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Recessão econômica atual deve ser a pior da história do Brasil
Publicado em 14/03/2016 , por GUSTAVO PATU e EDUARDO CUCOLO
Salvo uma inesperada retomada da economia, a atual recessão caminha para se tornar, até o fim do ano, a pior já medida com precisão no país.
Pelos critérios da Fundação Getulio Vargas, o ciclo de contração da atividade econômica, iniciado em meados de 2014, no primeiro mandato de Dilma, já completou sete trimestres. O oitavo está em curso; até dezembro, serão 11.
Ao fim desse período, segundo as projeções mais consensuais dos analistas de mercado, o PIB terá acumulado uma queda de ao menos 8,7%.
O PIB brasileiro começou a ser calculado em 1947, e há dados oficiais para o desempenho trimestral desde 1980. Nos últimos 36 anos, a recessão mais longa durou 11 trimestres, entre 1989 e 1992, quando o PIB caiu 7,7%. A mais intensa, de nove trimestres, entre 1981 e 1983, levou a economia a encolher 8,5%.

Da década passada para cá, houve mudanças na metodologia da apuração dos números pelo IBGE, o que lança dúvidas sobre a comparação com as cifras mais antigas.
Mas, na grande maioria dos casos, as revisões resultaram em taxas melhores para o PIB. O crescimento em 2011, no exemplo mais eloquente, subiu de 2,7% para 3,9%.
Os dados disponíveis indicam que os recordes da crise atual podem abranger um intervalo de tempo ainda maior.
Em estudo de 2010, os economistas Regis Bonelli e Claudia Fontoura Rodrigues estimaram PIBs trimestrais de 1947 a 1980 e apontaram só dois breves ciclos de retração: dois trimestres em 1963 e três entre 1966 e 1967.
Recessões agudas e prolongadas são raras no país –em geral, associadas a reviravolta do mercado externo, a choque econômico doméstico ou a grave crise política.
Nas medições regulares do PIB, a primeira queda anual, de 4,3%, só foi apurada em 1981, quando uma elevação brusca dos juros internacionais tornou impagável a dívida externa e apressou o enfraquecimento da ditadura.
GRANDE DEPRESSÃO
Nas estimativas mais aceitas para a primeira metade do século passado, só há um caso de recuo da renda nacional por dois anos seguidos: em 1930-1931, depois que a queda da Bolsa de Nova York precipitou a Grande Depressão.
Calcula-se que a economia, então baseada na exportação de café, tenha se retraído em 5,3% naquele biênio –menos que os 7,1% de 2015-2016, considerando a projeção de 3,4% da FGV para este ano.
Convém relativizar a comparação, e não apenas devido à precariedade dos dados de 85 anos atrás. As consequências da crise dos anos 1930 foram dramáticas: as oligarquias agrárias começaram a perder poder, enquanto emergia a industrialização.
Hoje, o impacto da recessão é mitigado pela demografia, com menor crescimento populacional, e pelos programas de amparo aos pobres.
Pelos critérios da Fundação Getulio Vargas, o ciclo de contração da atividade econômica, iniciado em meados de 2014, no primeiro mandato de Dilma, já completou sete trimestres. O oitavo está em curso; até dezembro, serão 11.
Ao fim desse período, segundo as projeções mais consensuais dos analistas de mercado, o PIB terá acumulado uma queda de ao menos 8,7%.
O PIB brasileiro começou a ser calculado em 1947, e há dados oficiais para o desempenho trimestral desde 1980. Nos últimos 36 anos, a recessão mais longa durou 11 trimestres, entre 1989 e 1992, quando o PIB caiu 7,7%. A mais intensa, de nove trimestres, entre 1981 e 1983, levou a economia a encolher 8,5%.
Da década passada para cá, houve mudanças na metodologia da apuração dos números pelo IBGE, o que lança dúvidas sobre a comparação com as cifras mais antigas.
Mas, na grande maioria dos casos, as revisões resultaram em taxas melhores para o PIB. O crescimento em 2011, no exemplo mais eloquente, subiu de 2,7% para 3,9%.
Os dados disponíveis indicam que os recordes da crise atual podem abranger um intervalo de tempo ainda maior.
Em estudo de 2010, os economistas Regis Bonelli e Claudia Fontoura Rodrigues estimaram PIBs trimestrais de 1947 a 1980 e apontaram só dois breves ciclos de retração: dois trimestres em 1963 e três entre 1966 e 1967.
Recessões agudas e prolongadas são raras no país –em geral, associadas a reviravolta do mercado externo, a choque econômico doméstico ou a grave crise política.
Nas medições regulares do PIB, a primeira queda anual, de 4,3%, só foi apurada em 1981, quando uma elevação brusca dos juros internacionais tornou impagável a dívida externa e apressou o enfraquecimento da ditadura.
GRANDE DEPRESSÃO
Nas estimativas mais aceitas para a primeira metade do século passado, só há um caso de recuo da renda nacional por dois anos seguidos: em 1930-1931, depois que a queda da Bolsa de Nova York precipitou a Grande Depressão.
Calcula-se que a economia, então baseada na exportação de café, tenha se retraído em 5,3% naquele biênio –menos que os 7,1% de 2015-2016, considerando a projeção de 3,4% da FGV para este ano.
Convém relativizar a comparação, e não apenas devido à precariedade dos dados de 85 anos atrás. As consequências da crise dos anos 1930 foram dramáticas: as oligarquias agrárias começaram a perder poder, enquanto emergia a industrialização.
Hoje, o impacto da recessão é mitigado pela demografia, com menor crescimento populacional, e pelos programas de amparo aos pobres.
Fonte: Folha Online - 12/03/2016
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