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PIB do Brasil cai 3,8% em 2015, o pior resultado desde 1990
Publicado em 04/03/2016 , por BRUNO VILLAS BÔAS e GUSTAVO PATU
O PIB (Produto Interno Bruto), medida da renda de bens e serviços produzidos no país, teve uma queda de 3,8% em 2015, na comparação com o ano anterior, para R$ 5,904 trilhões, informou o IBGE nesta quinta-feira (3).
Com a queda do PIB no ano passado, a economia voltou ao patamar de 2011.
O resultado é o pior pela nova série histórica das Contas Nacionais do IBGE, iniciada em 1996. Pela antiga série histórica (que tem metodologia diferente da atual), a economia recuou mais em 1990 (-4,3%). Naquele ano, o governo Collor (1990-1992) confiscou a caderneta de poupança para enfrentar uma inflação de quase 2.000% ao ano.
Mudanças de metodologia podem resultar em diferenças importantes nos resultados apurados. Num exemplo recente, a última revisão metodológica promovida pelo IBGE elevou o crescimento do PIB em 2011 de 2,7% para 3,9%.
O número ficou próximo ao centro (mediana) das expectativas de 32 economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que esperavam uma queda de 3,9% do PIB no ano passado.
O quadro recessivo se manteve no fim do ano. O PIB teve uma queda de 1,4% no quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre do ano passado, a quarta baixa consecutiva. Frente ao mesmo período de 2014, a queda foi de 5,9%
O ano foi marcado por graves problemas fiscais e políticos que abalaram a confiança do consumidores e empresários. O desemprego subiu, assim como a inflação. O país caminha para uma de suas mais longas recessões já documentadas.
A previsão de economistas é que a economia recue novamente neste ano. A última vez que o PIB encolheu por dois anos seguidos foi no biênio 1930-1931, quando a economia global passava por crise severa após a quebra da Bolsa de Nova York. Um período de três anos de contração nunca ocorreu.
NO ANO
A demanda doméstica brasileira —que incluiu consumo das famílias, do governo e os investimentos— teve uma queda de 6,5%, maior que a do PIB. Essa "temperatura" interna do país não registrava uma queda desde 2000, segundo o IBGE.
A recessão não foi ainda mais profunda, portanto, porque a demanda externa teve uma alta de 2,7% no ano passado. Foi a primeira após nove anos sem apresentar crescimento. Isso é resultado da menor atividade econômica e do próprio câmbio.
O consumo das famílias, que impulsionou a economia na década passada, sofreu uma retração de 4% em 2015, o pior desempenho desde 1996 e também desde 1991 (pela antiga série). Foi uma rápida reação ao quadro de piora do mercado de trabalho e aumento da inflação.
Os consumidores apertaram os cintos após anos de incentivo oficial ao consumo, quando o governo ofertou crédito via bancos públicos e reduziu impostos a setores escolhidos. Este modelo foi revisto, após claros sinais de exaustão.
Candidato a substituir o consumo como motor da economia, os investimentos amargaram uma queda de 14,1% no ano passado. O impressionante tombo é um dos mais contundentes retratos do desânimo dos empresários.
Entre os fatores que reduziram a confiança do setor privado para investir estão a falta de perspectiva de recuperação da economia, os maiores custos de financiamento e a própria incerteza política.
O consumo do governo —que inclui as esferas municipais, estaduais e o governo federal— apresentou, por sua vez, queda de 1% em 2015. O ano foi marcado por queda de arrecadação e corte de despesas nas diferentes esferas.
Sem resposta pelo lado demanda, as atividades produtivas do país definharam. O PIB da indústria tombou 6,2%, resultado de uma soma de perda de competitividade e de confianças dos empresário e consumidores.
Já o abrangente grupo de serviços (que inclui de comércio a serviços prestados a empresas, por exemplo) ficou 2,7% menor no ano passado. Esse grupo responde sozinho por mais da metade do PIB pela lado da oferta.
O PIB da agropecuária, por sua vez, registrou um crescimento de 1,8%. Foi a exceção entre os setores acompanhados pelo IBGE.
O tombo do PIB ocorreu num ano em que a economia mundial cresceu 3,1%, segundo estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgada em janeiro deste ano.
O PIB per capita —que consiste na divisão do PIB pelo número de habitantes do país— encolheu em 4,6% em 2015, para R$ 28.876 por habitante. Isso significa que, na média, o brasileiro ficou mais pobre no ano passado em relação ao ano anterior.
FIM DO ANO
Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, a queda de 1,4% do PIB foi a quarta consecutiva. Isso significa que, pela primeira vez desde 1990, a economia teve queda por quatro trimestres consecutivos.
Os economistas consultados pela agência internacional Bloomberg previam uma queda do PIB de 1,6% frente ao terceiro trimestre do ano passado e de 6% em comparação ao mesmo período de 2014.
Pelo lado da demanda, houve queda no consumo das famílias (-1,3%) e dos investimentos (-4,9%) em relação ao terceiro trimestre. Os gastos do governo, por sua vez, tiveram queda acentuada de 2,9% nessa base de comparação.
Na ótica da produção, o PIB da indústria (-1,4%) e dos serviços (-1,4%) recuaram na passagem do terceiro para o quarto trimestre. Já a agropecuária registrou uma expansão robusta de 2,9% no período.
Com a queda do PIB no ano passado, a economia voltou ao patamar de 2011.
O resultado é o pior pela nova série histórica das Contas Nacionais do IBGE, iniciada em 1996. Pela antiga série histórica (que tem metodologia diferente da atual), a economia recuou mais em 1990 (-4,3%). Naquele ano, o governo Collor (1990-1992) confiscou a caderneta de poupança para enfrentar uma inflação de quase 2.000% ao ano.
Mudanças de metodologia podem resultar em diferenças importantes nos resultados apurados. Num exemplo recente, a última revisão metodológica promovida pelo IBGE elevou o crescimento do PIB em 2011 de 2,7% para 3,9%.
O número ficou próximo ao centro (mediana) das expectativas de 32 economistas consultados pela agência internacional Bloomberg, que esperavam uma queda de 3,9% do PIB no ano passado.
O quadro recessivo se manteve no fim do ano. O PIB teve uma queda de 1,4% no quarto trimestre em relação ao terceiro trimestre do ano passado, a quarta baixa consecutiva. Frente ao mesmo período de 2014, a queda foi de 5,9%
O ano foi marcado por graves problemas fiscais e políticos que abalaram a confiança do consumidores e empresários. O desemprego subiu, assim como a inflação. O país caminha para uma de suas mais longas recessões já documentadas.
A previsão de economistas é que a economia recue novamente neste ano. A última vez que o PIB encolheu por dois anos seguidos foi no biênio 1930-1931, quando a economia global passava por crise severa após a quebra da Bolsa de Nova York. Um período de três anos de contração nunca ocorreu.
NO ANO
A demanda doméstica brasileira —que incluiu consumo das famílias, do governo e os investimentos— teve uma queda de 6,5%, maior que a do PIB. Essa "temperatura" interna do país não registrava uma queda desde 2000, segundo o IBGE.
A recessão não foi ainda mais profunda, portanto, porque a demanda externa teve uma alta de 2,7% no ano passado. Foi a primeira após nove anos sem apresentar crescimento. Isso é resultado da menor atividade econômica e do próprio câmbio.
O consumo das famílias, que impulsionou a economia na década passada, sofreu uma retração de 4% em 2015, o pior desempenho desde 1996 e também desde 1991 (pela antiga série). Foi uma rápida reação ao quadro de piora do mercado de trabalho e aumento da inflação.
Os consumidores apertaram os cintos após anos de incentivo oficial ao consumo, quando o governo ofertou crédito via bancos públicos e reduziu impostos a setores escolhidos. Este modelo foi revisto, após claros sinais de exaustão.
Candidato a substituir o consumo como motor da economia, os investimentos amargaram uma queda de 14,1% no ano passado. O impressionante tombo é um dos mais contundentes retratos do desânimo dos empresários.
Entre os fatores que reduziram a confiança do setor privado para investir estão a falta de perspectiva de recuperação da economia, os maiores custos de financiamento e a própria incerteza política.
O consumo do governo —que inclui as esferas municipais, estaduais e o governo federal— apresentou, por sua vez, queda de 1% em 2015. O ano foi marcado por queda de arrecadação e corte de despesas nas diferentes esferas.
Sem resposta pelo lado demanda, as atividades produtivas do país definharam. O PIB da indústria tombou 6,2%, resultado de uma soma de perda de competitividade e de confianças dos empresário e consumidores.
Já o abrangente grupo de serviços (que inclui de comércio a serviços prestados a empresas, por exemplo) ficou 2,7% menor no ano passado. Esse grupo responde sozinho por mais da metade do PIB pela lado da oferta.
O PIB da agropecuária, por sua vez, registrou um crescimento de 1,8%. Foi a exceção entre os setores acompanhados pelo IBGE.
O tombo do PIB ocorreu num ano em que a economia mundial cresceu 3,1%, segundo estimativa do FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgada em janeiro deste ano.
O PIB per capita —que consiste na divisão do PIB pelo número de habitantes do país— encolheu em 4,6% em 2015, para R$ 28.876 por habitante. Isso significa que, na média, o brasileiro ficou mais pobre no ano passado em relação ao ano anterior.
FIM DO ANO
Na passagem do terceiro para o quarto trimestre, a queda de 1,4% do PIB foi a quarta consecutiva. Isso significa que, pela primeira vez desde 1990, a economia teve queda por quatro trimestres consecutivos.
Os economistas consultados pela agência internacional Bloomberg previam uma queda do PIB de 1,6% frente ao terceiro trimestre do ano passado e de 6% em comparação ao mesmo período de 2014.
Pelo lado da demanda, houve queda no consumo das famílias (-1,3%) e dos investimentos (-4,9%) em relação ao terceiro trimestre. Os gastos do governo, por sua vez, tiveram queda acentuada de 2,9% nessa base de comparação.
Na ótica da produção, o PIB da indústria (-1,4%) e dos serviços (-1,4%) recuaram na passagem do terceiro para o quarto trimestre. Já a agropecuária registrou uma expansão robusta de 2,9% no período.
Fonte: Folha Online - 03/03/2016
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