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Com reorganização é possível sair do vermelho e limpar o nome; veja os 6 passos necessários
Publicado em 07/06/2016
Conheça a história de Eunice, que teve câncer, parou de trabalhar, contraiu um débito de R$ 10 mil e deu a volta por cima
Há alguns dias, a gerente de loja Eunice Ferreira pagou as últimas parcelas da dívida que tinha e conseguiu limpar seu nome. “Eu fui trabalhando e guardando dinheiro. Todo mês eu juntava uma quantia e escolhia uma das dívidas para pagar”, comemora.
Conforme levantamento do SPC Brasil, existem 59,2 milhões de brasileiros com o nome negativado. Para regularizar a situação, é necessário mudar os hábitos financeiros, o que implica abrir mão de algumas regalias.
Eunice teve câncer há sete anos e, na época, parou de trabalhar. Por causa dos gastos com o tratamento, remédios e transporte, ficou com um débito de cerca de R$ 10 mil. Seis anos e meio depois, já curada, ela conseguiu um emprego como gerente de uma loja de roupas, e desde então poupa o salário para sair do vermelho.
“Tinha dívidas com banco, cartões de créditos e de lojas de departamento. Era desesperador porque, só em um banco, eu devia mais de R$ 3 mil. Como trabalho em uma loja e tenho participação nas vendas, pagava minhas despesas com a comissão e quitava as dívidas com o salário”, conta.
O educador financeiro Reinaldo Domingos acredita que estar com o nome sujo é o primeiro passo para a reeducação econômica. “Para quem está desequilibrado financeiramente, estar nessa situação pode ser o início da correção dos erros cometidos anteriormente”, fala.
Segundo ele, por não ter mais acesso ao crédito, o devedor é forçado a reorganizar os hábitos e controlar a vida financeira. “Se você for excluído das possibilidades de aquisições a prazo, vai ter que aprender a usar o dinheiro que recebe e nada mais”.
Riscos
O aposentado João Xavier contraiu uma dívida após emprestar o nome para que um parente pudesse comprar um automóvel. As prestações, entretanto, não foram quitadas por completo e, por causa disso, ele acabou ficando com o nome negativado.
“Só fui descobrir que o meu nome estava sujo quando fui pegar um empréstimo. Nunca tinha acontecido nada do tipo comigo, sou muito controlado. Meu nome ficou cinco anos no SPC, mas depois saiu e pude continuar minha vida”, diz.
Reinaldo Domingos explica que, apesar de não estar mais negativado após o período, é importante lembrar que as dívidas permanecem, o que pode trazer consequências ainda piores, como penhora de bens. Por isso, o aconselhável é tentar uma negociação.
Consenso familiar
Outro passo importante destacado por ele é reunir a família e apresentar o problema. “Nesse caso, a família tem que reduzir o padrão de vida. Porém, para que essas decisões sejam tomadas, é preciso que haja um consenso familiar”.
Ele afirma que, depois de apresentado o problema, o orçamento da família deve ser reorganizado, levando em conta as prioridades. “Os membros da família têm que saber quais são seus objetivos e priorizá-los”.
O educador financeiro diz ainda que não adianta buscar um acordo com o credor se antes não for realizada uma faxina financeira. É importante também negociar as parcelas dentro das possibilidades do orçamento, caso contrário o endividamento pode ser ainda maior.
Especialista explica como organizar orçamento
É imprescindível planejar as despesas domésticas. Devido, principalmente, ao desemprego, que chegou ao índice nacional de 10,5% e a 15,5% na Bahia no primeiro trimestre, o ano de 2016 começou batendo recorde no número de brasileiros endividados.
O número foi o maior desde 2012, quando o levantamento do SPC passou a ser feito. O professor do Grupo Devry e economista Isaías Matos explica como evitar ficar no vermelho.
O que pode ser feito no orçamento doméstico para evitar o endividamento?
Primeiramente devemos mapear todas as receitas e despesas de quem reside na casa. Todos os gastos da família deverão ser registrados, mesmo as despesas pequenas. O controle pode ser feito por meio de um simples caderninho, planilha de custos ou um programa de controle de gastos automático.
É importante identificar de forma clara as despesas que são supérfluas e aquelas que são essenciais, essa separação será de grande ajuda na hora de identificar onde é possível cortar despesas.
O orçamento das famílias não está mais pagando as contas básicas e a inadimplência está em alta. Como resolver isso?
Com o alto índice de inadimplência e a inflação crescente, muitos produtos e serviços que fazem parte da despesa básica tornaram-se verdadeiros vilões do orçamento, como os alimentos. Por mais que determinadas despesas não possam ser eliminadas do orçamento, podemos diminuir seus impactos com a participação de todos os que vivem na casa.
Gastos com telefonia, luz e água, apesar de serem essenciais, podem ser policiados, reduzindo a participação no orçamento. Em relação aos alimentos, muitos estabelecimentos fazem promoções semanais ou o consumidor poderá buscar produtos substitutos no mercado, de marcas menos conhecidas e mais baratas.
Outra dica é levar sempre a lista dos produtos que estão faltando em casa e que devem ser comprados. Somente compre produtos fora da lista se você tiver certeza de que está mesmo bem mais barato que nos outros supermercados - que a promoção é real -, com bom prazo de validade, que haja local de estocagem em sua casa e que será consumido dentro do prazo de validade.
Há um segredo para deixar as contas no azul?
Nunca gaste mais do que você ganha. Embora seja uma dica básica, muita gente acaba esquecendo. O controle orçamentário requer posturas e atitudes adequadas no planejamento e no uso dos recursos financeiros pessoais.
Primeiramente, todos nós temos imprevistos, por isso você deve ter uma reserva para estes casos. É importante pensar também, na hora de comprar, se o produto é necessário, se o preço é bom, se cabe dentro do orçamento e se aquele dinheiro não vai fazer falta.
Procure ainda pagar sempre à vista e com bons descontos. Evite empréstimos, principalmente no cartão de crédito e cheque especial. E quando o uso de crédito ou empréstimos for inevitável, faça uma pesquisa em vários bancos e financeiras.
Há alguns dias, a gerente de loja Eunice Ferreira pagou as últimas parcelas da dívida que tinha e conseguiu limpar seu nome. “Eu fui trabalhando e guardando dinheiro. Todo mês eu juntava uma quantia e escolhia uma das dívidas para pagar”, comemora.
Conforme levantamento do SPC Brasil, existem 59,2 milhões de brasileiros com o nome negativado. Para regularizar a situação, é necessário mudar os hábitos financeiros, o que implica abrir mão de algumas regalias.
Eunice teve câncer há sete anos e, na época, parou de trabalhar. Por causa dos gastos com o tratamento, remédios e transporte, ficou com um débito de cerca de R$ 10 mil. Seis anos e meio depois, já curada, ela conseguiu um emprego como gerente de uma loja de roupas, e desde então poupa o salário para sair do vermelho.
“Tinha dívidas com banco, cartões de créditos e de lojas de departamento. Era desesperador porque, só em um banco, eu devia mais de R$ 3 mil. Como trabalho em uma loja e tenho participação nas vendas, pagava minhas despesas com a comissão e quitava as dívidas com o salário”, conta.
O educador financeiro Reinaldo Domingos acredita que estar com o nome sujo é o primeiro passo para a reeducação econômica. “Para quem está desequilibrado financeiramente, estar nessa situação pode ser o início da correção dos erros cometidos anteriormente”, fala.
Segundo ele, por não ter mais acesso ao crédito, o devedor é forçado a reorganizar os hábitos e controlar a vida financeira. “Se você for excluído das possibilidades de aquisições a prazo, vai ter que aprender a usar o dinheiro que recebe e nada mais”.
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O aposentado João Xavier contraiu uma dívida após emprestar o nome para que um parente pudesse comprar um automóvel. As prestações, entretanto, não foram quitadas por completo e, por causa disso, ele acabou ficando com o nome negativado.
“Só fui descobrir que o meu nome estava sujo quando fui pegar um empréstimo. Nunca tinha acontecido nada do tipo comigo, sou muito controlado. Meu nome ficou cinco anos no SPC, mas depois saiu e pude continuar minha vida”, diz.
Reinaldo Domingos explica que, apesar de não estar mais negativado após o período, é importante lembrar que as dívidas permanecem, o que pode trazer consequências ainda piores, como penhora de bens. Por isso, o aconselhável é tentar uma negociação.
Consenso familiar
Outro passo importante destacado por ele é reunir a família e apresentar o problema. “Nesse caso, a família tem que reduzir o padrão de vida. Porém, para que essas decisões sejam tomadas, é preciso que haja um consenso familiar”.
Ele afirma que, depois de apresentado o problema, o orçamento da família deve ser reorganizado, levando em conta as prioridades. “Os membros da família têm que saber quais são seus objetivos e priorizá-los”.
O educador financeiro diz ainda que não adianta buscar um acordo com o credor se antes não for realizada uma faxina financeira. É importante também negociar as parcelas dentro das possibilidades do orçamento, caso contrário o endividamento pode ser ainda maior.
Especialista explica como organizar orçamento
É imprescindível planejar as despesas domésticas. Devido, principalmente, ao desemprego, que chegou ao índice nacional de 10,5% e a 15,5% na Bahia no primeiro trimestre, o ano de 2016 começou batendo recorde no número de brasileiros endividados.
O número foi o maior desde 2012, quando o levantamento do SPC passou a ser feito. O professor do Grupo Devry e economista Isaías Matos explica como evitar ficar no vermelho.
O que pode ser feito no orçamento doméstico para evitar o endividamento?
Primeiramente devemos mapear todas as receitas e despesas de quem reside na casa. Todos os gastos da família deverão ser registrados, mesmo as despesas pequenas. O controle pode ser feito por meio de um simples caderninho, planilha de custos ou um programa de controle de gastos automático.
É importante identificar de forma clara as despesas que são supérfluas e aquelas que são essenciais, essa separação será de grande ajuda na hora de identificar onde é possível cortar despesas.
O orçamento das famílias não está mais pagando as contas básicas e a inadimplência está em alta. Como resolver isso?
Com o alto índice de inadimplência e a inflação crescente, muitos produtos e serviços que fazem parte da despesa básica tornaram-se verdadeiros vilões do orçamento, como os alimentos. Por mais que determinadas despesas não possam ser eliminadas do orçamento, podemos diminuir seus impactos com a participação de todos os que vivem na casa.
Gastos com telefonia, luz e água, apesar de serem essenciais, podem ser policiados, reduzindo a participação no orçamento. Em relação aos alimentos, muitos estabelecimentos fazem promoções semanais ou o consumidor poderá buscar produtos substitutos no mercado, de marcas menos conhecidas e mais baratas.
Outra dica é levar sempre a lista dos produtos que estão faltando em casa e que devem ser comprados. Somente compre produtos fora da lista se você tiver certeza de que está mesmo bem mais barato que nos outros supermercados - que a promoção é real -, com bom prazo de validade, que haja local de estocagem em sua casa e que será consumido dentro do prazo de validade.
Há um segredo para deixar as contas no azul?
Nunca gaste mais do que você ganha. Embora seja uma dica básica, muita gente acaba esquecendo. O controle orçamentário requer posturas e atitudes adequadas no planejamento e no uso dos recursos financeiros pessoais.
Primeiramente, todos nós temos imprevistos, por isso você deve ter uma reserva para estes casos. É importante pensar também, na hora de comprar, se o produto é necessário, se o preço é bom, se cabe dentro do orçamento e se aquele dinheiro não vai fazer falta.
Procure ainda pagar sempre à vista e com bons descontos. Evite empréstimos, principalmente no cartão de crédito e cheque especial. E quando o uso de crédito ou empréstimos for inevitável, faça uma pesquisa em vários bancos e financeiras.
Fonte: Portal do Consumidor - 06/06/2016
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