<
Voltar para notícias
1624
pessoas já leram essa notícia
Financiamento ao consumidor deve ter segundo ano de queda real
Publicado em 30/03/2016
Receio de especialistas é que a baixa atividade de estímulo ao crédito derrube a economia mais uma vez no ano que vem
Principal alavanca do consumo, o crédito para o consumidor deve voltar a recuar este ano, como aconteceu em 2015. Segundo analistas, a recessão e o aumento do desemprego reduzem a confiança do consumidor para assumir financiamentos e dos bancos para conceder novos empréstimos, num cenário de juro alto e de inadimplência crescente.
O ano de 2016 será um dos piores para o crédito ao consumidor", prevê o diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira. Essa também é a avaliação do presidente da Acrefi, associação que reúne as financeiras, Érico Ferreira, e de Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, especializada em análise de crédito.
Nas contas de Silveira, a retração no saldo das operações de crédito ao consumidor com recursos livres, que incluem cheque especial, crédito pessoal, cartão de crédito, veículos e outros bens deve encerrar o ano com queda de 7%, descontada a inflação. O saldo da carteira de crédito ao consumidor com recursos livres terminou 2015 em R$ 793 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC).
Se as projeções se confirmarem, em dois anos - 2015 e 2016 - o tombo no crédito ao consumidor será de 15%, em termos reais. "É queda sobre queda", ressalta Silveira. Ele observa que esse desempenho ruim tem desdobramentos na atividade e pode derrubar a economia mais uma vez em 2017. O economista sustenta essa previsão no fato de que o recuo no crédito ao consumidor registrado no ano passado foi responsável por quase a metade da retração de 4% do consumo das famílias no Produto Interno Bruto (PIB) de 2015.
Dados do início do ano já indicam que 2016 será de recuo no financiamento ao consumidor. Por ora, a cautela no crédito é maior por parte de quem empresta do que do consumidor, que também tem receio de se endividar.
Segundo cálculos feitos a partir de dados do BC, em janeiro o volume de concessões de crédito livre voltado ao consumidor caiu 17,5% ante igual mês de 2015, descontada a inflação do período. Enquanto isso, a demanda por crédito apurada pela Serasa Experian, que mede o número de solicitações de consumidores - aprovadas ou não - teve retração de 2,6% ante janeiro de 2015. "A oferta de crédito por parte do bancos está tendo uma queda brutal, se comparada com a procura por parte dos consumidores, que também encolheu", diz Rabi, da Serasa Experian.
Financiamentos de veículos novos sofrem queda de 22% em fevereiro
O medo de emprestar e não ter o dinheiro de volta fez as instituições financeiras não só ficarem mais rigorosas na aprovação de financiamentos, mas também embutirem um risco maior de calote nas taxas. Rabi observa que o spread (diferença entre o custo de captação e de empréstimo do financiamento), teve forte alta nos últimos 12 meses.
Em janeiro de 2015, o spread estava em 39,9% ao ano e subiu para 53,3% no mesmo mês de 2016, aponta o BC. A diferença de 13,4 pontos porcentuais supera de longe o aumento da inadimplência do consumidor, que subiu quase um ponto porcentual entre janeiro de 2015 e o mesmo mês deste ano, de 5,3% para 6,2%. O calote é um dos componentes do spread bancário.
′′O Itaú Unibanco, um dos maiores bancos privados do País, por exemplo, informa, por meio de nota, que diante desse cenário passou a priorizar produtos com menor perfil de risco, como financiamento imobiliário e crédito consignado e confirma que "no ambiente atual de desaceleração, a demanda por crédito é menor".
Veículos
No caso do crédito para veículos, as concessões para compra de carro usado devem recuar cerca de 40% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2015, prevê o presidente da Acrefi. Segundo Ferreira, 50% da retração do crédito ocorre por causa da queda na procura e a outra metade porque os bancos estão mais rigorosos na aprovação dos financiamentos. "Antes, de cada 100 solicitações para carro usado 25 eram aprovadas. Hoje, 15 têm sinal verde."
Em 2015, o saldo para crédito de veículos caiu 9% em termos nominais e para este ano Silveira prevê retração de 10%.
Para comprar o carro zero, os brasileiros estão trocando os financiamentos por consórcio. Em 2015, foram vendidas quase 1 milhão de cotas de consórcio, volume 11,1% maior do que em 2014, segundo a Abac, associação que reúne as administradoras de consórcios. "Estamos na contramão da crise", diz o presidente da Abac, Paulo Rossi.
Com o orçamento apertado, o brasileiro substituiu o imediatismo do financiado pelo consórcio, que requer espera para levar para casa o carro com um custo menor.
Principal alavanca do consumo, o crédito para o consumidor deve voltar a recuar este ano, como aconteceu em 2015. Segundo analistas, a recessão e o aumento do desemprego reduzem a confiança do consumidor para assumir financiamentos e dos bancos para conceder novos empréstimos, num cenário de juro alto e de inadimplência crescente.
O ano de 2016 será um dos piores para o crédito ao consumidor", prevê o diretor de pesquisa econômica da GO Associados, Fabio Silveira. Essa também é a avaliação do presidente da Acrefi, associação que reúne as financeiras, Érico Ferreira, e de Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, especializada em análise de crédito.
Nas contas de Silveira, a retração no saldo das operações de crédito ao consumidor com recursos livres, que incluem cheque especial, crédito pessoal, cartão de crédito, veículos e outros bens deve encerrar o ano com queda de 7%, descontada a inflação. O saldo da carteira de crédito ao consumidor com recursos livres terminou 2015 em R$ 793 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC).
Se as projeções se confirmarem, em dois anos - 2015 e 2016 - o tombo no crédito ao consumidor será de 15%, em termos reais. "É queda sobre queda", ressalta Silveira. Ele observa que esse desempenho ruim tem desdobramentos na atividade e pode derrubar a economia mais uma vez em 2017. O economista sustenta essa previsão no fato de que o recuo no crédito ao consumidor registrado no ano passado foi responsável por quase a metade da retração de 4% do consumo das famílias no Produto Interno Bruto (PIB) de 2015.
Dados do início do ano já indicam que 2016 será de recuo no financiamento ao consumidor. Por ora, a cautela no crédito é maior por parte de quem empresta do que do consumidor, que também tem receio de se endividar.
Segundo cálculos feitos a partir de dados do BC, em janeiro o volume de concessões de crédito livre voltado ao consumidor caiu 17,5% ante igual mês de 2015, descontada a inflação do período. Enquanto isso, a demanda por crédito apurada pela Serasa Experian, que mede o número de solicitações de consumidores - aprovadas ou não - teve retração de 2,6% ante janeiro de 2015. "A oferta de crédito por parte do bancos está tendo uma queda brutal, se comparada com a procura por parte dos consumidores, que também encolheu", diz Rabi, da Serasa Experian.
Financiamentos de veículos novos sofrem queda de 22% em fevereiro
O medo de emprestar e não ter o dinheiro de volta fez as instituições financeiras não só ficarem mais rigorosas na aprovação de financiamentos, mas também embutirem um risco maior de calote nas taxas. Rabi observa que o spread (diferença entre o custo de captação e de empréstimo do financiamento), teve forte alta nos últimos 12 meses.
Em janeiro de 2015, o spread estava em 39,9% ao ano e subiu para 53,3% no mesmo mês de 2016, aponta o BC. A diferença de 13,4 pontos porcentuais supera de longe o aumento da inadimplência do consumidor, que subiu quase um ponto porcentual entre janeiro de 2015 e o mesmo mês deste ano, de 5,3% para 6,2%. O calote é um dos componentes do spread bancário.
′′O Itaú Unibanco, um dos maiores bancos privados do País, por exemplo, informa, por meio de nota, que diante desse cenário passou a priorizar produtos com menor perfil de risco, como financiamento imobiliário e crédito consignado e confirma que "no ambiente atual de desaceleração, a demanda por crédito é menor".
Veículos
No caso do crédito para veículos, as concessões para compra de carro usado devem recuar cerca de 40% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2015, prevê o presidente da Acrefi. Segundo Ferreira, 50% da retração do crédito ocorre por causa da queda na procura e a outra metade porque os bancos estão mais rigorosos na aprovação dos financiamentos. "Antes, de cada 100 solicitações para carro usado 25 eram aprovadas. Hoje, 15 têm sinal verde."
Em 2015, o saldo para crédito de veículos caiu 9% em termos nominais e para este ano Silveira prevê retração de 10%.
Para comprar o carro zero, os brasileiros estão trocando os financiamentos por consórcio. Em 2015, foram vendidas quase 1 milhão de cotas de consórcio, volume 11,1% maior do que em 2014, segundo a Abac, associação que reúne as administradoras de consórcios. "Estamos na contramão da crise", diz o presidente da Abac, Paulo Rossi.
Com o orçamento apertado, o brasileiro substituiu o imediatismo do financiado pelo consórcio, que requer espera para levar para casa o carro com um custo menor.
Fonte: IG Notícias - 29/03/2016
1624
pessoas já leram essa notícia
Notícias
- 31/10/2024 Desemprego cai para 6,4% no trimestre encerrado em setembro, o menor nível de desocupação para o período na história
- 5 dicas para aprender a guardar dinheiro
- Em 3 meses, Voa Brasil vendeu 16 mil passagens a aposentados; governo prevê até 3 milhões de bilhetes em um ano
- Banco deve indenizar idosa por fraude em contrato consignado
- Câmara dos Deputados aprova segundo projeto da Reforma Tributária com 403 votos favoráveis
- Novidade: depósitos judiciais podem ser realizados por Pix
- BC lança consulta pública sobre regulamentação de Banking as a Service
- Leilão dos Correios tem roupas, livros, videogames e outros itens que ficaram parados; veja lista e como participar
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)