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Fantasmas de reajustes passados e futuros alimentam inflação de 2016
Publicado em 03/03/2016 , por MARIANA CARNEIRO e ÉRICA FRAGA
Metade da inflação em 2016 será fabricada pelos fantasmas dos aumentos de preços passados e futuros.
A profunda recessão, na qual o país está mergulhado no presente, não tem contribuído para amainar a escalada do custo de vida, que deverá subir quase 8% neste ano, preveem economistas.
Na teoria, a contração desestimularia remarcações de preço, pois menos gente estaria disposta a pagar mais caro por um produto ou serviço. Mas, na prática, outro fenômeno econômico entrou em ação: a persistência ou inércia inflacionária.
Cálculo do economista Leandro Padulla, da consultoria MCM, prevê que a inflação será de 7,7% em 2016 –metade (3,8 ponto percentual) virá da "herança" de aumentos de preços de 2015 (fantasma da inflação passada) mais a expectativa de que eles seguirão subindo (fantasma da inflação futura).
O economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, afirma que este é um dos "mistérios" com que os economistas brasileiros terão de lidar neste ano.
"Já que estamos diante da talvez maior recessão da nossa história, por que a inflação não cai mais?", questiona. A inflação de 2015 foi de 10,7%.
′NÃO É NORMAL′
"Em 2015 foi simples: os preços subiram devido à correção dos administrados, como transporte e energia, e também pela alta do dólar. Neste ano, estes choques não deverão se repetir, mas expectativas continuam jogando a inflação para cima de 7,5%. Isso não é normal".
Mesmo com evidentes sinais de piora da crise econômica a partir do segundo semestre do ano passado, as expectativas de aumento de preços só cresceram (veja arte).
Em estudo, os economistas Alexandre Schwartsman, colunista da Folha e ex-diretor do BC, e Mauricio Schwartsman mostram que as expectativas aferidas a partir das cotações de títulos do governo indexados à inflação sugerem algo pior: inflação de 9% a 9,5% daqui a 12 meses.
Segundo os dois, uma análise histórica dos dados brasileiros revela que a recessão e o desemprego só tendem a puxar os preços para baixo quando as expectativas de inflação ficarem estáveis. O oposto do quadro atual.
Para Padovani, a explicação passa por uma análise comportamental: quanto maiores são as incertezas, maior tende a ser o estímulo para olhar o passado.
"Com a crise política, a alta do dólar e o aumento do risco-país, os agentes se agarram no que conhecem, ou seja, na inflação passada", diz.
Ao remarcarem seus preços olhando para trás, conectam o passado ao futuro, alimentando uma inflação alta pelos próximos meses e anos –para analistas, a inflação não volta para a atual meta (4,5%) nem em 2020, segundo a pesquisa Focus, do BC.
A profunda recessão, na qual o país está mergulhado no presente, não tem contribuído para amainar a escalada do custo de vida, que deverá subir quase 8% neste ano, preveem economistas.
Na teoria, a contração desestimularia remarcações de preço, pois menos gente estaria disposta a pagar mais caro por um produto ou serviço. Mas, na prática, outro fenômeno econômico entrou em ação: a persistência ou inércia inflacionária.
Cálculo do economista Leandro Padulla, da consultoria MCM, prevê que a inflação será de 7,7% em 2016 –metade (3,8 ponto percentual) virá da "herança" de aumentos de preços de 2015 (fantasma da inflação passada) mais a expectativa de que eles seguirão subindo (fantasma da inflação futura).
O economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, afirma que este é um dos "mistérios" com que os economistas brasileiros terão de lidar neste ano.
"Já que estamos diante da talvez maior recessão da nossa história, por que a inflação não cai mais?", questiona. A inflação de 2015 foi de 10,7%.
′NÃO É NORMAL′
"Em 2015 foi simples: os preços subiram devido à correção dos administrados, como transporte e energia, e também pela alta do dólar. Neste ano, estes choques não deverão se repetir, mas expectativas continuam jogando a inflação para cima de 7,5%. Isso não é normal".
Mesmo com evidentes sinais de piora da crise econômica a partir do segundo semestre do ano passado, as expectativas de aumento de preços só cresceram (veja arte).
Em estudo, os economistas Alexandre Schwartsman, colunista da Folha e ex-diretor do BC, e Mauricio Schwartsman mostram que as expectativas aferidas a partir das cotações de títulos do governo indexados à inflação sugerem algo pior: inflação de 9% a 9,5% daqui a 12 meses.
Segundo os dois, uma análise histórica dos dados brasileiros revela que a recessão e o desemprego só tendem a puxar os preços para baixo quando as expectativas de inflação ficarem estáveis. O oposto do quadro atual.
Para Padovani, a explicação passa por uma análise comportamental: quanto maiores são as incertezas, maior tende a ser o estímulo para olhar o passado.
"Com a crise política, a alta do dólar e o aumento do risco-país, os agentes se agarram no que conhecem, ou seja, na inflação passada", diz.
Ao remarcarem seus preços olhando para trás, conectam o passado ao futuro, alimentando uma inflação alta pelos próximos meses e anos –para analistas, a inflação não volta para a atual meta (4,5%) nem em 2020, segundo a pesquisa Focus, do BC.
Fonte: Folha Online - 02/03/2016
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