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Moody′s ameaça rebaixar nota do Brasil e tirar selo de bom pagador
Publicado em 10/12/2015 , por GIULIANA VALLONE
A rápida deterioração econômica deixou o Brasil mais perto de perder o grau de investimento pela Moody′s. A agência de classificação de risco colocou a nota do país em observação para o rebaixamento nesta quarta-feira (9).
A mudança significa que uma nova decisão sobre a nota deve ser tomada em até três meses. A Moody′s rebaixou o país em agosto, colocando-o no último nível do grau de investimento —atestado de que é um bom pagador de suas dívidas.
Em nota, a agência afirma que as condições econômicas e fiscais pioraram rapidamente e a probabilidade de reversão deste cenário nos próximos dois ou três anos é baixa.
"Os indicadores continuam a se deteriorar fortemente com nenhum sinal claro de quando o fundo do poço será atingido", diz o texto. "A piora das condições estão levando a Moody′s a reavaliar se o desempenho fiscal e econômico estarão em linha com as suposições que sustentam a classificação do Brasil em Baa3."
Para manter a nota, o país precisaria apresentar um retorno a um crescimento do PIB de cerca de 2% e superavit primário de magnitude similar depois de 2016. Uma virada no próximo ano, no entanto, parece improvável, diz.
Entre as razões para a mudança, a Moody′s aponta ainda a piora da governabilidade e o aumento no risco de paralisação, impedindo que as políticas necessárias para o ajuste fiscal sejam adotadas.
"Há uma falta de consenso político no Brasil sobre a necessidade de resolver a rigidez orçamentária de maneira mais agressiva, por meio de reformas que reduzam os aumentos de despesas obrigatórias", afirma.
O início do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff também é citado como fator complicador.
"[Ele] lança ainda mais dúvidas sobre a possibilidade de cooperação entre o Congresso e o Executivo para a aprovação de medidas significativas de consolidação fiscal em 2016, deixando pouco espaço para que se combata as tendências de piora fiscal no médio prazo", diz o comunicado.
FUGA DE CAPITAL
O país perdeu o grau de investimento concedido pela Standard & Poor′s em setembro e, agora, possui o selo de bom pagador de apenas duas agências: Moody′s e Fitch.
O rebaixamento por mais uma delas pode causar uma retirada de recursos investidos no Brasil, já que parte dos grandes fundos de investimento exige o selo de pelo menos duas agências para manter suas aplicações.
GRAU DE INVESTIMENTO
O grau de investimento é uma condição atribuída por agências internacionais de classificação de risco a papéis, empresas ou países para definir que se trata de um investimento seguro -ou seja, com baixo risco de calote.
As três agências risco de maior visibilidade no mundo são a Standard & Poor′s, a Moody′s e a Fitch Ratings.
As notas de crédito têm impacto sobre o custo da dívida de empresas e países. Quanto melhor a classificação, menor tende a ser o desembolso com os juros dos financiamentos, e vice-versa.
Como a S&P atribui notas de crédito AAA: rating mais alto atribuído pela S&P. Devedor tem capacidade extremamente forte para honrar seus compromissos financeiros
AA: capacidade muito forte para honrar compromissos
A: capacidade forte para honrar seus compromissos, mas é mais suscetível a efeitos adversos de mudanças na economia
BBB: capacidade adequada para honrar compromissos, mas condições econômicas adversas podem levar a um enfraquecimento na capacidade de pagamento
BB: primeiro grau de rating especulativo. Devedor é menos vulnerável no curto prazo do que os devedores com ratings mais baixos. No entanto, enfrenta grandes incertezas no momento e exposição a condições adversas poderiam levá-lo a uma capacidade inadequada para honrar compromissos
B: atualmente tem capacidade para honrar seus compromissos financeiros, mas condições adversas de negócios, financeiras ou econômicas provavelmente prejudicariam a capacidade e a disposição de pagamento
CCC: atualmente vulnerável e dependente de condições favoráveis para honrar seus compromissos financeiros
CC: devedor está atualmente altamente vulnerável. A avaliação CC é utilizada quando o default ainda não ocorreu, porém a S&P espera que seja praticamente certo
R: devedor avaliado como R está sob supervisão regulatória em decorrência de sua condição financeira
SD e D: devedor avaliado como SD (default seletivo) ou D está em default em uma ou mais de suas obrigações financeiras, incluindo obrigações financeiras avaliadas ou não. O rating ‘D’ também será usado quando a Standard & Poor’s acredita que o default será geral e que o devedor não conseguirá pagar todas, ou quase todas, as suas obrigações no vencimento
Os ratings de AA a CCC podem ser modificados pela adição de um sinal de mais (+) ou de menos (-) para mostrar a posição relativa dentro das principais categorias de rating
A mudança significa que uma nova decisão sobre a nota deve ser tomada em até três meses. A Moody′s rebaixou o país em agosto, colocando-o no último nível do grau de investimento —atestado de que é um bom pagador de suas dívidas.
Em nota, a agência afirma que as condições econômicas e fiscais pioraram rapidamente e a probabilidade de reversão deste cenário nos próximos dois ou três anos é baixa.
"Os indicadores continuam a se deteriorar fortemente com nenhum sinal claro de quando o fundo do poço será atingido", diz o texto. "A piora das condições estão levando a Moody′s a reavaliar se o desempenho fiscal e econômico estarão em linha com as suposições que sustentam a classificação do Brasil em Baa3."
Para manter a nota, o país precisaria apresentar um retorno a um crescimento do PIB de cerca de 2% e superavit primário de magnitude similar depois de 2016. Uma virada no próximo ano, no entanto, parece improvável, diz.
Entre as razões para a mudança, a Moody′s aponta ainda a piora da governabilidade e o aumento no risco de paralisação, impedindo que as políticas necessárias para o ajuste fiscal sejam adotadas.
"Há uma falta de consenso político no Brasil sobre a necessidade de resolver a rigidez orçamentária de maneira mais agressiva, por meio de reformas que reduzam os aumentos de despesas obrigatórias", afirma.
O início do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff também é citado como fator complicador.
"[Ele] lança ainda mais dúvidas sobre a possibilidade de cooperação entre o Congresso e o Executivo para a aprovação de medidas significativas de consolidação fiscal em 2016, deixando pouco espaço para que se combata as tendências de piora fiscal no médio prazo", diz o comunicado.
FUGA DE CAPITAL
O país perdeu o grau de investimento concedido pela Standard & Poor′s em setembro e, agora, possui o selo de bom pagador de apenas duas agências: Moody′s e Fitch.
O rebaixamento por mais uma delas pode causar uma retirada de recursos investidos no Brasil, já que parte dos grandes fundos de investimento exige o selo de pelo menos duas agências para manter suas aplicações.
GRAU DE INVESTIMENTO
O grau de investimento é uma condição atribuída por agências internacionais de classificação de risco a papéis, empresas ou países para definir que se trata de um investimento seguro -ou seja, com baixo risco de calote.
As três agências risco de maior visibilidade no mundo são a Standard & Poor′s, a Moody′s e a Fitch Ratings.
As notas de crédito têm impacto sobre o custo da dívida de empresas e países. Quanto melhor a classificação, menor tende a ser o desembolso com os juros dos financiamentos, e vice-versa.
Como a S&P atribui notas de crédito AAA: rating mais alto atribuído pela S&P. Devedor tem capacidade extremamente forte para honrar seus compromissos financeiros
AA: capacidade muito forte para honrar compromissos
A: capacidade forte para honrar seus compromissos, mas é mais suscetível a efeitos adversos de mudanças na economia
BBB: capacidade adequada para honrar compromissos, mas condições econômicas adversas podem levar a um enfraquecimento na capacidade de pagamento
BB: primeiro grau de rating especulativo. Devedor é menos vulnerável no curto prazo do que os devedores com ratings mais baixos. No entanto, enfrenta grandes incertezas no momento e exposição a condições adversas poderiam levá-lo a uma capacidade inadequada para honrar compromissos
B: atualmente tem capacidade para honrar seus compromissos financeiros, mas condições adversas de negócios, financeiras ou econômicas provavelmente prejudicariam a capacidade e a disposição de pagamento
CCC: atualmente vulnerável e dependente de condições favoráveis para honrar seus compromissos financeiros
CC: devedor está atualmente altamente vulnerável. A avaliação CC é utilizada quando o default ainda não ocorreu, porém a S&P espera que seja praticamente certo
R: devedor avaliado como R está sob supervisão regulatória em decorrência de sua condição financeira
SD e D: devedor avaliado como SD (default seletivo) ou D está em default em uma ou mais de suas obrigações financeiras, incluindo obrigações financeiras avaliadas ou não. O rating ‘D’ também será usado quando a Standard & Poor’s acredita que o default será geral e que o devedor não conseguirá pagar todas, ou quase todas, as suas obrigações no vencimento
Os ratings de AA a CCC podem ser modificados pela adição de um sinal de mais (+) ou de menos (-) para mostrar a posição relativa dentro das principais categorias de rating
Fonte: Folha Online - 09/12/2015
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