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Gasto menor dos consumidores começa a frear avanço da inflação
Publicado em 11/03/2016 , por BRUNO VILLAS BÔAS
A inflação ainda não deu sinais consistentes de desaceleração em resposta à crise, como prevê o Banco Central. Mas a menor demanda de consumidores começa a amainar o avanço de preços de alguns bens e serviços.
Esses pequenos sinais foram percebidos em fevereiro nos preços de itens como alimentação fora de casa (restaurantes e lanchonetes), dentistas e médicos, passagens aéreas, produtos de limpeza, motéis e hotéis.
"Talvez seja o primeiro mês em que podemos evidenciar esse comportamento. É um movimento inicial e que não é ainda generalizado, até porque o câmbio e impostos afetaram outros preços no período", disse Eulina Nunes dos Santos, técnica do IBGE.
Mesmo as mensalidades dos chamados "cursos regulares" –desde as creches até a pós-gradução– sofreram influência de uma menor procura. Isso apesar do reajuste médio de 7,43% em fevereiro.
"O reajuste ficou parecido com o dos anos anteriores, apesar de inflação de 2015 ter sido maior, de 10%. Isso mostra certa dificuldades nos repasses", diz Flávio Serrano, economista do banco Haitong.
A maior cautela foi consequência da pressão dos pais dos estudantes por menores reajustes num momento de crise. Emprego e renda estão sendo afetados. Os pais têm, no limite, colocado os filhos nas escolas públicas.
Outro exemplo contundente vem das passagens áreas, com deflação (queda de preços) de 15,83% em fevereiro. Diante da menor demanda por bilhetes, as companhias lançam promoções para ocupar os assentos.
Nada disso significa, no entanto, alívio no custo de vida dos brasileiros. Em fevereiro, a inflação até desacelerou para 0,90%, com a menor alta dos alimentos. Esta foi, porém, a segunda taxa mais alta para o mês desde 2004.
Além de intensa, a inflação no mês continuou espalhada. Dos preços pesquisados pelo IBGE, 77,5% tiveram aumento. O índice acumulado nos 12 meses permaneceu na simbólica casa dos dois dígitos, em 10,36%
Segundo Cristiano Oliveira, economista do banco Fibra, a inflação vai "desaquecer" gradualmente nos próximos dois anos, na medida que o emprego e a renda dos trabalhadores pioraram com recessão econômica.
"A crise afeta a inflação via mercado de trabalho. Por isso, não é uma transmissão rápida. Só que o desemprego deve chegar a 11,6% neste ano. Com isso, vamos ver preços de serviços desacelerando."
Em março, os preços devem desacelerar mais rapidamente por um razão pontual: a mudança da bandeira tarifária da conta de luz de vermelha para amarela.
Esses pequenos sinais foram percebidos em fevereiro nos preços de itens como alimentação fora de casa (restaurantes e lanchonetes), dentistas e médicos, passagens aéreas, produtos de limpeza, motéis e hotéis.
"Talvez seja o primeiro mês em que podemos evidenciar esse comportamento. É um movimento inicial e que não é ainda generalizado, até porque o câmbio e impostos afetaram outros preços no período", disse Eulina Nunes dos Santos, técnica do IBGE.
Mesmo as mensalidades dos chamados "cursos regulares" –desde as creches até a pós-gradução– sofreram influência de uma menor procura. Isso apesar do reajuste médio de 7,43% em fevereiro.
"O reajuste ficou parecido com o dos anos anteriores, apesar de inflação de 2015 ter sido maior, de 10%. Isso mostra certa dificuldades nos repasses", diz Flávio Serrano, economista do banco Haitong.
A maior cautela foi consequência da pressão dos pais dos estudantes por menores reajustes num momento de crise. Emprego e renda estão sendo afetados. Os pais têm, no limite, colocado os filhos nas escolas públicas.
Outro exemplo contundente vem das passagens áreas, com deflação (queda de preços) de 15,83% em fevereiro. Diante da menor demanda por bilhetes, as companhias lançam promoções para ocupar os assentos.
Nada disso significa, no entanto, alívio no custo de vida dos brasileiros. Em fevereiro, a inflação até desacelerou para 0,90%, com a menor alta dos alimentos. Esta foi, porém, a segunda taxa mais alta para o mês desde 2004.
Além de intensa, a inflação no mês continuou espalhada. Dos preços pesquisados pelo IBGE, 77,5% tiveram aumento. O índice acumulado nos 12 meses permaneceu na simbólica casa dos dois dígitos, em 10,36%
Segundo Cristiano Oliveira, economista do banco Fibra, a inflação vai "desaquecer" gradualmente nos próximos dois anos, na medida que o emprego e a renda dos trabalhadores pioraram com recessão econômica.
"A crise afeta a inflação via mercado de trabalho. Por isso, não é uma transmissão rápida. Só que o desemprego deve chegar a 11,6% neste ano. Com isso, vamos ver preços de serviços desacelerando."
Em março, os preços devem desacelerar mais rapidamente por um razão pontual: a mudança da bandeira tarifária da conta de luz de vermelha para amarela.
Fonte: Folha Online - 10/03/2016
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