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Renda per capita do brasileiro diminui e se distancia de países emergentes
Publicado em 15/02/2016 , por Érica Fraga
O Brasil tem empobrecido em comparação à média de seus pares.
Segundo estimativa do FMI, a renda per capita do brasileiro (medida em paridade do poder de compra) recuou de US$ 16,2 mil, em 2014, para US$ 15,7 mil, em 2015, o equivalente a 90% do rendimento médio dos 24 países considerados emergentes pela instituição. Esse é o menor patamar registrado desde o início da série histórica do Fundo, em 1980.
A paridade do poder de compra é uma medida usada em comparações internacionais, por refletir melhor o custo de vida dos países.
Mensurado dessa forma, o poder de compra do brasileiro esteve por muitos anos acima da média dos emergentes. Desde meados da década passada —com o forte avanço da renda em nações como China e Índia— a situação do Brasil em relação ao grupo passou a ser de equiparação.
Mas, com a forte desaceleração da economia brasileira nos últimos anos, o país tem sido deixado para trás.
O FMI espera que, em 2020, a renda per capita do Brasil (em PPC) atinja US$ 18 mil, o que representará pouco mais de 80% da média dos emergentes (US$ 21,6 mil), se a projeção se confirmar.
Outra forma muito usada por economistas para medir o retrocesso ou o progresso relativo de países rumo ao desenvolvimento econômico é comparar sua renda per capita (em PPC) com a de nações avançadas, como os Estados Unidos. Nessa comparação, o Brasil também retrocede.
O poder de compra do brasileiro chegou a equivaler a quase 40% do americano no início dos anos 1980. Com a crise econômica, recuou bastante na década seguinte, para patamar inferior a 30%. Voltou a se recuperar no fim da década passada, mas essa tendência não se manteve.
O FMI espera que a renda per capita do país fique estagnada ao redor de 27% da americana nos próximos anos.
Coreia do Sul e Taiwan são exemplos de países que conseguiram se desenvolver. Com renda per capita equivalente a 65% e 85% da americana, respectivamente, são consideradas nações avançadas pelo FMI. O salto que tiveram nas últimas décadas foi expressivo. Em 1980, esses percentuais eram de 17% e 32%.
Em anos recentes, outros emergentes têm chegado mais perto de um patamar de renda elevada, como Malásia e Polônia, onde o poder de compra já é cerca de metade do verificado nos EUA.
China e Índia ainda permanecem longe desse patamar, mas avançam rapidamente.
BEM-ESTAR
Apesar da estagnação do Brasil no processo de avanço de sua renda média, outros indicadores de bem-estar da população tiveram grande avanço nas últimas décadas. A desigualdade na distribuição dessa renda diminuiu, o número de pobres recuou, e o acesso à educação e à saúde aumentou.
Mas, segundo economistas, o recuo do país em relação a seus pares na evolução de sua renda per capita é um sinal preocupante.
"A renda do Brasil deveria estar se aproximando da de emergentes de alto desempenho. Mas os dados mostram um aumento na diferença entre o poder de compra médio dos cidadãos desses países e os do Brasil", afirma Leonardo Fonseca, economista do Credit Suisse.
De acordo com especialistas, caso o país demore a superar a atual crise econômica, outros indicadores de bem-estar tendem a retroceder.
ENTENDA O QUE É PARIDADE DO PODER DE COMPRA
O cálculo da paridade do poder de compra (purchasing power parity, em inglês) permite comparações mais coerentes do tamanho das economias e do nível de renda dos países do que as conversões feitas pela taxa de câmbio.
Como o custo dos serviços e de alguns bens em países mais pobres é menor que nos ricos, a comparação da renda per capita em dólar não reflete a diferença relativa de preços e dos custos de vida entre eles.
Uma mesma quantidade de dólares, por exemplo, é suficiente para pagar por mais bens e serviços no Brasil do que nos EUA.
O cálculo da paridade do poder de compra tenta eliminar essas distorções e criar uma taxa de conversão que reflita adequadamente o custo de vida de cada país. Por isso, é mais recomendada para comparações internacionais.
Além disso, a renda per capita dos países expressa em dólares pode sofrer variações bruscas caso sua moeda tenha se valorizado ou depreciado muito.
Segundo estimativa do FMI, a renda per capita do brasileiro (medida em paridade do poder de compra) recuou de US$ 16,2 mil, em 2014, para US$ 15,7 mil, em 2015, o equivalente a 90% do rendimento médio dos 24 países considerados emergentes pela instituição. Esse é o menor patamar registrado desde o início da série histórica do Fundo, em 1980.
A paridade do poder de compra é uma medida usada em comparações internacionais, por refletir melhor o custo de vida dos países.
Mensurado dessa forma, o poder de compra do brasileiro esteve por muitos anos acima da média dos emergentes. Desde meados da década passada —com o forte avanço da renda em nações como China e Índia— a situação do Brasil em relação ao grupo passou a ser de equiparação.
Mas, com a forte desaceleração da economia brasileira nos últimos anos, o país tem sido deixado para trás.
O FMI espera que, em 2020, a renda per capita do Brasil (em PPC) atinja US$ 18 mil, o que representará pouco mais de 80% da média dos emergentes (US$ 21,6 mil), se a projeção se confirmar.
Outra forma muito usada por economistas para medir o retrocesso ou o progresso relativo de países rumo ao desenvolvimento econômico é comparar sua renda per capita (em PPC) com a de nações avançadas, como os Estados Unidos. Nessa comparação, o Brasil também retrocede.
O poder de compra do brasileiro chegou a equivaler a quase 40% do americano no início dos anos 1980. Com a crise econômica, recuou bastante na década seguinte, para patamar inferior a 30%. Voltou a se recuperar no fim da década passada, mas essa tendência não se manteve.
O FMI espera que a renda per capita do país fique estagnada ao redor de 27% da americana nos próximos anos.
Coreia do Sul e Taiwan são exemplos de países que conseguiram se desenvolver. Com renda per capita equivalente a 65% e 85% da americana, respectivamente, são consideradas nações avançadas pelo FMI. O salto que tiveram nas últimas décadas foi expressivo. Em 1980, esses percentuais eram de 17% e 32%.
Em anos recentes, outros emergentes têm chegado mais perto de um patamar de renda elevada, como Malásia e Polônia, onde o poder de compra já é cerca de metade do verificado nos EUA.
China e Índia ainda permanecem longe desse patamar, mas avançam rapidamente.
BEM-ESTAR
Apesar da estagnação do Brasil no processo de avanço de sua renda média, outros indicadores de bem-estar da população tiveram grande avanço nas últimas décadas. A desigualdade na distribuição dessa renda diminuiu, o número de pobres recuou, e o acesso à educação e à saúde aumentou.
Mas, segundo economistas, o recuo do país em relação a seus pares na evolução de sua renda per capita é um sinal preocupante.
"A renda do Brasil deveria estar se aproximando da de emergentes de alto desempenho. Mas os dados mostram um aumento na diferença entre o poder de compra médio dos cidadãos desses países e os do Brasil", afirma Leonardo Fonseca, economista do Credit Suisse.
De acordo com especialistas, caso o país demore a superar a atual crise econômica, outros indicadores de bem-estar tendem a retroceder.
ENTENDA O QUE É PARIDADE DO PODER DE COMPRA
O cálculo da paridade do poder de compra (purchasing power parity, em inglês) permite comparações mais coerentes do tamanho das economias e do nível de renda dos países do que as conversões feitas pela taxa de câmbio.
Como o custo dos serviços e de alguns bens em países mais pobres é menor que nos ricos, a comparação da renda per capita em dólar não reflete a diferença relativa de preços e dos custos de vida entre eles.
Uma mesma quantidade de dólares, por exemplo, é suficiente para pagar por mais bens e serviços no Brasil do que nos EUA.
O cálculo da paridade do poder de compra tenta eliminar essas distorções e criar uma taxa de conversão que reflita adequadamente o custo de vida de cada país. Por isso, é mais recomendada para comparações internacionais.
Além disso, a renda per capita dos países expressa em dólares pode sofrer variações bruscas caso sua moeda tenha se valorizado ou depreciado muito.
Fonte: Folha Online - 14/02/0216
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