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Produção industrial recua 11,4% em março e completa 25 meses de queda
Publicado em 04/05/2016 , por LUCAS VETTORAZZO
A produção industrial brasileira teve uma queda de 11,4% em março em relação ao mesmo mês do ano passado, divulgou nesta terça-feira (3) o IBGE.
O resultado completa o 25º mês consecutivo de queda na produção brasileira, superando a marca de dois anos de recuo ininterrupto.
O centro das expectativas da agência internacional Bloomberg apontava para recuo de 10,8%.
A queda da produção havia sido de 9,8% em fevereiro, na comparação anual. Em janeiro, havia sido ainda maior, de 13,7%, também na comparação com o mesmo período de 2015.
A sequência negativa tão longa nunca foi vista pela atual série histórica da pesquisa do IBGE, apurada desde o início de 2003.
Nos três primeiros meses deste ano, a queda da produção foi de 11,7%, na comparação anual.
Foi o pior primeiro trimestre da indústria desde 2009, quando houve queda de 14,3% na produção e o país vivia sob o impacto da crise econômica mundial.
O nível de produção atual é semelhante ao de janeiro de 2009 e está 20,5% abaixo do melhor resultado já verificado no país, em junho de 2013.
CENÁRIO
A indústria foi um dos setores que primeiro começou a sofrer com a crise econômica e o recuo do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil.
A falta de investimentos e o consumo das famílias em baixa contribuíram para o resultado negativo. O cenário desfavorável se apoia principalmente no aumento do desemprego, redução da renda média do trabalhador, inflação em alta e crédito mais caro.
A crise política tem sua parcela de responsabilidade no cenário ruim. Segundo o gerente da coordenação da Indústria do IBGE, André Luiz Macedo, em momentos de incerteza as decisões de investimentos e de consumo são adiadas, fator que dificulta a retomada do setor.
Ele afirma que é cedo para determinar se a possível mudança da presidente da república irá ajudar a melhorar a situação da indústria.
"Não é possível mensurar esse impacto, mas dado o ambiente de incerteza há uma natural retração nas decisões de investimento e de consumo por parte das famílias. O que se tem até o momento é um setor industrial com comportamento marcadamente negativo. É claro que qualquer eliminação de incertezas pode ter reflexo [positivo], mas é algo que a gente tem que aguardar", disse.
No intervalo de um ano -entre março deste ano e igual mês de 2015-, os setores da indústria que mais perderam produção foram bens de capital (-24,5%) e bens de consumo duráveis (-24,3%). Esses dois segmentos são os únicos que, assim como o índice geral, acumulam queda de 25 meses seguidos.
Os segmentos de veículos e automóveis (-23,8%) e das indústrias extrativas (-16,6%) permanecem na liderança dos que mais perdem com a crise.
Enquanto a indústria extrativa ainda sofre a reboque da redução recente do preço de commodities como minério de ferro e petróleo, a situação dos automóveis decorre do encarecimento do crédito e o desemprego.
MENSAL
Na comparação de março com fevereiro, a produção avançou 1,4%. Foi o melhor resultado desde janeiro de 2014, quando houve alta de 1,8%. A estimativa dos economistas e instituições financeiras ouvidos pela Bloomberg era de avanço de 1,5%.
De acordo com Macedo, a alta não significa o início de uma retomada.
Ela é efeito de uma base de comparação muito alta-as quedas verificadas em 2015 foram tão grandes que a melhora na produção não é necessariamente uma boa notícia.
Além da questão estatística, Macedo lembrou que houve melhora, ainda que tímida, nos estoques de setores como informática e produtos alimentícios.
Houve melhora, também pontual, em setores voltados para a exportação, com a valorização do dólar, como celulose e carnes.
"Dado que o cenário não mudou, a alta é efeito da base de comparação. Tivemos perdas importantes em 2015 e isso explica a magnitude do avanço. Em nada muda a leitura que vínhamos fazendo de que o setor industrial está com ritmo mais lento", disse.
O resultado completa o 25º mês consecutivo de queda na produção brasileira, superando a marca de dois anos de recuo ininterrupto.
O centro das expectativas da agência internacional Bloomberg apontava para recuo de 10,8%.
A queda da produção havia sido de 9,8% em fevereiro, na comparação anual. Em janeiro, havia sido ainda maior, de 13,7%, também na comparação com o mesmo período de 2015.
A sequência negativa tão longa nunca foi vista pela atual série histórica da pesquisa do IBGE, apurada desde o início de 2003.
Nos três primeiros meses deste ano, a queda da produção foi de 11,7%, na comparação anual.
Foi o pior primeiro trimestre da indústria desde 2009, quando houve queda de 14,3% na produção e o país vivia sob o impacto da crise econômica mundial.
O nível de produção atual é semelhante ao de janeiro de 2009 e está 20,5% abaixo do melhor resultado já verificado no país, em junho de 2013.
CENÁRIO
A indústria foi um dos setores que primeiro começou a sofrer com a crise econômica e o recuo do PIB (Produto Interno Bruto) no Brasil.
A falta de investimentos e o consumo das famílias em baixa contribuíram para o resultado negativo. O cenário desfavorável se apoia principalmente no aumento do desemprego, redução da renda média do trabalhador, inflação em alta e crédito mais caro.
A crise política tem sua parcela de responsabilidade no cenário ruim. Segundo o gerente da coordenação da Indústria do IBGE, André Luiz Macedo, em momentos de incerteza as decisões de investimentos e de consumo são adiadas, fator que dificulta a retomada do setor.
Ele afirma que é cedo para determinar se a possível mudança da presidente da república irá ajudar a melhorar a situação da indústria.
"Não é possível mensurar esse impacto, mas dado o ambiente de incerteza há uma natural retração nas decisões de investimento e de consumo por parte das famílias. O que se tem até o momento é um setor industrial com comportamento marcadamente negativo. É claro que qualquer eliminação de incertezas pode ter reflexo [positivo], mas é algo que a gente tem que aguardar", disse.
No intervalo de um ano -entre março deste ano e igual mês de 2015-, os setores da indústria que mais perderam produção foram bens de capital (-24,5%) e bens de consumo duráveis (-24,3%). Esses dois segmentos são os únicos que, assim como o índice geral, acumulam queda de 25 meses seguidos.
Os segmentos de veículos e automóveis (-23,8%) e das indústrias extrativas (-16,6%) permanecem na liderança dos que mais perdem com a crise.
Enquanto a indústria extrativa ainda sofre a reboque da redução recente do preço de commodities como minério de ferro e petróleo, a situação dos automóveis decorre do encarecimento do crédito e o desemprego.
MENSAL
Na comparação de março com fevereiro, a produção avançou 1,4%. Foi o melhor resultado desde janeiro de 2014, quando houve alta de 1,8%. A estimativa dos economistas e instituições financeiras ouvidos pela Bloomberg era de avanço de 1,5%.
De acordo com Macedo, a alta não significa o início de uma retomada.
Ela é efeito de uma base de comparação muito alta-as quedas verificadas em 2015 foram tão grandes que a melhora na produção não é necessariamente uma boa notícia.
Além da questão estatística, Macedo lembrou que houve melhora, ainda que tímida, nos estoques de setores como informática e produtos alimentícios.
Houve melhora, também pontual, em setores voltados para a exportação, com a valorização do dólar, como celulose e carnes.
"Dado que o cenário não mudou, a alta é efeito da base de comparação. Tivemos perdas importantes em 2015 e isso explica a magnitude do avanço. Em nada muda a leitura que vínhamos fazendo de que o setor industrial está com ritmo mais lento", disse.
Fonte: Folha Online - 03/05/2016
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