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Crise encolhe produção de cédulas e moedas e faz faltar dinheiro trocado
Publicado em 23/02/2016 , por EDUARDO CUCOLO
Dono de uma lanchonete na região central de Brasília, Carlos Pinto fica mudo por alguns instantes toda vez em que um cliente lhe estende uma nota de R$ 20 ou R$ 50. "Será que tem troco?", pergunta o comerciante, que não trabalha com cartões.
Dados do Banco Central mostram que o valor total das cédulas e moedas em circulação no país cresceu apenas 2,1% em 2015, menor expansão desde a criação do Plano Real, em 1994. Descontada a inflação, o valor do meio circulante encolheu 8,4%.
É a segunda vez nestes 22 anos que isso ocorre. A outra foi em 2003, quando gastos na produção de dinheiro foram limitados para conter a despesa pública.
O problema deve se repetir neste ano, devido ao corte de 7% no orçamento previsto para a produção de numerário em relação a 2015.
Entre 2014 e 2016, essa despesa deve somar R$ 1,35 bilhão. Somente em 2013 foi de R$ 1,23 bilhão.
No ano passado, o número de notas que saíram de circulação, principalmente as cédulas mais antigas da primeira família do real, superou a produção de dinheiro novo, da segunda família. Com isso, a quantidade de cédulas disponíveis encolheu 1%.
Caiu o número de notas de R$ 5, R$ 10 e R$ 20 em circulação, entre 5% e 9%. Por outro lado, houve aumento de 6% no numerário de R$ 100, o que explica, por exemplo, por que caixas eletrônicos passaram a entregar mais notas desse valor.
FLANELINHAS
Mas o problema do "seu Carlos", o dono da lanchonete no Distrito Federal, é, principalmente, a falta de moedas. O pequeno aumento no número das peças de metal em circulação (3%) parece não ter sido suficiente para cobrir a demanda.
Por isso, o comerciante afirma recorrer aos lavadores de automóveis da região em que trabalha na busca por trocados.
"Todos os comerciantes daqui vão ao estacionamento trocar dinheiro com os flanelinhas", diz.
Outra tática, de acordo com ele, é negociar moedas de R$ 1 da série especial dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, muito procuradas por colecionadores, por outras de menor valor.
Os números do Banco Central mostram que o aumento na produção se deu, principalmente, nessa série especial. O número de moedas de R$ 1 cresceu 6%, praticamente o dobro do acréscimo na circulação daquelas de menor valor.
MOEDA NO BOLSO
De acordo com a autoridade monetária, a disponibilidade hoje é de R$ 29 em moedas ou 118 peças por habitante, acima do patamar considerado adequado.
A instituição informou que a produção de numerário tem sido impactada desde 2014 pela redução da despesa pública federal, mas que tem administrado os estoques disponíveis com a finalidade de atender da forma mais equânime possível às demandas.
"Em 2016, como nos anos anteriores, o BC administrará os estoques disponíveis de numerário com a finalidade de atender à demanda do público em âmbito nacional", afirma a instituição.
Pesquisas sobre o uso do numerário pelo comércio, de acordo com o Banco Central, mostram que, na impossibilidade de obtenção de cédulas ou moedas nos bancos, o procedimento mais utilizado é a troca com estabelecimentos próximos.
Outra estratégia é a obtenção de moedas de bancos ou de consumidores que as mantêm fora de circulação, guardadas em casa, segundo o BC. Neste ano, o metrô de São Paulo chegou a reduzir a tarifa de R$ 3,80 para R$ 3,75 em algumas estações devido à falta de troco.
Dados do Banco Central mostram que o valor total das cédulas e moedas em circulação no país cresceu apenas 2,1% em 2015, menor expansão desde a criação do Plano Real, em 1994. Descontada a inflação, o valor do meio circulante encolheu 8,4%.
É a segunda vez nestes 22 anos que isso ocorre. A outra foi em 2003, quando gastos na produção de dinheiro foram limitados para conter a despesa pública.
O problema deve se repetir neste ano, devido ao corte de 7% no orçamento previsto para a produção de numerário em relação a 2015.
Entre 2014 e 2016, essa despesa deve somar R$ 1,35 bilhão. Somente em 2013 foi de R$ 1,23 bilhão.
No ano passado, o número de notas que saíram de circulação, principalmente as cédulas mais antigas da primeira família do real, superou a produção de dinheiro novo, da segunda família. Com isso, a quantidade de cédulas disponíveis encolheu 1%.
Caiu o número de notas de R$ 5, R$ 10 e R$ 20 em circulação, entre 5% e 9%. Por outro lado, houve aumento de 6% no numerário de R$ 100, o que explica, por exemplo, por que caixas eletrônicos passaram a entregar mais notas desse valor.
FLANELINHAS
Mas o problema do "seu Carlos", o dono da lanchonete no Distrito Federal, é, principalmente, a falta de moedas. O pequeno aumento no número das peças de metal em circulação (3%) parece não ter sido suficiente para cobrir a demanda.
Por isso, o comerciante afirma recorrer aos lavadores de automóveis da região em que trabalha na busca por trocados.
"Todos os comerciantes daqui vão ao estacionamento trocar dinheiro com os flanelinhas", diz.
Outra tática, de acordo com ele, é negociar moedas de R$ 1 da série especial dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, muito procuradas por colecionadores, por outras de menor valor.
Os números do Banco Central mostram que o aumento na produção se deu, principalmente, nessa série especial. O número de moedas de R$ 1 cresceu 6%, praticamente o dobro do acréscimo na circulação daquelas de menor valor.
MOEDA NO BOLSO
De acordo com a autoridade monetária, a disponibilidade hoje é de R$ 29 em moedas ou 118 peças por habitante, acima do patamar considerado adequado.
A instituição informou que a produção de numerário tem sido impactada desde 2014 pela redução da despesa pública federal, mas que tem administrado os estoques disponíveis com a finalidade de atender da forma mais equânime possível às demandas.
"Em 2016, como nos anos anteriores, o BC administrará os estoques disponíveis de numerário com a finalidade de atender à demanda do público em âmbito nacional", afirma a instituição.
Pesquisas sobre o uso do numerário pelo comércio, de acordo com o Banco Central, mostram que, na impossibilidade de obtenção de cédulas ou moedas nos bancos, o procedimento mais utilizado é a troca com estabelecimentos próximos.
Outra estratégia é a obtenção de moedas de bancos ou de consumidores que as mantêm fora de circulação, guardadas em casa, segundo o BC. Neste ano, o metrô de São Paulo chegou a reduzir a tarifa de R$ 3,80 para R$ 3,75 em algumas estações devido à falta de troco.
Fonte: Folha Online - 22/02/2016
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