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33% dos devedores não saem do calote antes de 2017
Publicado em 13/11/2015
Inadimplência: 46,7% dos inadimplentes não sabem o quanto devem
São Paulo - Mesmo com as inúmeras campanhas de renegociação de dívidas que estão ocorrendo este mês, boa parte dos brasileiros inadimplentes não vai se livrar tão cedo das pendências.
Um terço dos consumidores com dívidas em atraso acredita que não consegue quitar as dívidas antes de 2017, revela pesquisa do Instituto Geoc.
O instituto reúne 16 empresas de cobrança que, mensalmente, entram em contato com 18 milhões de brasileiros inadimplentes.
"A situação se agravou e até mesmo o incremento de renda por conta do pagamento de 13.º salário, que poderia ajudar na renegociação de dívidas, neste ano será menor", diz Jair Lantaller, diretor do Instituto Geoc e responsável pela pesquisa que será apresentada nesta quarta-feira, 11, em São Paulo, no 11.º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança.
A enquete nacional, feita no mês passado, consultou 300 mil consumidores que, nos últimos 12 meses, tiveram alguma dívida não paga. Destes, oito em cada dez voltaram a ter dívidas em atraso.
Dos inadimplentes reincidentes, 24,9% têm mais de quatro dívidas. Na média, o número de pendências oscila entre três e quatro, sendo maior entre os desempregados.
Um dado surpreendente, segundo Lantaller, é que, em média, 46,7% dos inadimplentes não sabem o quanto devem. Essa parcela é maior nas faixas de menor renda. Exemplo: 57,4% dos inadimplentes com renda mensal de até R$ 1.449,99 desconhecem o valor da pendência.
Motivos
Problema inesperado, com 48,9% das respostas, e perda de renda, com 41,8%, são os principais motivos apontados pelos entrevistados para deixar de quitar os débitos em dia.
O descontrole de gastos, com 16,7% das respostas, ocupa a terceira posição entre os fatores de inadimplência. Até pouco tempo atrás, quando as famílias viviam um boom de consumo, com crédito farto, inflação contida e juros baixos, o descontrole de gastos liderava o ranking de motivos do calote.
As dívidas no cartão de crédito e no crédito pessoal, com 66,6% e 43%, respectivamente, continuam sendo apontadas como as principais linhas de financiamento que levaram à inadimplência.
Mas um dado preocupante é que os débitos com serviços obrigatórios, que reúne contas atrasadas de luz, água e telefone, foram responsáveis por 33,8% das dívidas que levaram à inclusão na lista de devedores.
O resultado pode parecer contraditório, já que 80,2% dos entrevistados disseram que jamais deixariam de pagar essas contas. No entanto, a recessão atual, combinada com o aumento das tarifas, apertou de tal maneira o orçamento das famílias que elas se tornaram inadimplentes até nessas despesas.
Estatísticas
Apesar de o último dado do Banco Central, o de setembro, não apontar um aumento significativo da inadimplência, Lantaller acredita que essa alta vai aparecer nas estatísticas dos próximos meses.
Além dessa defasagem de dados, o diretor do Instituto Geoc observa que a exigência da assinatura do consumidor do Aviso de Recebimento (AR) para incluí-lo no cadastro de inadimplentes, obrigatória para São Paulo, que é o maior mercado de crédito do país, acabou subestimando os indicadores de calote recentemente.
São Paulo - Mesmo com as inúmeras campanhas de renegociação de dívidas que estão ocorrendo este mês, boa parte dos brasileiros inadimplentes não vai se livrar tão cedo das pendências.
Um terço dos consumidores com dívidas em atraso acredita que não consegue quitar as dívidas antes de 2017, revela pesquisa do Instituto Geoc.
O instituto reúne 16 empresas de cobrança que, mensalmente, entram em contato com 18 milhões de brasileiros inadimplentes.
"A situação se agravou e até mesmo o incremento de renda por conta do pagamento de 13.º salário, que poderia ajudar na renegociação de dívidas, neste ano será menor", diz Jair Lantaller, diretor do Instituto Geoc e responsável pela pesquisa que será apresentada nesta quarta-feira, 11, em São Paulo, no 11.º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança.
A enquete nacional, feita no mês passado, consultou 300 mil consumidores que, nos últimos 12 meses, tiveram alguma dívida não paga. Destes, oito em cada dez voltaram a ter dívidas em atraso.
Dos inadimplentes reincidentes, 24,9% têm mais de quatro dívidas. Na média, o número de pendências oscila entre três e quatro, sendo maior entre os desempregados.
Um dado surpreendente, segundo Lantaller, é que, em média, 46,7% dos inadimplentes não sabem o quanto devem. Essa parcela é maior nas faixas de menor renda. Exemplo: 57,4% dos inadimplentes com renda mensal de até R$ 1.449,99 desconhecem o valor da pendência.
Motivos
Problema inesperado, com 48,9% das respostas, e perda de renda, com 41,8%, são os principais motivos apontados pelos entrevistados para deixar de quitar os débitos em dia.
O descontrole de gastos, com 16,7% das respostas, ocupa a terceira posição entre os fatores de inadimplência. Até pouco tempo atrás, quando as famílias viviam um boom de consumo, com crédito farto, inflação contida e juros baixos, o descontrole de gastos liderava o ranking de motivos do calote.
As dívidas no cartão de crédito e no crédito pessoal, com 66,6% e 43%, respectivamente, continuam sendo apontadas como as principais linhas de financiamento que levaram à inadimplência.
Mas um dado preocupante é que os débitos com serviços obrigatórios, que reúne contas atrasadas de luz, água e telefone, foram responsáveis por 33,8% das dívidas que levaram à inclusão na lista de devedores.
O resultado pode parecer contraditório, já que 80,2% dos entrevistados disseram que jamais deixariam de pagar essas contas. No entanto, a recessão atual, combinada com o aumento das tarifas, apertou de tal maneira o orçamento das famílias que elas se tornaram inadimplentes até nessas despesas.
Estatísticas
Apesar de o último dado do Banco Central, o de setembro, não apontar um aumento significativo da inadimplência, Lantaller acredita que essa alta vai aparecer nas estatísticas dos próximos meses.
Além dessa defasagem de dados, o diretor do Instituto Geoc observa que a exigência da assinatura do consumidor do Aviso de Recebimento (AR) para incluí-lo no cadastro de inadimplentes, obrigatória para São Paulo, que é o maior mercado de crédito do país, acabou subestimando os indicadores de calote recentemente.
Fonte: Exame Online - 12/11/2015
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