais 12 novos para o Mundial.
RISCO OLÍMPICO
No Rio de Janeiro, a preocupação é com a superoferta após os Jogos Olímpicos, que começam em 5 de agosto.
Segundo a RioNegócios, agência municipal de fomento, a capital chegou a 267 hotéis, com 33,4 mil quartos, no mês de maio. Em 2010, eram 19.800. Com albergues, motéis e flats, são 58 mil quartos disponíveis, segundo a associação dos hotéis.
Assim como ocorreu na capital mineira, o Rio ofereceu incentivos fiscais ao setor, o que fez o total de quartos deslanchar. "O crescimento foi meteórico. Sobreviver [depois] é lei de mercado", afirmou Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ.
Ele espera que a vinda de grupos estrangeiros, porém, ajude a estabilizar o setor.
Para tentar reduzir o impacto da ociosidade, hotéis têm tentado abrigar eventos, seminários, alugado salões para festas e fomentado restaurantes. Um deles, em Cuiabá, será transformado em clínica médica.
Em Manaus, o setor hoteleiro obteve isenção do ICMS de energia elétrica.
Prevendo demanda excessiva para o Mundial, capitais elevaram muito a oferta de quartos. Como resultado, a taxa de ocupação sustentável –superior a 60%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis– está longe de ser alcançada.
REFLUXO GERAL
Há problemas em Belo Horizonte, Cuiabá, Manaus e Recife, mas a situação mais dramática é a de Salvador, que tem mais de 40 mil leitos e taxa de ocupação de 53%.
A crise não poupou nem o hotel Pestana Bahia, ícone do setor, que neste ano encerrou uma trajetória de 36 anos.
"De legado da Copa, só ficou a Fonte Nova, além de dívidas", diz Glicério Lemos, presidente da associação de hotéis no Estado.
Após uma lei que incentivou o surgimento de hotéis, Belo Horizonte também vive superoferta de quartos –de 8.700 para 14 mil–, com taxa de ocupação de 48%. Sem os novos leitos, seria de 77%.
A diária média caiu a valores abaixo dos de 2010, diz Patrícia Coutinho, 38, presidente da ABIH-Minas e diretora da associação nacional.
Já em Cuiabá, dois hotéis fecharam e outros três devem parar, segundo Bruno Delcaro, novo presidente da associação dos hotéis do Estado. Para a Copa, 5.000 novos quartos surgiram e foram somados aos 7.000 já existentes. São 80 hotéis, dos quais 12 novos para o Mundial.
RISCO OLÍMPICO
No Rio de Janeiro, a preocupação é com a superoferta após os Jogos Olímpicos, que começam em 5 de agosto.
Segundo a RioNegócios, agência municipal de fomento, a capital chegou a 267 hotéis, com 33,4 mil quartos, no mês de maio. Em 2010, eram 19.800. Com albergues, motéis e flats, são 58 mil quartos disponíveis, segundo a associação dos hotéis.
Assim como ocorreu na capital mineira, o Rio ofereceu incentivos fiscais ao setor, o que fez o total de quartos deslanchar. "O crescimento foi meteórico. Sobreviver [depois] é lei de mercado", afirmou Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ.
Ele espera que a vinda de grupos estrangeiros, porém, ajude a estabilizar o setor.
Fonte: Folha Online - 03/07/2016
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