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Inflação atinge 0,78% em maio, maior índice para o mês desde 2008
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Inflação atinge 0,78% em maio, maior índice para o mês desde 2008

Publicado em 09/06/2016 , por BRUNO VILLAS BÔAS

A inflação voltou a acelerar em maio pressionada pelos preços administrados pelo governo (como a taxa de água e esgoto, energia elétrica e remédios) e pelos alimentos.

O IPCA, índice oficial do país, foi de 0,78% no mês passado, acima da taxa registrada em abril (0,61%), mostram dados divulgados nesta quarta-feira (8) pelo IBGE.

Foi o índice mais alto para o mês desde 2008, quando havia subido 0,79%. Em maio do ano passado, o índice havia sido de 0,74%.



Com isso, a taxa acumulada em 12 meses avançou para 9,32%, acima dos 9,28% do acumulado até o mês anterior.

O resultado veio um pouco acima das expectativas do mercado. Os economistas consultados pela agência internacional Bloomberg esperavam o índice de 0,75% no mês e de 9,3% em 12 meses.

No ano, o índice acumulou alta de 4,05%, abaixo do registado no mesmo período do ano passado (5,34%).

VILÃO

Individualmente, o item com maior contribuição para o resultado da inflação de maio foi a taxa de água e esgoto, que registrou uma alta de 10,37% no mês. Sozinho, o item contribuiu com 0,15 ponto percentual do IPCA do mês.

Esse aumento foi resultado da pressão da região metropolitana de São Paulo, que teve alta de 41,9% com o fim da concessão de bônus por redução e de ônus por aumento e consumo de água, que passou a vigorar em 12 de maio.

Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE, o fim do desconto na conta foi o principal impacto na inflação de São Paulo, que escalou de 0,36% em abril para 0,93% em maio.

"Essa pressão da taxa de água e esgoto de São Paulo é pontual. Quando o desconto foi concedido na conta, isso ajudou a inflação ser menor, Ela está pegando de volta o que deu", disse a coordenadora.

Em maio de 2014, primeiro mês que as estatísticas do IBGE capturaram o desconto da tarifa, a taxa de água e esgoto em São Paulo tinha recuado 21,98%.

Com o resultado de maio, o grupo de habitação, que inclui dentro dele a taxa de água e esgoto, teve uma alta de 1,79% no mês passado na média nacional, após apresentar uma deflação (queda de preço) de 0,38% em abril.

Com isso, o grupo de habitação, que inclui dentro dele a taxa de água e esgoto, teve uma alta de 1,79% no mês passado, após apresentar uma deflação (queda de preço) de 0,38% em abril.

O aumento do custo da energia elétrica para consumidores em cidades como Salvador, Recife, Fortaleza e Belo Horizonte também afetou o resultado do grupo. Na média, o preço da energia subiu 2,28% no mês passado.



ALIMENTOS

O grupo alimentação teve a segunda maior contribuição para a alta da inflação no mês, embora a intensidade do aumento dos preços tenha sido menor do que a registrada no mês anterior, segundo os dados do IBGE.

A inflação da alimentação e bebida foi de 0,78% em maio, abaixo da taxa de 1,09% de abril. O grupo foi responsável, desta forma, por 0,20 ponto percentual do IPCA de 0,78% de maio passado, segundo o instituto.

Dos alimentos mais significativos para os consumidores, os destaque de alta foram batata-inglesa (19,12%), cebola (10,09%) e feijão-mulatinho (9,85%). Somente a batata-inglesa acumula alta de 50,91% neste ano.

O aumento de preço dos produtos tem sido provocada por problema de oferta, como chuvas e geadas na região Sul do país. Foi assim como a produção de feijão, por exemplo, muito afetada pelas geadas.

Por outro lado, os consumidores tiveram alívio nos preços de alguns produtos da mesa. É o caso da cenoura (-23,08%), ovos (-2,26%) e hortaliças (-2,07%). São itens que ajudaram a inflação dos alimentos a subir menos.

PREVISÃO

Apesar do resultado de maio, economistas avaliam que a tendência da inflação é de perda de fôlego no médio prazo por causa da crise. Sem demanda, empresários evitam repassar preços tentam reduzi-los para atrair a clientela.

Pela média das projeções do boletim Focus, do BC (Banco Central), os analistas preveem uma desaceleração da inflação para 7,12% neste ano e 5,50% no ano que vem. São índices menores que o registrado no ano passado, quando chegou a 10,67%.



Mesmo assim, a inflação ficará neste ano bastante acima do teto da meta do governo, de 6,5% —o centro da meta perseguida pelo Banco Central é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Nesta quarta-feira, os diretores do Banco Central estão reunidos no Copom (Comitê de Política Monetária Nacional) para decidir a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 14,25% ao ano. A expectativa é pela manutenção da taxa.

Fonte: Folha Online - 08/06/2016

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