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Produção de cerveja cai 18% em março no Brasil
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Produção de cerveja cai 18% em março no Brasil

Publicado em 04/04/2016

A produção de cerveja no Brasil caiu 17,9% em março deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados do Sistema de Controle da Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal, divulgados nesta sexta-feira (1º).

Ao todo, foram produzidos 916,9 milhões litros em março de 2016 ante 1,129 bilhão de litros no mesmo mês do ano passado.

Na comparação de março com o mês imediatamente anterior, a queda foi de 18,8%. Já no acumulado deste ano, o país produziu 3,34 bilhões de litros de cerveja, queda de 6,6% na comparação com o mesmo período de 2015.

Para o diretor executivo da CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja), Paulo de Tarso Petroni, o desempenho fraco comprova a relação forte do setor com a disponibilidade de renda do consumidor. Ele cita inflação elevada, crescimento do desemprego e juros altos como fatores que "estão comendo cada vez mais a parcela de dinheiro que a população destina ao consumo".

"As temperaturas em geral foram mais altas nesse ano do que em março de 2015, as condições climáticas poderiam ter dado um impulso, mas foram sobrepostas pelo baixo consumo, acelerando a deterioração do segmento", diz Petroni. Segundo ele, não há registros anteriores de uma queda tão expressiva na produção.

O aumento de tributos estaduais e questões cambiais também pesaram na elevação do preço do produto final, afirma Petroni. "As empresas optaram por repassar esses aumentos para o consumidor para conseguirem lidar com a situação".

Ele explica que dois terços da matéria-prima do setor (a cevada) são importados do Cone Sul (como Argentina e Uruguai) e da Europa, e que todo o lúpulo utilizado na produção também vem de fora.

PERSPECTIVAS

Para analistas do BTG Pactual, as perspectivas de crescimento do setor no Brasil continuam desafiadoras, com a situação macroeconômica pesando sobre a renda disponível dos consumidores.

"Reiteramos o neutro no papel, lembrando que crescimento é um dos principais catalisadores de criação de valor da companhia", disseram os analistas em nota a clientes em referência às ações da Ambev, que tem participação de quase 70% do mercado brasileiro de cerveja.

A CervBrasil não divulga projeções para o setor. Petroni diz que as empresas vão precisar inovar nas embalagens, produtos e formas de distribuição para que "caibam dentro do poder de consumo da população".

A produção de refrigerantes também recuou. Em março de 2016 foram produzidos 1,175 bilhão de litros, queda de 5,4% ante o mesmo mês do ano passado.

Fonte: Folha Online - 01/04/2016

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