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Caixa Econômica elevou juros sob pressão de bancos privados
Publicado em 08/04/2016 , por MACHADO DA COSTA
Executivos dos grandes bancos privados procuraram a Caixa Econômica Federal para pedir a elevação dos juros do crédito imobiliário. A Folha apurou que a solicitação, ocorrida durante reunião no início de março, influenciou a decisão do banco estatal de subir as taxas, no dia 28 do mês passado.
Com os constantes saques na poupança, as instituições privadas vêm enfrentando o esgotamento da fonte de recursos menos onerosa para as operações de financiamento da casa própria.
A fim de manter a oferta de crédito imobiliário, a saída tem sido lançar mão de recursos mais caros, o que torna os empréstimos mais salgados para o mutuário.
Ao pedir à Caixa que também elevasse suas taxas, os grandes bancos buscavam a convergência de juros no mercado e a garantia de competição no setor.
A Caixa é o principal agente de financiamento imobiliário no país, com uma participação de mercado acima de 67% e o único a ainda ter recursos para bancar empréstimos mais baratos.
Oficialmente, a Caixa afirma que a elevação das taxas foi provocada pela queda do saldo da poupança, que pressionou o custo de captação de recursos pelo banco. A assessoria não confirmou o encontro com representantes dos grandes bancos privados.
O presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho, associação que representa as instituições financeiras no segmento imobiliário, afirma que não pode comentar o teor da reunião porque não participou dela.
Procurada, a Febraban, federação dos bancos, não se pronunciou. Segundo ela, a entidade competente para o assunto é a Abecip.
POUPANÇA
De acordo com a Abecip, a retirada líquida de recursos da poupança somou R$ 16 bilhões apenas nos dois primeiros meses de 2016. Na comparação em 12 meses, o sal- do apresentou queda de 3,7% em fevereiro deste ano em relação a igual período do ano passado.
Duarte afirma que os bancos estão pressionados pelo esgotamento dos recursos da poupança. "Anualmente, cerca de R$ 50 bilhões são liberados pelas amortizações dos empréstimos. Mas a retirada de recursos da poupança tem pressionado as instituições. Hoje, o funding [recurso] restante são as LCI [Letras de Crédito Imobiliário]", diz.
Essas letras são títulos de renda fixa adquiridos por investidores nos bancos, e os valores são revertidos para o financiamento de imóveis. Nesse segmento, as operações costumam ter taxas entre um e dois pontos percentuais acima dos contratos com recursos da caderneta de poupança.
Enquanto os bancos privados buscam recursos em ativos mais caros, a Caixa vem ampliando suas operações com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que é uma fonte mais barata de recursos para o crédito imobiliário.
"Para os bancos privados, se o custo médio é maior, isso tem que ser repassado", diz Duarte. "A Caixa é mais do que um banco hipotecário, é um operador de recursos sociais", afirma ele.
Com os constantes saques na poupança, as instituições privadas vêm enfrentando o esgotamento da fonte de recursos menos onerosa para as operações de financiamento da casa própria.
A fim de manter a oferta de crédito imobiliário, a saída tem sido lançar mão de recursos mais caros, o que torna os empréstimos mais salgados para o mutuário.
Ao pedir à Caixa que também elevasse suas taxas, os grandes bancos buscavam a convergência de juros no mercado e a garantia de competição no setor.
A Caixa é o principal agente de financiamento imobiliário no país, com uma participação de mercado acima de 67% e o único a ainda ter recursos para bancar empréstimos mais baratos.
Oficialmente, a Caixa afirma que a elevação das taxas foi provocada pela queda do saldo da poupança, que pressionou o custo de captação de recursos pelo banco. A assessoria não confirmou o encontro com representantes dos grandes bancos privados.
O presidente da Abecip, Gilberto Duarte de Abreu Filho, associação que representa as instituições financeiras no segmento imobiliário, afirma que não pode comentar o teor da reunião porque não participou dela.
Procurada, a Febraban, federação dos bancos, não se pronunciou. Segundo ela, a entidade competente para o assunto é a Abecip.
POUPANÇA
De acordo com a Abecip, a retirada líquida de recursos da poupança somou R$ 16 bilhões apenas nos dois primeiros meses de 2016. Na comparação em 12 meses, o sal- do apresentou queda de 3,7% em fevereiro deste ano em relação a igual período do ano passado.
Duarte afirma que os bancos estão pressionados pelo esgotamento dos recursos da poupança. "Anualmente, cerca de R$ 50 bilhões são liberados pelas amortizações dos empréstimos. Mas a retirada de recursos da poupança tem pressionado as instituições. Hoje, o funding [recurso] restante são as LCI [Letras de Crédito Imobiliário]", diz.
Essas letras são títulos de renda fixa adquiridos por investidores nos bancos, e os valores são revertidos para o financiamento de imóveis. Nesse segmento, as operações costumam ter taxas entre um e dois pontos percentuais acima dos contratos com recursos da caderneta de poupança.
Enquanto os bancos privados buscam recursos em ativos mais caros, a Caixa vem ampliando suas operações com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), que é uma fonte mais barata de recursos para o crédito imobiliário.
"Para os bancos privados, se o custo médio é maior, isso tem que ser repassado", diz Duarte. "A Caixa é mais do que um banco hipotecário, é um operador de recursos sociais", afirma ele.
Fonte: Folha Online - 08/04/2016
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