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PIB recua 0,3%: entenda como seus hábitos afetam o índice
Publicado em 02/06/2016 , por Maria Inês Dolci
Quem foi às aulas de geografia na escola deve ter ouvido dizer que PIB significa "produto interno bruto" e representa a soma das riquezas produzidas por um país em determinado período.
A definição, no entanto, não diz muito sobre o indicador divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (1º) e que apresentou uma queda de 0,3% no primeiro trimestre do ano em comparação com o período imediatamente anterior.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 5,4%. Com o recuo, o PIB chegou a R$ 1,47 trilhão.
A retração mostra que a economia do país não vai bem, mas de que forma o dia a dia das pessoas, seus hábitos de compra e sua dificuldade de encontrar emprego têm a ver com o PIB?
A BBC Brasil consultou economistas para mostrar como esse número se reflete e tem consequências na vida dos brasileiros.
O indicador pode ser calculado de diversas maneiras. As duas principais são pela ótica da oferta e pela ótica de demanda. Ou seja, pelo cálculo do que se produz e do que se consome no país.
Na primeira, o IBGE soma produção gerada por agropecuária, indústria e serviços e chega à contribuição de cada um para o crescimento da economia.
Na segunda, soma tudo o que é gasto pelas famílias, pelo Estado e pelas empresas nos bens de capital —máquinas, por exemplo. A soma das exportações e importações também entra na conta.
Saiba abaixo quais fatores entram na equação do PIB e como eles afetam os brasileiros:
HÁBITOS DE CONSUMO
Adiar a compra da geladeira, escolher a marca mais barata no supermercado e evitar comer fora são hábitos que impactam diretamente no PIB. Isso porque o consumo de bens e serviços das famílias representa cerca de 60% do desempenho da economia.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, a proporção é semelhante a de países do mundo desenvolvido, como os Estados Unidos, e mostra que o mercado interno é crucial para o desempenho econômico.
Os gastos dos brasileiros exercem papel-chave na cadeia de produção porque estimulam as empresas a investir, aumentar a capacidade produtiva, contratar novos funcionários, além de incentivar o setor de importação a trabalhar mais para atender à demanda.
No entanto, em momentos de crise como o atual, todos ficam menos confiantes para gastar. A possibilidade de perder o emprego, salários menores, inflação e juros altos dos empréstimos fazem com que as pessoas repensem suas compras. E isso trava a economia.
No Brasil, esse movimento vem ocorrendo desde 2011, quando as políticas do governo para estimular o consumo, como o IPI reduzido para automóveis, começaram a mostrar sinais de esgotamento.
O consumo foi um dos principais motores do crescimento econômico do governo Lula (2003-2010), em detrimento dos investimento na indústria - em 2010, o PIB teve alta de 7,5% e o consumo, de 10,8%.
Naquele momento, eram comuns casos de brasileiros que aproveitavam o crédito fácil e a redução de impostos para comprar uma TV de tela plana ou um eletrodoméstico de última geração.
No entanto, como explica o economista da Guide Investimentos Ignacio Crespo, não é necessário trocar de TV todo ano e, com o agravamento da situação econômica, esse componente foi perdendo peso no PIB. Em 2015, ele caiu 4%.
Para Crespo, a retração dos gastos, exposta nos resultados do primeiro trimestre, chega a um ponto mais crítico, onde as pessoas não apenas adiam a geladeira nova, mas deixam de comprar certos produtos no supermercado.
DESEMPREGO
O fato de muitas pessoas não encontrarem emprego é preocupante, mas de que forma isso entra no resultado do PIB?
O desemprego não é um componente do indicador, mas permeia a sua formação. Ele é, como define o professor do Instituto de Economia da Unicamp Pedro Rossi, um sinal que aponta para a situação de outros setores.
"É um sintoma de que o sistema econômico não está funcionando direito."
Seguindo o raciocínio de Rossi, as demissões estão relacionadas, por exemplo, à queda no investimento das empresas, que não consideram o momento bom para produzir mais e cortam custos.
Além disso, o desemprego também pode estar ligado à redução nos gastos do governo, outro integrante do PIB, que afeta o funcionalismo público e as empresas que têm contratos com o Estado.
A situação do mercado de trabalho também é determinante para o consumo das famílias. Quando o emprego é garantido, as pessoas se sentem mais confortáveis para comprar, o que ajuda o PIB a ir melhor.
INDÚSTRIA E SERVIÇOS
A indústria é um dos setores que mais sofrem com a crise econômica. No PIB do ano passado, registrou queda de 6,2%, enquanto serviços tiveram retração de 2,7% e a agropecuária cresceu 1,8%.
Mas, na prática, quais são as consequências de esses setores estarem indo mal? O primeiro efeito é o corte de vagas, principalmente na indústria. No ano passado, ela foi responsável por quase 40% das demissões, segundo dados do Caged, do Ministério do Trabalho.
No entanto, mais do que o número de postos, os problemas se refletem na saída de pessoas qualificadas e na queda de qualidade das vagas oferecidas, explica o professor do Instituto de Economia da Unicamp Pedro Rossi.
"Todos os países avançados tiveram uma fase de avanço industrial, o que implicou ganho de tecnologia e produtividade, e uma estrutura de emprego com melhor qualidade. A indústria demanda serviços mais sofisticados e emprega pessoas com melhor formação, o que é prejudicado quando ela vai mal."
Outra consequência dos problemas no setor, especificamente da demanda menor dos consumidores, seria um barateamento dos produtos, diz o economista da MCM Consultores Antonio Madeira. Segundo ele, quem puder pagar, vai poder aproveitar alguns descontos. O mesmo vale para os serviços.
A grande diferença entre esses dois segmentos fica por conta do emprego. No caso dos serviços, a mão de obra não costuma ser tão qualificada.
Com os cortes na indústria nos últimos anos, o setor se tornou um refúgio dos desempregados, justamente por ser de mais fácil entrada. Madeira exemplifica: com o dinheiro de uma rescisão, uma pessoa pode comprar um carro para ser motorista do aplicativo Uber, sem custo ou formação a mais.
"É uma válvula de escape. Uma piora no mercado de trabalho formal levou os que perderam o emprego a buscar alternativas e aí abriram mão de seguro, de carteira assinada."
A "uberização" da economia, como define Madera, pode estar chegando ao limite, com o setor de serviços saturado e demitindo.
A economista da Tendências Consultoria Alessandra Ribeiro diz que até 2014 a lógica de correr para os serviços funcionou bem, mas que desde 2015 as demissões tornaram-se mais intensas.
Dados de janeiro da Sondagem de Serviços da Fundação Getulio Vargas apontam que 27% das empresas de serviços administrativos e complementares planejavam demitir até abril.
"A expectativa é que continue assim. Até porque foi um setor que entrou por último (nos cortes), depois de indústria e construção", diz Ribeiro.
GASTOS DO GOVERNO
Um dos componentes do PIB que parecem mais distantes do dia a dia dos brasileiros são os gastos do governo com bens e serviços.
Apontado como vilão pelo alto nível de endividamento do país, o gasto público representa cerca de 20% do indicador.
Seus impactos vão de negócios com grandes empresas - muitas dependentes de contratos públicos - a serviços de educação e saúde, passando pelos milhares de funcionários do Estado.
Quando essas despesas são reduzidas, como pretende a equipe econômica do presidente interino Michel Temer, toda essa estrutura é afetada.
Possíveis benesses e prejuízos desses cortes dividem os economistas.
Para o professor da Unicamp Pedro Rossi, o Estado é o "grande gastador do sistema" e mexer nos seus gastos é prejudicar partes importantes da economia.
"Ele emprega muita gente. Se contrair ou cortar (os gastos), é um setor muito grande que vai ter menos renda. Mesmo que você não esteja diretamente ligado ao governo, o seu entorno econômico tem relação com ele. Toda a sociedade sente o corte."
Ao explicar a reação em cadeia, Rossi cita o exemplo de um estudante que para de receber a bolsa do governo e, por isso, deixa de ir ao bar. Sem esse e outros clientes universitários, o dono do boteco tem uma diminuição do movimento e decide demitir.
O funcionário dispensado, sem renda e com medo de assumir dívidas, para de comprar. Outros na mesma situação também põem o pé no freio e afetam a demanda das empresas, que não investem e demitem mais gente.
Outro efeito dessa retração do Estado seria, para Rossi, a diminuição da qualidade do serviço público, obrigando as pessoas a recorrer a planos de saúde, por exemplo.
Para outros economistas entrevistados, a proposta de Temer de mexer nos recursos destinados à saúde e educação não deve causar a precarização dessas áreas, mas pode estimular sua eficiência.
"É mais uma questão gerencial. Além da receita, é preciso a melhor aplicação dos recursos, ter maior controle", diz Antonio Madera.
O economista afirma que gastos públicos como seguro-desemprego, programas sociais e aposentadorias servem como "estabilizadores" da economia, ao darem garantias para os trabalhadores. No entanto, pondera que o nível de despesas do governo já havia ultrapassado o aceitável.
Para Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, os gastos do governo contribuem para um PIB melhor, mas minam a capacidade de fazer bem à economia ao ultrapassar as receitas.
"Gastos menores com saúde e educação contribuem, sim, para um PIB mais fraco. O governo pode gastar, mas quando tem como financiar. A renda está caindo muito, a arrecadação está caindo e os gastos estão subindo. É por isso estamos com esse deficit de R$ 170 bilhões. E com isso todo mundo perde", diz.
A definição, no entanto, não diz muito sobre o indicador divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (1º) e que apresentou uma queda de 0,3% no primeiro trimestre do ano em comparação com o período imediatamente anterior.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 5,4%. Com o recuo, o PIB chegou a R$ 1,47 trilhão.
A retração mostra que a economia do país não vai bem, mas de que forma o dia a dia das pessoas, seus hábitos de compra e sua dificuldade de encontrar emprego têm a ver com o PIB?
A BBC Brasil consultou economistas para mostrar como esse número se reflete e tem consequências na vida dos brasileiros.
O indicador pode ser calculado de diversas maneiras. As duas principais são pela ótica da oferta e pela ótica de demanda. Ou seja, pelo cálculo do que se produz e do que se consome no país.
Na primeira, o IBGE soma produção gerada por agropecuária, indústria e serviços e chega à contribuição de cada um para o crescimento da economia.
Na segunda, soma tudo o que é gasto pelas famílias, pelo Estado e pelas empresas nos bens de capital —máquinas, por exemplo. A soma das exportações e importações também entra na conta.
Saiba abaixo quais fatores entram na equação do PIB e como eles afetam os brasileiros:
HÁBITOS DE CONSUMO
Adiar a compra da geladeira, escolher a marca mais barata no supermercado e evitar comer fora são hábitos que impactam diretamente no PIB. Isso porque o consumo de bens e serviços das famílias representa cerca de 60% do desempenho da economia.
Segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil, a proporção é semelhante a de países do mundo desenvolvido, como os Estados Unidos, e mostra que o mercado interno é crucial para o desempenho econômico.
Os gastos dos brasileiros exercem papel-chave na cadeia de produção porque estimulam as empresas a investir, aumentar a capacidade produtiva, contratar novos funcionários, além de incentivar o setor de importação a trabalhar mais para atender à demanda.
No entanto, em momentos de crise como o atual, todos ficam menos confiantes para gastar. A possibilidade de perder o emprego, salários menores, inflação e juros altos dos empréstimos fazem com que as pessoas repensem suas compras. E isso trava a economia.
No Brasil, esse movimento vem ocorrendo desde 2011, quando as políticas do governo para estimular o consumo, como o IPI reduzido para automóveis, começaram a mostrar sinais de esgotamento.
O consumo foi um dos principais motores do crescimento econômico do governo Lula (2003-2010), em detrimento dos investimento na indústria - em 2010, o PIB teve alta de 7,5% e o consumo, de 10,8%.
Naquele momento, eram comuns casos de brasileiros que aproveitavam o crédito fácil e a redução de impostos para comprar uma TV de tela plana ou um eletrodoméstico de última geração.
No entanto, como explica o economista da Guide Investimentos Ignacio Crespo, não é necessário trocar de TV todo ano e, com o agravamento da situação econômica, esse componente foi perdendo peso no PIB. Em 2015, ele caiu 4%.
Para Crespo, a retração dos gastos, exposta nos resultados do primeiro trimestre, chega a um ponto mais crítico, onde as pessoas não apenas adiam a geladeira nova, mas deixam de comprar certos produtos no supermercado.
DESEMPREGO
O fato de muitas pessoas não encontrarem emprego é preocupante, mas de que forma isso entra no resultado do PIB?
O desemprego não é um componente do indicador, mas permeia a sua formação. Ele é, como define o professor do Instituto de Economia da Unicamp Pedro Rossi, um sinal que aponta para a situação de outros setores.
"É um sintoma de que o sistema econômico não está funcionando direito."
Seguindo o raciocínio de Rossi, as demissões estão relacionadas, por exemplo, à queda no investimento das empresas, que não consideram o momento bom para produzir mais e cortam custos.
Além disso, o desemprego também pode estar ligado à redução nos gastos do governo, outro integrante do PIB, que afeta o funcionalismo público e as empresas que têm contratos com o Estado.
A situação do mercado de trabalho também é determinante para o consumo das famílias. Quando o emprego é garantido, as pessoas se sentem mais confortáveis para comprar, o que ajuda o PIB a ir melhor.
INDÚSTRIA E SERVIÇOS
A indústria é um dos setores que mais sofrem com a crise econômica. No PIB do ano passado, registrou queda de 6,2%, enquanto serviços tiveram retração de 2,7% e a agropecuária cresceu 1,8%.
Mas, na prática, quais são as consequências de esses setores estarem indo mal? O primeiro efeito é o corte de vagas, principalmente na indústria. No ano passado, ela foi responsável por quase 40% das demissões, segundo dados do Caged, do Ministério do Trabalho.
No entanto, mais do que o número de postos, os problemas se refletem na saída de pessoas qualificadas e na queda de qualidade das vagas oferecidas, explica o professor do Instituto de Economia da Unicamp Pedro Rossi.
"Todos os países avançados tiveram uma fase de avanço industrial, o que implicou ganho de tecnologia e produtividade, e uma estrutura de emprego com melhor qualidade. A indústria demanda serviços mais sofisticados e emprega pessoas com melhor formação, o que é prejudicado quando ela vai mal."
Outra consequência dos problemas no setor, especificamente da demanda menor dos consumidores, seria um barateamento dos produtos, diz o economista da MCM Consultores Antonio Madeira. Segundo ele, quem puder pagar, vai poder aproveitar alguns descontos. O mesmo vale para os serviços.
A grande diferença entre esses dois segmentos fica por conta do emprego. No caso dos serviços, a mão de obra não costuma ser tão qualificada.
Com os cortes na indústria nos últimos anos, o setor se tornou um refúgio dos desempregados, justamente por ser de mais fácil entrada. Madeira exemplifica: com o dinheiro de uma rescisão, uma pessoa pode comprar um carro para ser motorista do aplicativo Uber, sem custo ou formação a mais.
"É uma válvula de escape. Uma piora no mercado de trabalho formal levou os que perderam o emprego a buscar alternativas e aí abriram mão de seguro, de carteira assinada."
A "uberização" da economia, como define Madera, pode estar chegando ao limite, com o setor de serviços saturado e demitindo.
A economista da Tendências Consultoria Alessandra Ribeiro diz que até 2014 a lógica de correr para os serviços funcionou bem, mas que desde 2015 as demissões tornaram-se mais intensas.
Dados de janeiro da Sondagem de Serviços da Fundação Getulio Vargas apontam que 27% das empresas de serviços administrativos e complementares planejavam demitir até abril.
"A expectativa é que continue assim. Até porque foi um setor que entrou por último (nos cortes), depois de indústria e construção", diz Ribeiro.
GASTOS DO GOVERNO
Um dos componentes do PIB que parecem mais distantes do dia a dia dos brasileiros são os gastos do governo com bens e serviços.
Apontado como vilão pelo alto nível de endividamento do país, o gasto público representa cerca de 20% do indicador.
Seus impactos vão de negócios com grandes empresas - muitas dependentes de contratos públicos - a serviços de educação e saúde, passando pelos milhares de funcionários do Estado.
Quando essas despesas são reduzidas, como pretende a equipe econômica do presidente interino Michel Temer, toda essa estrutura é afetada.
Possíveis benesses e prejuízos desses cortes dividem os economistas.
Para o professor da Unicamp Pedro Rossi, o Estado é o "grande gastador do sistema" e mexer nos seus gastos é prejudicar partes importantes da economia.
"Ele emprega muita gente. Se contrair ou cortar (os gastos), é um setor muito grande que vai ter menos renda. Mesmo que você não esteja diretamente ligado ao governo, o seu entorno econômico tem relação com ele. Toda a sociedade sente o corte."
Ao explicar a reação em cadeia, Rossi cita o exemplo de um estudante que para de receber a bolsa do governo e, por isso, deixa de ir ao bar. Sem esse e outros clientes universitários, o dono do boteco tem uma diminuição do movimento e decide demitir.
O funcionário dispensado, sem renda e com medo de assumir dívidas, para de comprar. Outros na mesma situação também põem o pé no freio e afetam a demanda das empresas, que não investem e demitem mais gente.
Outro efeito dessa retração do Estado seria, para Rossi, a diminuição da qualidade do serviço público, obrigando as pessoas a recorrer a planos de saúde, por exemplo.
Para outros economistas entrevistados, a proposta de Temer de mexer nos recursos destinados à saúde e educação não deve causar a precarização dessas áreas, mas pode estimular sua eficiência.
"É mais uma questão gerencial. Além da receita, é preciso a melhor aplicação dos recursos, ter maior controle", diz Antonio Madera.
O economista afirma que gastos públicos como seguro-desemprego, programas sociais e aposentadorias servem como "estabilizadores" da economia, ao darem garantias para os trabalhadores. No entanto, pondera que o nível de despesas do governo já havia ultrapassado o aceitável.
Para Alessandra Ribeiro, da Tendências Consultoria, os gastos do governo contribuem para um PIB melhor, mas minam a capacidade de fazer bem à economia ao ultrapassar as receitas.
"Gastos menores com saúde e educação contribuem, sim, para um PIB mais fraco. O governo pode gastar, mas quando tem como financiar. A renda está caindo muito, a arrecadação está caindo e os gastos estão subindo. É por isso estamos com esse deficit de R$ 170 bilhões. E com isso todo mundo perde", diz.
Fonte: Folha Online - 01/06/2016
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