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Brasil pode precisar aumentar impostos, diz ex-presidente do BC
Publicado em 20/04/2016 , por ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
Um dia depois de a Câmara aprovar o pedido de impeachment contra a presidente Dilma, Henrique Meirelles, um dos cotados para a Fazenda em um eventual governo Michel Temer, já a dava a página por virada.
"É importante olhar para a frente", disse o ex-presidente do BC em evento em Nova York nesta segunda (18).
Sobre a possibilidade de assumir a Fazenda, Meirelles disse que "não comenta nenhum tipo de conversa particular". Indicou, contudo, o que faria para "assegurar que o Estado brasileiro recupere a confiança".
O ex-presidente do Banco Central não descarta a hipótese de aumentar impostos, o que "talvez seja necessário, mas claramente temporário".
A lista de Meirelles inclui ainda a reforma tributária. Para ele, o calcanhar de Aquiles do país está mais na complexidade tributária do que no tamanho dessa carga, o que afeta empresas e afugenta investimentos do país.
Sem as reformas necessárias, não espere um PIB fortalecido em dez anos, alertou o presidente do BC.
Na sua apresentação, ele projetou três cenários para a expansão do PIB na próxima década: 1,2% se nada for feito, 2,6% com ajustes básicos e 4% com reformas efetivas.
FUTURO INCERTO
Também presente ao evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, o secretário de Política Econômica, Manoel Carlos de Castro Pires, disse que é preciso pensar "a curto, médio e longo prazo" e "atravessar a tempestade política para chegar ao verão".
Nomeado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, há quatro meses, Pires disse à Folha que a ordem é "continuar trabalhando", ainda que o futuro da atual administração seja incerto.
"Independentemente da crise, vamos deixar a agenda necessária [para a recuperação da economia]. Os desafios econômicos são os mesmos, seja qual governo for."
O secretário tentava passar algum otimismo para a plateia de investidores. Ele próprio, contudo, elencava dados pífios do desempenho da economia nacional.
Caso se cumpra a previsão de queda do PIB pelo segundo ano consecutivo, após encolhimento de 3,8% em 2015, será um fato inédito desde os anos 1930.
Pires afirmou que era "difícil dar à agenda econômica a importância que ela precisa", mas, assim que a "tempestade" passasse, o governo apresentaria políticas para "retomar o caminho do crescimento", entre elas a reforma da Previdência.
MAIS AUSTERIDADE
Carlos Kawall, economista-chefe do Safra, que também esteve no encontro, pediu "mais austeridade" e menos crédito subsidiado. "Estamos exatamente no tipo de situação pela qual países europeus passaram", disse, lembrando de crises em Portugal e Grécia.
Sugeriu a adoção de medidas impopulares, como redução de salário por meio de jornadas parciais de trabalho.
Para Kawall, a "bala de prata" na crise seria uma emenda constitucional que desse ao governo mais mobilidade para cortar despesas orçamentárias.
"É importante olhar para a frente", disse o ex-presidente do BC em evento em Nova York nesta segunda (18).
Sobre a possibilidade de assumir a Fazenda, Meirelles disse que "não comenta nenhum tipo de conversa particular". Indicou, contudo, o que faria para "assegurar que o Estado brasileiro recupere a confiança".
O ex-presidente do Banco Central não descarta a hipótese de aumentar impostos, o que "talvez seja necessário, mas claramente temporário".
A lista de Meirelles inclui ainda a reforma tributária. Para ele, o calcanhar de Aquiles do país está mais na complexidade tributária do que no tamanho dessa carga, o que afeta empresas e afugenta investimentos do país.
Sem as reformas necessárias, não espere um PIB fortalecido em dez anos, alertou o presidente do BC.
Na sua apresentação, ele projetou três cenários para a expansão do PIB na próxima década: 1,2% se nada for feito, 2,6% com ajustes básicos e 4% com reformas efetivas.
FUTURO INCERTO
Também presente ao evento organizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA, o secretário de Política Econômica, Manoel Carlos de Castro Pires, disse que é preciso pensar "a curto, médio e longo prazo" e "atravessar a tempestade política para chegar ao verão".
Nomeado pelo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, há quatro meses, Pires disse à Folha que a ordem é "continuar trabalhando", ainda que o futuro da atual administração seja incerto.
"Independentemente da crise, vamos deixar a agenda necessária [para a recuperação da economia]. Os desafios econômicos são os mesmos, seja qual governo for."
O secretário tentava passar algum otimismo para a plateia de investidores. Ele próprio, contudo, elencava dados pífios do desempenho da economia nacional.
Caso se cumpra a previsão de queda do PIB pelo segundo ano consecutivo, após encolhimento de 3,8% em 2015, será um fato inédito desde os anos 1930.
Pires afirmou que era "difícil dar à agenda econômica a importância que ela precisa", mas, assim que a "tempestade" passasse, o governo apresentaria políticas para "retomar o caminho do crescimento", entre elas a reforma da Previdência.
MAIS AUSTERIDADE
Carlos Kawall, economista-chefe do Safra, que também esteve no encontro, pediu "mais austeridade" e menos crédito subsidiado. "Estamos exatamente no tipo de situação pela qual países europeus passaram", disse, lembrando de crises em Portugal e Grécia.
Sugeriu a adoção de medidas impopulares, como redução de salário por meio de jornadas parciais de trabalho.
Para Kawall, a "bala de prata" na crise seria uma emenda constitucional que desse ao governo mais mobilidade para cortar despesas orçamentárias.
Fonte: Folha Online - 19/04/2016
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