<
Voltar para notícias
1755
pessoas já leram essa notícia
Uma de cada quatro famílias gasta mais de 30% do orçamento em aluguel
Publicado em 07/12/2015 , por ANNA RANGEL
O percentual de famílias brasileiras que moram de aluguel e comprometem 30% ou mais da renda para pagar a locação chegou a cerca um quarto dos domicílios alugados no Brasil, de acordo com dados da Síntese de Indicadores Sociais, divulgados nesta sexta-feira (4) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número de residências alugadas em situação de "ônus excessivo", no qual as pessoas pagam valores excessivamente altos para morar, passou de 25,7% em 2013 para 28,8% em 2014 em todo o país. Os dados são referentes ao ano passado e pertencem à Pnad (Pesquisa por Amostra de Domicílios).
Na cidade de São Paulo, o percentual de famílias que pagam mais 30% da renda em aluguel subiu de 28,1% para 32,4%.
Entre a parte mais pobre da população, o índice chega a quase 62%. O chamado "ônus excessivo" prejudica ainda mais os brasileiros com menor renda.
De acordo com o consultor financeiro Erasmo Vieira, da Planilhar Planejamento Financeiro, a referência do IBGE representa um valor muito alto do orçamento para destinar em aluguel.
"Se você coloca 30% mas está adquirindo um imóvel, construindo patrimônio, pode até fazer sentido. Mas a pessoa está pagando só para morar ali", afirma.
O ideal, segundo Vieira, é manter a fatia da renda destinada à locação em cerca de 15%.
O professor de Real Estate da Escola Politécnica da (USP) Universidade de São Paulo João Rocha Lima Júnior aponta que a diminuição da renda das famílias pode até pressionar o preço dos aluguéis.
"Com o valor que se comprava 100 metros quadrados em 2005, usando como referência a região do Paraíso e da Vila Mariana, compra-se hoje 46 metros quadrados", diz. "Assim, o preço [da locação] permanece alto porque a pessoa não compra e acaba alugando".
A doméstica Maria do Carmo dos Santos, 54, vive em uma casa acima de um bar no bairro da Chácara Santana, zona sul de São Paulo. Ganhava R$ 1.400 até ser afastada do trabalho, há um ano, por problemas na coluna e um tumor no cérebro.
Depois de 15 anos na mesma residência, a família se mudou por não concordar com o aumento de aluguel imposto pelo locatário.
"Não ia pagar R$ 800 em uma casa velha, cheia de problemas", afirma Maria do Carmo. "O dono queria subir o valor antes mesmo do fim do ano."
Santos paga hoje os mesmos R$ 800 em uma casa menor, mas construída há menos de cinco anos, e agora recebe R$ 975 do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).
Para conseguir dar conta da despesa, negocia o pagamento com a dona do imóvel. "A gente paga uma parte do valor em um mês, metade em outro, e vai conversando", diz. No próximo dia 15, completa dois meses de inadimplência.
O professor da USP explica que os proprietários fazem a precificação com base no que julgam mais razoável. "Não conhecemos a demanda verdadeira e a oferta não é disciplinada", diz.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga mensalmente o IGP-M (Índice Geral de Preço - Mercado), que indica a variação média nos preços dos aluguéis.
O Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo) e o Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) também monitoram o comportamento do mercado de aluguéis em São Paulo, com relatórios a cada quatro semanas.
O número de residências alugadas em situação de "ônus excessivo", no qual as pessoas pagam valores excessivamente altos para morar, passou de 25,7% em 2013 para 28,8% em 2014 em todo o país. Os dados são referentes ao ano passado e pertencem à Pnad (Pesquisa por Amostra de Domicílios).
Na cidade de São Paulo, o percentual de famílias que pagam mais 30% da renda em aluguel subiu de 28,1% para 32,4%.
Entre a parte mais pobre da população, o índice chega a quase 62%. O chamado "ônus excessivo" prejudica ainda mais os brasileiros com menor renda.
De acordo com o consultor financeiro Erasmo Vieira, da Planilhar Planejamento Financeiro, a referência do IBGE representa um valor muito alto do orçamento para destinar em aluguel.
"Se você coloca 30% mas está adquirindo um imóvel, construindo patrimônio, pode até fazer sentido. Mas a pessoa está pagando só para morar ali", afirma.
O ideal, segundo Vieira, é manter a fatia da renda destinada à locação em cerca de 15%.
O professor de Real Estate da Escola Politécnica da (USP) Universidade de São Paulo João Rocha Lima Júnior aponta que a diminuição da renda das famílias pode até pressionar o preço dos aluguéis.
"Com o valor que se comprava 100 metros quadrados em 2005, usando como referência a região do Paraíso e da Vila Mariana, compra-se hoje 46 metros quadrados", diz. "Assim, o preço [da locação] permanece alto porque a pessoa não compra e acaba alugando".
A doméstica Maria do Carmo dos Santos, 54, vive em uma casa acima de um bar no bairro da Chácara Santana, zona sul de São Paulo. Ganhava R$ 1.400 até ser afastada do trabalho, há um ano, por problemas na coluna e um tumor no cérebro.
Depois de 15 anos na mesma residência, a família se mudou por não concordar com o aumento de aluguel imposto pelo locatário.
"Não ia pagar R$ 800 em uma casa velha, cheia de problemas", afirma Maria do Carmo. "O dono queria subir o valor antes mesmo do fim do ano."
Santos paga hoje os mesmos R$ 800 em uma casa menor, mas construída há menos de cinco anos, e agora recebe R$ 975 do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).
Para conseguir dar conta da despesa, negocia o pagamento com a dona do imóvel. "A gente paga uma parte do valor em um mês, metade em outro, e vai conversando", diz. No próximo dia 15, completa dois meses de inadimplência.
O professor da USP explica que os proprietários fazem a precificação com base no que julgam mais razoável. "Não conhecemos a demanda verdadeira e a oferta não é disciplinada", diz.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulga mensalmente o IGP-M (Índice Geral de Preço - Mercado), que indica a variação média nos preços dos aluguéis.
O Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo) e o Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) também monitoram o comportamento do mercado de aluguéis em São Paulo, com relatórios a cada quatro semanas.
Fonte: Folha Online - 04/12/2015
1755
pessoas já leram essa notícia
Notícias
- 25/11/2024 68,1 milhões de consumidores estavam inadimplentes em outubro
- Etanol se mostra como opção mais vantajosa que gasolina em 11 Estados e no DF
- Prevent Sênior, Amil e mais 12 planos são processados por práticas abusivas; veja lista
- Trabalhadores recebem primeira parcela do décimo terceiro nesta semana
- Pé-de-Meia: pagamento a estudantes começa nesta segunda
- Após Carrefour, Intermarché suspende venda de carne sul-americana na França
- Custos de ultraprocessados e álcool ao SUS atingem R$ 28 bi por ano
- Juíza absolve acusados pela “lava jato” de abrir contas para lavagem de dinheiro
- Quais medidas devem ser incluídas no pacote de corte de gastos? Ex-diretor do BC analisa
- Terceira Turma reforma decisão que condenou plano de saúde a pagar exame realizado no exterior
- Plano de saúde é condenado por cancelamento de contrato de adolescente com TEA
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)