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Com tapa na mesa, Temer diz que sabe governar e já ′tratou com bandidos′
Publicado em 25/05/2016 , por GUSTAVO URIBE e MARINA DIAS
O presidente interino, Michel Temer, fez nesta terça-feira (24) um discurso exaltado em que afirmou que sabe governar, não é "coitadinho" e já "tratou com bandidos" quando foi secretário de Segurança Pública de São Paulo.
"Tenho ouvido: ′Temer está muito frágil, coitadinho, não sabe governar′. Conversa! Fui secretário de Segurança duas vezes em São Paulo e tratava com bandidos", afirmou batendo com uma das mãos sobre a mesa. "Então eu sei o que fazer no governo", completou.
De perfil calmo e bastante discreto, Temer surpreendeu os parlamentares da base aliada que se reuniram com ele no Palácio do Planalto para discutir medidas econômicas e a votação no Congresso da nova meta fiscal.
Para responder as críticas que seu governo tem sofrido da oposição, de que comete erros e recuos constantes, o presidente interino disse que sua equipe não tem que ter compromisso com erros. E explicou: "Quando houver equívoco, tem que rever a posição. Se fizer [o equívoco], conserta-lo-ei".
Após reunião com Temer, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) foi questionado por jornalistas se Temer se referia à classe política ou aos movimentos sociais quando fez referência aos "bandidos" que tratou em sua gestão como secretário de segurança, na década de 1980 e 1990.
Segundo Geddel, Temer se referia "à pressão que enfrentou no período" e, portanto, "não cabe novas ilações".
"Ele [Temer] já enfrentou problemas e tem estofo para aguentar qualquer tipo de pressão com diálogo e firmeza, sem violência. Ele está absolutamente preparado para enfrentar as pressões que o cargo impõe", disse o ministro.
Desde que tomou posse, na sexta-feira (13), Temer tem sofrido críticas por declarações de ministros que precisou rever, como por exemplo a do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que propôs uma nova forma de escolha para procurador-geral da República. Temer desautorizou o aliado.
Além disso, ele foi criticado por ter extinguido e depois recriado o Ministério da Cultura, por não ter nomeado nenhuma mulher para seu ministério, entre outras.
*
JOGO DOS SETE RECUOS
Com sete dias úteis de vida, governo interino de Temer acumula tropeços
MINISTÉRIO SANFONA
A ideia de reduzir o número de pastas tinha sido abandonada para abrigar aliados. Após críticas, Temer optou pelo corte de 32 para 26 ministérios
MUNDO FEMININO
A polêmica sobre a composição da Esplanada levou o presidente a dizer que mulheres teriam destaque em outros cargos. Ele nomeou duas delas para BNDES e Direitos Humanos
LÍNGUA SOLTA 1
Em entrevista à Folha, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou ser preciso rever a cobertura do SUS. Depois, voltou atrás
LÍNGUA SOLTA 2
Também à Folha, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que o método de eleição do procurador-geral da República poderia ser revisto. No dia seguinte, Temer desmentiu o ministro
BANDEIRA RETRÔ
Considerada conservadora, marca do governo divulgada usava versão desatualizada da bandeira do Brasil, com 22 estrelas; publicitário declarou que imagem não estava finalizada
VAZAMENTO
Conversa do ministro do Planejamento Romero Jucá com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, revelada pela Folha, sugere "pacto" para parar Lava Jato; nomeado há dez dias, o ministro se licenciou
CULTURA
A decisão de Temer de acabar com o Ministério da Cultura gerou protestos de intelectuais e artistas –vários prédios públicos relacionados à pasta, como a Funarte, foram ocupados por manifestantes contrários à decisão. O peemedebista recuou e trouxe de volta o Minc.
"Tenho ouvido: ′Temer está muito frágil, coitadinho, não sabe governar′. Conversa! Fui secretário de Segurança duas vezes em São Paulo e tratava com bandidos", afirmou batendo com uma das mãos sobre a mesa. "Então eu sei o que fazer no governo", completou.
De perfil calmo e bastante discreto, Temer surpreendeu os parlamentares da base aliada que se reuniram com ele no Palácio do Planalto para discutir medidas econômicas e a votação no Congresso da nova meta fiscal.
Para responder as críticas que seu governo tem sofrido da oposição, de que comete erros e recuos constantes, o presidente interino disse que sua equipe não tem que ter compromisso com erros. E explicou: "Quando houver equívoco, tem que rever a posição. Se fizer [o equívoco], conserta-lo-ei".
Após reunião com Temer, o ministro Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) foi questionado por jornalistas se Temer se referia à classe política ou aos movimentos sociais quando fez referência aos "bandidos" que tratou em sua gestão como secretário de segurança, na década de 1980 e 1990.
Segundo Geddel, Temer se referia "à pressão que enfrentou no período" e, portanto, "não cabe novas ilações".
"Ele [Temer] já enfrentou problemas e tem estofo para aguentar qualquer tipo de pressão com diálogo e firmeza, sem violência. Ele está absolutamente preparado para enfrentar as pressões que o cargo impõe", disse o ministro.
Desde que tomou posse, na sexta-feira (13), Temer tem sofrido críticas por declarações de ministros que precisou rever, como por exemplo a do ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que propôs uma nova forma de escolha para procurador-geral da República. Temer desautorizou o aliado.
Além disso, ele foi criticado por ter extinguido e depois recriado o Ministério da Cultura, por não ter nomeado nenhuma mulher para seu ministério, entre outras.
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JOGO DOS SETE RECUOS
Com sete dias úteis de vida, governo interino de Temer acumula tropeços
MINISTÉRIO SANFONA
A ideia de reduzir o número de pastas tinha sido abandonada para abrigar aliados. Após críticas, Temer optou pelo corte de 32 para 26 ministérios
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A polêmica sobre a composição da Esplanada levou o presidente a dizer que mulheres teriam destaque em outros cargos. Ele nomeou duas delas para BNDES e Direitos Humanos
LÍNGUA SOLTA 1
Em entrevista à Folha, o ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), afirmou ser preciso rever a cobertura do SUS. Depois, voltou atrás
LÍNGUA SOLTA 2
Também à Folha, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, afirmou que o método de eleição do procurador-geral da República poderia ser revisto. No dia seguinte, Temer desmentiu o ministro
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A decisão de Temer de acabar com o Ministério da Cultura gerou protestos de intelectuais e artistas –vários prédios públicos relacionados à pasta, como a Funarte, foram ocupados por manifestantes contrários à decisão. O peemedebista recuou e trouxe de volta o Minc.
Fonte: Folha Online - 24/05/2016
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