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Número de empresas com dívida atrasada é recorde no Brasil
Publicado em 10/06/2016 , por DANIELLE BRANT
A recessão afetou o fluxo de caixa das empresas e levou a um recorde na inadimplência empresarial no país.
Segundo números inéditos da Serasa Experian, mais da metade dos 8,13 milhões de companhias em operação em abril tinha ao menos uma dívida em atraso. No total, o valor devido por essas 4,42 milhões de empresas (54,4% do total) é de R$ 105,6 bilhões.
O levantamento da Serasa, empresa de informações para empresas e consumidores nas áreas de crédito, marketing e consulta de dados, passou a ser feito mensalmente em março deste ano. Antes, era feito a cada três meses, aproximadamente.
A Serasa considera inadimplência qualquer conta vencida e não paga. Em março deste ano, o percentual de empresas inadimplentes era de 53,9% –4,37 milhões de empresas em um universo de 8,10 milhões de operacionais.
Em março de 2015, eram 50,5% nessa situação –3,79 milhões de 7,51 milhões de empresas operacionais.
A porcentagem é vista como um "sinal vermelho" por Luiz Rabi, economista da Serasa, e supera a dos consumidores: 41% da população adulta no Brasil, ou 60 milhões de inadimplentes.
SEM CAIXA
Com o consumo retraído pelo aumento do desemprego e a alta da inflação, as companhias deixam de vender e não conseguem dimensionar o problema e ajustar os pedidos aos fornecedores.
A menor entrada de receita e alta dos custos, que inclui juros mais altos a pagar, provoca problemas de caixa.
A inadimplência também restringe o acesso a crédito das companhias. "Se nada for feito, pode gerar quebradeira de empresas", diz Rabi.
O risco é que elas acabem em recuperação judicial, quando a empresa pede prazo para negociar com os credores. De janeiro a maio, os pedidos cresceram 95% em relação ao mesmo período de 2015 –755 ante 387.
PERFIL
A grande maioria das empresas inadimplentes (cerca de 90%) é de pequeno e médio porte. Do total, 45,2% são do setor de comércio e 45% do setor de serviços.
Cerca de 48,5% delas têm quatro dívidas ou mais, segundo a Serasa. As companhias com entre dois e cinco anos respondem por 37% do total de inadimplentes.
PERSPECTIVA
A inadimplência das empresas sempre começa cair um pouco antes da do consumidor, diz Rabi, da Serasa. "A queda deve começar a acontecer no segundo semestre de 2017, se as medidas econômicas derem certo", diz.
João Carlos Natal, consultor do Sebrae-SP, também vê diminuição do calote a partir de 2017, com a melhora do desemprego e a volta do consumo. Já Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo, também atrela a queda na inadimplência à alta do consumo.
Segundo números inéditos da Serasa Experian, mais da metade dos 8,13 milhões de companhias em operação em abril tinha ao menos uma dívida em atraso. No total, o valor devido por essas 4,42 milhões de empresas (54,4% do total) é de R$ 105,6 bilhões.
O levantamento da Serasa, empresa de informações para empresas e consumidores nas áreas de crédito, marketing e consulta de dados, passou a ser feito mensalmente em março deste ano. Antes, era feito a cada três meses, aproximadamente.
A Serasa considera inadimplência qualquer conta vencida e não paga. Em março deste ano, o percentual de empresas inadimplentes era de 53,9% –4,37 milhões de empresas em um universo de 8,10 milhões de operacionais.
Em março de 2015, eram 50,5% nessa situação –3,79 milhões de 7,51 milhões de empresas operacionais.
A porcentagem é vista como um "sinal vermelho" por Luiz Rabi, economista da Serasa, e supera a dos consumidores: 41% da população adulta no Brasil, ou 60 milhões de inadimplentes.
SEM CAIXA
Com o consumo retraído pelo aumento do desemprego e a alta da inflação, as companhias deixam de vender e não conseguem dimensionar o problema e ajustar os pedidos aos fornecedores.
A menor entrada de receita e alta dos custos, que inclui juros mais altos a pagar, provoca problemas de caixa.
A inadimplência também restringe o acesso a crédito das companhias. "Se nada for feito, pode gerar quebradeira de empresas", diz Rabi.
O risco é que elas acabem em recuperação judicial, quando a empresa pede prazo para negociar com os credores. De janeiro a maio, os pedidos cresceram 95% em relação ao mesmo período de 2015 –755 ante 387.
PERFIL
A grande maioria das empresas inadimplentes (cerca de 90%) é de pequeno e médio porte. Do total, 45,2% são do setor de comércio e 45% do setor de serviços.
Cerca de 48,5% delas têm quatro dívidas ou mais, segundo a Serasa. As companhias com entre dois e cinco anos respondem por 37% do total de inadimplentes.
PERSPECTIVA
A inadimplência das empresas sempre começa cair um pouco antes da do consumidor, diz Rabi, da Serasa. "A queda deve começar a acontecer no segundo semestre de 2017, se as medidas econômicas derem certo", diz.
João Carlos Natal, consultor do Sebrae-SP, também vê diminuição do calote a partir de 2017, com a melhora do desemprego e a volta do consumo. Já Emilio Alfieri, economista da Associação Comercial de São Paulo, também atrela a queda na inadimplência à alta do consumo.
Fonte: Folha Online - 09/06/2016
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