<
Voltar para notícias
2042
pessoas já leram essa notícia
Oi pede recuperação judicial de R$ 65 bilhões, a maior da história do Brasil
Publicado em 21/06/2016
A operadora de telefonia Oi pediu recuperação judicial nesta segunda-feira (20). No total, a empresa incluiu R$ 65 bilhões em dívidas no processo.
É o maior pedido de recuperação judicial já protocolado no país. Em abril, a Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para o pré-sal, declarou à Justiça ter dívidas de R$ 19,3 bilhões.
Em abril, a empresa tentou uma "recuperação branca", em que ficaria alguns anos sem pagar os credores locais e trocaria a dívida com estrangeiros por participação na empresa. À época, credores ouvidos pela Folha disseram que a empresa seguiria para uma recuperação judicial caso o plano não fosse aceito por mais de 95% do grupo.
Para um credor, a negociação privada é melhor que a judicial porque oferece descontos maiores (acima de 80%) e prazos superiores a 15 anos.
Também na segunda, a Oi divulgou que havia conseguido 180 dias para renegociar suas dívidas com credores em acordo com o BNDES.
O contrato com o banco de suspensão da dívida foi assinado em maio, mas só foi divulgado na segunda como parte de documentos relativos ao processo de renegociação com credores.
No dia 10, o então diretor-presidente da empresa, Bayard Gontijo, renunciou ao cargo. Ele havia assumido o cargo no início do ano, após saída repentina de Zeinal Bava, que renunciou após calote de quase 1 bilhão de euros da holding Rioforte, do Grupo Espírito Santo, maior sócio da Portugal Telecom, com quem a Oi estava se fundindo.
Ao assumir, Gontijo havia prometido reestruturar a pesada dívida da empresa.
Gontijo foi substituído pelo diretor financeiro Marco Schroeder.
A Oi encerrou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 1,64 bilhão. Em março, a dívida líquida da empresa estava em R$ 40,84 bilhões –alta de 7% ante o fim do ano passado, enquanto o caixa disponível ficou em R$ 8,53 bilhões, queda de 49,3% sobre o trimestre imediatamente anterior.
Segundo a Folha apurou, a dificuldade em renegociar sua pulverizada dívida no exterior foi o fator determinante para que a Oi entrasse com o processo.
Mais de três quartos da dívida da empresa está nas mãos de muitas instituições financeiras internacionais, enquanto que no Brasil está concentrada aos grandes do país.
O governo já previa um pedido de recuperação judicial justamente pela lentidão em renegociar essa parte do endividamento.
PLEITOS SUSPENSOS
Com o pedido, o andamento de demandas da empresa com o governo deve ser paralisado.
Recentemente, a Oi firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) transformando multas no valor de R$ 1,2 bilhão em investimentos da ordem de R$ 3,2 bilhões.
O TAC, que sempre foi visto com ressalva pelo TCU (Tribunal de Contas de União), ainda está sendo avaliado pelo tribunal. Sem o aval do TCU, o TAC fica suspenso.
Outro pleito da companhia é a mudança regulatória do setor, o que deve fazer o governo bater cabeça.
O MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações) espera uma antecipação da discussão sobre o modelo regulatório, que está sendo discutido na Anatel e no Congresso Nacional.
Porém, a Folha apurou que, a Anatel deve suspender a discussão sobre o fim das concessões públicas de telefonia. Conselheiros da agência querem esperar uma definição sobre o processo de recuperação.
A Oi esperava que a extinção do modelo de concessão pública de telefonia, transformando as concessionárias em autorizatárias –como na telefonia móvel–, facilitasse a renegociação de dívidas e a atração de investimentos.
Caso seja bem sucedido, o governo optaria por um modelo que ajudasse á companhia se reestruturar. Caso falhe na reestruturação, o governo precisaria retomar a concessão da empresa e desenvolver um modelo regulatório que o permitisse repassar o espólio da Oi a algum investidor.
CONSUMIDORES
Segundo o MCTIC, as medidas necessárias para garantir o pleno funcionamento do sistema de telecomunicação e o direito dos consumidores já foram adotadas pela Anatel.
A agência acompanhará a tramitação do pedido de recuperação judicial e a execução do plano de reestruturação econômica e financeira da Oi.
"O MCTIC reforça o seu compromisso com os usuários, sem deixar considerar a preservação dos empregos, a aplicação de recursos de instituições estatais envolvidas e o interesse de credores privados, necessários ao investimento sustentável", diz em nota.
SAIBA MAIS SOBRE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL
1 O que é recuperação judicial?
É uma proteção dada a empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas
2 Qual a vantagem para a empresa?
Ela pode continuar funcionando normalmente -na falência, ela seria fechada e seus bens vendidos para pagar os credores
3 Clientes são afetados?
Não.
4 E os acionistas?
Sim. Quando a empresa tem ações em Bolsa, as negociações com esses papeis ficam suspensas assim que é feito o pedido à Justiça
5 Quais os próximos passos?
Ela presta contas ao juiz e aos credores todos os meses
É o maior pedido de recuperação judicial já protocolado no país. Em abril, a Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para o pré-sal, declarou à Justiça ter dívidas de R$ 19,3 bilhões.
Em abril, a empresa tentou uma "recuperação branca", em que ficaria alguns anos sem pagar os credores locais e trocaria a dívida com estrangeiros por participação na empresa. À época, credores ouvidos pela Folha disseram que a empresa seguiria para uma recuperação judicial caso o plano não fosse aceito por mais de 95% do grupo.
Para um credor, a negociação privada é melhor que a judicial porque oferece descontos maiores (acima de 80%) e prazos superiores a 15 anos.
Também na segunda, a Oi divulgou que havia conseguido 180 dias para renegociar suas dívidas com credores em acordo com o BNDES.
O contrato com o banco de suspensão da dívida foi assinado em maio, mas só foi divulgado na segunda como parte de documentos relativos ao processo de renegociação com credores.
No dia 10, o então diretor-presidente da empresa, Bayard Gontijo, renunciou ao cargo. Ele havia assumido o cargo no início do ano, após saída repentina de Zeinal Bava, que renunciou após calote de quase 1 bilhão de euros da holding Rioforte, do Grupo Espírito Santo, maior sócio da Portugal Telecom, com quem a Oi estava se fundindo.
Ao assumir, Gontijo havia prometido reestruturar a pesada dívida da empresa.
Gontijo foi substituído pelo diretor financeiro Marco Schroeder.
A Oi encerrou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 1,64 bilhão. Em março, a dívida líquida da empresa estava em R$ 40,84 bilhões –alta de 7% ante o fim do ano passado, enquanto o caixa disponível ficou em R$ 8,53 bilhões, queda de 49,3% sobre o trimestre imediatamente anterior.
Mais de três quartos da dívida da empresa está nas mãos de muitas instituições financeiras internacionais, enquanto que no Brasil está concentrada aos grandes do país.
O governo já previa um pedido de recuperação judicial justamente pela lentidão em renegociar essa parte do endividamento.
PLEITOS SUSPENSOS
Com o pedido, o andamento de demandas da empresa com o governo deve ser paralisado.
Recentemente, a Oi firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) transformando multas no valor de R$ 1,2 bilhão em investimentos da ordem de R$ 3,2 bilhões.
O TAC, que sempre foi visto com ressalva pelo TCU (Tribunal de Contas de União), ainda está sendo avaliado pelo tribunal. Sem o aval do TCU, o TAC fica suspenso.
Outro pleito da companhia é a mudança regulatória do setor, o que deve fazer o governo bater cabeça.
O MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações) espera uma antecipação da discussão sobre o modelo regulatório, que está sendo discutido na Anatel e no Congresso Nacional.
Porém, a Folha apurou que, a Anatel deve suspender a discussão sobre o fim das concessões públicas de telefonia. Conselheiros da agência querem esperar uma definição sobre o processo de recuperação.
A Oi esperava que a extinção do modelo de concessão pública de telefonia, transformando as concessionárias em autorizatárias –como na telefonia móvel–, facilitasse a renegociação de dívidas e a atração de investimentos.
Caso seja bem sucedido, o governo optaria por um modelo que ajudasse á companhia se reestruturar. Caso falhe na reestruturação, o governo precisaria retomar a concessão da empresa e desenvolver um modelo regulatório que o permitisse repassar o espólio da Oi a algum investidor.
CONSUMIDORES
Segundo o MCTIC, as medidas necessárias para garantir o pleno funcionamento do sistema de telecomunicação e o direito dos consumidores já foram adotadas pela Anatel.
A agência acompanhará a tramitação do pedido de recuperação judicial e a execução do plano de reestruturação econômica e financeira da Oi.
"O MCTIC reforça o seu compromisso com os usuários, sem deixar considerar a preservação dos empregos, a aplicação de recursos de instituições estatais envolvidas e o interesse de credores privados, necessários ao investimento sustentável", diz em nota.
SAIBA MAIS SOBRE A RECUPERAÇÃO JUDICIAL
1 O que é recuperação judicial?
É uma proteção dada a empresas que não conseguem pagar suas dívidas, para evitar que credores peçam a falência delas
2 Qual a vantagem para a empresa?
Ela pode continuar funcionando normalmente -na falência, ela seria fechada e seus bens vendidos para pagar os credores
3 Clientes são afetados?
Não.
4 E os acionistas?
Sim. Quando a empresa tem ações em Bolsa, as negociações com esses papeis ficam suspensas assim que é feito o pedido à Justiça
5 Quais os próximos passos?
- Não há prazo para que o juiz analise o pedido e autorize a recuperação -mas, em geral, a decisão sai em na média cinco dias
- Se o pedido for aceito, a empresa tem 60 dias para apresentar um plano detalhado de como vai saldar suas dívidas (forma de pagamento, prazos, de onde virá o dinheiro)
- Se o plano não for apresentado, o juiz decreta falência
- Apresentado o plano, os credores têm 30 dias para se manifestar; se não concordarem, há nova decisão em assembleia em até 6 meses
- Aprovado o plano, a empresa precisa cumprir todas as obrigações previstas em um prazo de 2 anos, a não ser que negocie alterações
- Se os credores não aceitarem o plano, a empresa vai à falência
Ela presta contas ao juiz e aos credores todos os meses
Fonte: Folha Online - 20/06/2016
2042
pessoas já leram essa notícia
Notícias
- 26/11/2024 IPCA-15 sobe 0,62% em novembro, aponta IBGE
- Carrefour: entenda o caso e o que está em jogo
- Como evitar as compras por impulso e os gastos exagerados no Natal e fim de ano? Veja dicas
- Black Friday: Procon-SP já registrou mais de mil reclamações
- Economia do pente fino nos benefícios do INSS neste ano caiu para R$ 5,5 bi, diz Clayto Montes
- Novos processos seletivos do SEST SENAT oferecem vagas em diversas cidades
- Uber é condenado a indenizar passageira por acidente causado durante a viagem
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)