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Mexicana Mabe deixa para trás 2 mil empregados
Publicado em 22/02/2016 , por CLEIDE SILVA
Grupo veio ao País com plano ambicioso, virou 2º maior produtor de linha branca, com marcas GE e Dako, mas faliu e não pagou salários
Os quase 2 mil funcionários da Mabe de Hortolândia e de Campinas, no interior de São Paulo, completam amanhã uma semana de ocupação das fábricas. Eles foram demitidos após decretação da falência da empresa, dia 10, sem perspectivas de receber as rescisões. Os salários já estavam atrasados desde dezembro.
A mexicana Mabe é dona das tradicionais marcas de fogão e geladeira Dako e Continental, e já teve sob seu domínio a Bosch e a GE, todas de produtos da linha branca. No México, o grupo é um dos maiores do ramo e exporta 70% de sua produção para os Estados Unidos.
No Brasil, após ambicioso plano de compra de companhias – a GE/Dako, em 2003, e a BSH, em 2009, que a colocou como a segunda maior empresa do segmento de linha branca no País –, a Mabe, segundo executivos e analistas do setor, optou por desistir do investimento local. Em média, o grupo investia US$ 30 milhões por ano.
Agora, trabalhadores e a responsável pela massa falida, a Capital Administradora Judicial, estão num impasse sobre a retomada da produção. Segundo a Capital, enquanto houver ocupação não é possível avaliar os equipamentos, nem buscar investidores para financiar a volta da produção e, assim, gerar receita para pagar as dívidas, estimadas em R$ 42,7 milhões (R$ 19,2 milhões com fornecedores, R$ 19 milhões com trabalhadores e R$ 4,5 milhões com matérias-primas). Depois, o projeto é vender a empresa.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Sidalino Orsi Júnior, diz que a ocupação, referendada em assembleia na sexta-feira, será mantida até que os salários sejam quitados e a produção seja retomada com todos os trabalhadores. “O síndico da massa falida quer recontratar apenas parte dos funcionários com outro CNPJ e, com isso, não assume responsabilidade com o passivo jurídico”, diz Orsi. Do total de empregados nas duas fábricas, cerca de 550 seriam chamados para uma primeira etapa de retomada da produção, inicialmente de 1,3 mil geladeiras por dia e, depois, de 1,35 mil fogões.
Para o diretor do sindicato, José Everaldo Batista de Freitas, funcionário da empresa desde a inauguração da fábrica de Hortolândia, em 1997, o pedido de falência “é um golpe” para o grupo sair do Brasil sem pagar as dívidas. “Como pode ser inviável uma empresa que vendia tudo o que produzia?”
Em dezembro, quando a empresa deu licença remunerada a todos os funcionários, que desde então não voltaram às fábricas, havia cerca de R$ 90 milhões em encomendas.
Segundo Freitas, em 2012 os donos da empresa fizeram uma descapitalização de R$ 800 milhões e “ninguém sabe para onde foi o dinheiro”. No plano de recuperação, a Capital pretende investigar essa denúncia, assim como convocar diretores e sócios da Mabe para explicar como ela chegou à falência.
Em 2013, o grupo havia entrado com pedido de recuperação judicial e fechou a fábrica de Itu, que fazia lavadoras, e demitiu 1,2 mil pessoas. Como o plano de recuperação não foi cumprido, a Capital entrou com pedido de falência dia 5, aceito cinco dias depois pela Justiça local.
Minoritária. Procurada via e-mail, a direção da Mabe no México informa que, desde 2013, após o processo de recuperação, “só tem uma participação minoritária na Mabe do Brasil” e, portanto, “não tem controle nas decisões da organização”. Segundo o processo de falência, na ocasião, a Mabe México transferiu o contrato social da filial brasileira para outras três empresas – Cocinas Mabe S/A, Exinmex S/A (ambas no mesmo endereço da matriz) e Mabe Mercosur Participações Ltda (com sede em Campinas).
A crise brasileira certamente influenciou nos negócios da Mabe. A venda de produtos da linha branca caiu 17% em 2015, ante 2014, segundo a Eletros.
Leonardo Freitas, analista de pesquisa da Euromonitor International, empresa de pesquisa de mercado, ressalta, contudo, que o grupo enfrentava dificuldades desde 2011, quando tentou uma reestruturação. “A empresa enfrentou problemas de logística e de produção nos últimos anos. Entre 2011 e 2015, perdeu 26% de seu volume de vendas, fato que teve impacto até mesmo as marcas consolidadas no País, como a Dako.”
Os quase 2 mil funcionários da Mabe de Hortolândia e de Campinas, no interior de São Paulo, completam amanhã uma semana de ocupação das fábricas. Eles foram demitidos após decretação da falência da empresa, dia 10, sem perspectivas de receber as rescisões. Os salários já estavam atrasados desde dezembro.
A mexicana Mabe é dona das tradicionais marcas de fogão e geladeira Dako e Continental, e já teve sob seu domínio a Bosch e a GE, todas de produtos da linha branca. No México, o grupo é um dos maiores do ramo e exporta 70% de sua produção para os Estados Unidos.
No Brasil, após ambicioso plano de compra de companhias – a GE/Dako, em 2003, e a BSH, em 2009, que a colocou como a segunda maior empresa do segmento de linha branca no País –, a Mabe, segundo executivos e analistas do setor, optou por desistir do investimento local. Em média, o grupo investia US$ 30 milhões por ano.
Agora, trabalhadores e a responsável pela massa falida, a Capital Administradora Judicial, estão num impasse sobre a retomada da produção. Segundo a Capital, enquanto houver ocupação não é possível avaliar os equipamentos, nem buscar investidores para financiar a volta da produção e, assim, gerar receita para pagar as dívidas, estimadas em R$ 42,7 milhões (R$ 19,2 milhões com fornecedores, R$ 19 milhões com trabalhadores e R$ 4,5 milhões com matérias-primas). Depois, o projeto é vender a empresa.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Sidalino Orsi Júnior, diz que a ocupação, referendada em assembleia na sexta-feira, será mantida até que os salários sejam quitados e a produção seja retomada com todos os trabalhadores. “O síndico da massa falida quer recontratar apenas parte dos funcionários com outro CNPJ e, com isso, não assume responsabilidade com o passivo jurídico”, diz Orsi. Do total de empregados nas duas fábricas, cerca de 550 seriam chamados para uma primeira etapa de retomada da produção, inicialmente de 1,3 mil geladeiras por dia e, depois, de 1,35 mil fogões.
Para o diretor do sindicato, José Everaldo Batista de Freitas, funcionário da empresa desde a inauguração da fábrica de Hortolândia, em 1997, o pedido de falência “é um golpe” para o grupo sair do Brasil sem pagar as dívidas. “Como pode ser inviável uma empresa que vendia tudo o que produzia?”
Em dezembro, quando a empresa deu licença remunerada a todos os funcionários, que desde então não voltaram às fábricas, havia cerca de R$ 90 milhões em encomendas.
Segundo Freitas, em 2012 os donos da empresa fizeram uma descapitalização de R$ 800 milhões e “ninguém sabe para onde foi o dinheiro”. No plano de recuperação, a Capital pretende investigar essa denúncia, assim como convocar diretores e sócios da Mabe para explicar como ela chegou à falência.
Em 2013, o grupo havia entrado com pedido de recuperação judicial e fechou a fábrica de Itu, que fazia lavadoras, e demitiu 1,2 mil pessoas. Como o plano de recuperação não foi cumprido, a Capital entrou com pedido de falência dia 5, aceito cinco dias depois pela Justiça local.
Minoritária. Procurada via e-mail, a direção da Mabe no México informa que, desde 2013, após o processo de recuperação, “só tem uma participação minoritária na Mabe do Brasil” e, portanto, “não tem controle nas decisões da organização”. Segundo o processo de falência, na ocasião, a Mabe México transferiu o contrato social da filial brasileira para outras três empresas – Cocinas Mabe S/A, Exinmex S/A (ambas no mesmo endereço da matriz) e Mabe Mercosur Participações Ltda (com sede em Campinas).
A crise brasileira certamente influenciou nos negócios da Mabe. A venda de produtos da linha branca caiu 17% em 2015, ante 2014, segundo a Eletros.
Leonardo Freitas, analista de pesquisa da Euromonitor International, empresa de pesquisa de mercado, ressalta, contudo, que o grupo enfrentava dificuldades desde 2011, quando tentou uma reestruturação. “A empresa enfrentou problemas de logística e de produção nos últimos anos. Entre 2011 e 2015, perdeu 26% de seu volume de vendas, fato que teve impacto até mesmo as marcas consolidadas no País, como a Dako.”
Fonte: Folha Online - 22/02/2016
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