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Moody’s chega ao Brasil e deve ser 3ª agência a tirar grau de investimento do País
Publicado em 03/02/2016 , por ADRIANA FERNANDES
Com piora nas contas públicas, equipe liderada por Nelson Barbosa terá de lidar com a desconfiança na capacidade do governo de equilibrar a situação fiscal
Com a piora das contas públicas e de outros indicadores da economia brasileira, será difícil para a equipe econômica segurar a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody′s, que desembarcou nesta terça-feira, 2, em Brasília para uma nova avaliação do País, na véspera do feriado do carnaval.
A avaliação é de integrantes do próprio governo ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que destacam ainda que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, terá o desafio de lidar com a desconfiança das agências em relação aos rumos que ele dará à condução da política econômica. Se confirmado o prognóstico, será a terceira das grandes agências a retirar o grau de investimento do País, acompanhando Standard & Poor′s e Fitch.
Depois do rombo de R$ 115 bilhões das contas públicas na semana passada, as agências já manifestaram preocupação com a incapacidade de o governo federal cortar gastos num ambiente onde a receita "não aparece".
A missão da Moody′s chega ao País faltando poucos dias para o anúncio do corte do Orçamento da União e depois da mudança de rota da política monetária pelo Banco Central, que decidiu manter os juros em 14,25%, depois de sinalizações de que elevaria a Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Essa é primeira visita de representantes de uma grande agência de classificação de risco com Barbosa à frente do comando do Ministério da Fazenda. No Ministério Planejamento, o ministro chegou a minimizar a impacto da perda do grau de investimento pela S&P, destacando que se tratava "apenas de uma avaliação" de uma agência importante. Essa postura foi bastante criticada pelo seu antecessor no cargo, Joaquim Levy.
Para a agência, Barbosa é considerado uma espécie de "contrapeso" do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, que queria uma acomodação fiscal mais rápida. Por isso, a desconfiança agora. "Ele vai ter de lidar com essa desconfiança", comentou um fonte da equipe econômica.
A equipe do ministro deve reforçar a estratégia de reforma fiscal, anunciada na semana passada durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, que inclui bandas fiscais e um teto para o crescimento do gasto.
No início de dezembro do ano passado, a Moody′s pôs a nota de crédito soberano do Brasil em revisão para um possível rebaixamento. A atual nota do país é Baa3, o último nível dentro do grau de investimento. Segundo a agência, na época, as complicações no cenário político pioram a tendência de crescimento da dívida do País. Menos de uma semana depois, a Fitch retirou o grau de investimento seguindo os passos da S&P.
De lá para cá, os indicadores pioraram, principalmente o endividamento público, que mostrou forte crescimento em 2015 com tendência de alta nos próximos anos. A dívida e o seu perfil de composição é um dos principais dados observados pelas agências. Na semana passada, o Tesouro Nacional projetou uma piora do perfil da dívida para 2016 e previu que o quadro só deve melhorar daqui a três anos.
Com a piora das contas públicas e de outros indicadores da economia brasileira, será difícil para a equipe econômica segurar a perda do grau de investimento pela agência de classificação de risco Moody′s, que desembarcou nesta terça-feira, 2, em Brasília para uma nova avaliação do País, na véspera do feriado do carnaval.
A avaliação é de integrantes do próprio governo ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que destacam ainda que o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, terá o desafio de lidar com a desconfiança das agências em relação aos rumos que ele dará à condução da política econômica. Se confirmado o prognóstico, será a terceira das grandes agências a retirar o grau de investimento do País, acompanhando Standard & Poor′s e Fitch.
Depois do rombo de R$ 115 bilhões das contas públicas na semana passada, as agências já manifestaram preocupação com a incapacidade de o governo federal cortar gastos num ambiente onde a receita "não aparece".
A missão da Moody′s chega ao País faltando poucos dias para o anúncio do corte do Orçamento da União e depois da mudança de rota da política monetária pelo Banco Central, que decidiu manter os juros em 14,25%, depois de sinalizações de que elevaria a Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Essa é primeira visita de representantes de uma grande agência de classificação de risco com Barbosa à frente do comando do Ministério da Fazenda. No Ministério Planejamento, o ministro chegou a minimizar a impacto da perda do grau de investimento pela S&P, destacando que se tratava "apenas de uma avaliação" de uma agência importante. Essa postura foi bastante criticada pelo seu antecessor no cargo, Joaquim Levy.
Para a agência, Barbosa é considerado uma espécie de "contrapeso" do ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, que queria uma acomodação fiscal mais rápida. Por isso, a desconfiança agora. "Ele vai ter de lidar com essa desconfiança", comentou um fonte da equipe econômica.
A equipe do ministro deve reforçar a estratégia de reforma fiscal, anunciada na semana passada durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, que inclui bandas fiscais e um teto para o crescimento do gasto.
No início de dezembro do ano passado, a Moody′s pôs a nota de crédito soberano do Brasil em revisão para um possível rebaixamento. A atual nota do país é Baa3, o último nível dentro do grau de investimento. Segundo a agência, na época, as complicações no cenário político pioram a tendência de crescimento da dívida do País. Menos de uma semana depois, a Fitch retirou o grau de investimento seguindo os passos da S&P.
De lá para cá, os indicadores pioraram, principalmente o endividamento público, que mostrou forte crescimento em 2015 com tendência de alta nos próximos anos. A dívida e o seu perfil de composição é um dos principais dados observados pelas agências. Na semana passada, o Tesouro Nacional projetou uma piora do perfil da dívida para 2016 e previu que o quadro só deve melhorar daqui a três anos.
Fonte: Estadão - 02/02/2016
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