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Crise exige reserva para emergência de até seis meses de gastos fixos
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Crise exige reserva para emergência de até seis meses de gastos fixos

Publicado em 01/12/2015 , por DANIELLE BRANT

O cenário econômico projetado para 2016 promete piora nas condições do mercado de trabalho e continuidade da inflação, corroendo a renda do trabalhador. E quem não tiver dinheiro para lidar com imprevistos, como a perda do emprego ou uma emergência familiar, poderá ter de encarar uma bola de neve crescente de dívidas.

A piora das perspectivas e o aumento das incertezas fizeram com que os brasileiros se programassem para poupar parte do 13º salário, de olho no futuro, ou utilizar o benefício para pagar dívidas, segundo dados da Delloite.

Para o químico Paulo Sergio Rodrigues, 52, foi a preocupação com os efeitos da inflação que despertou a vontade de criar um fundo de emergência. O 13º vai ajudá-lo a ganhar fôlego para fazer o ajuste. "Supermercado e combustível começaram a pesar muito nas contas", diz.

A recomendação dos especialistas é reforçar as reservas. Quem hoje guarda 5% do salário, por exemplo, pode tentar elevar para 10%.



"O mínimo que deve ser economizado é 10% do que se ganha. Se o trabalhador não consegue guardar tanto, deve revisar seus gastos. Se houver aperto em um mês, é preciso compensar depois,guardando mais", afirma Michael Viriato, professor de finanças do Insper. "O 13º é justamente para compensar o que você não conseguiu guardar todos os meses."

Planeje-se para ter entre três e seis meses de salário poupados para eventuais imprevistos. " Suponha que você perca o emprego: sua renda para de entrar no mês seguinte e as despesas continuam chegando implacavelmente", diz a planejadora financeira Marcia Dessen.

Ela diz que a renda deve ser suficiente para sustentar a pessoa até que ela encontre um novo trabalho e se restabeleça financeiramente.

Quem quiser montar uma reserva de emergência, deve começar fazendo um raio-x de seus gastos, para identificar para onde o dinheiro está indo. Ao cortar despesas desnecessárias, sobrarão mais recursos mensalmente.


O ideal é fazer um aplicação que tenha resgate fácil. Uma opção é a poupança –o rendimento, porém, foi de só 6,62% neste ano, contra uma inflação de 8,52% do IPCA. Os CDBs e fundos, especialmente aqueles com taxa de administração baixa, rendem mais. Quem não tem disciplina, pode programar aplicação automática.

ANO DIFÍCIL

Organize o orçamento familiar para elevar reservas em 2016

> NOME SUJO

Analise suas contas e verifique se tem débitos em atraso ou financiamentos com juros altos. As contas atrasadas podem ter provocado a inscrição de seu CPF em cadastros de restrição de crédito. É prudente fazer uma consulta para saber como está sua situação financeira

> PRIORIDADES

Utilize o valor do 13º, em primeiro lugar, para quitar as dívidas (veja dicas ao lado). Caso não tenha pendências financeiras, é hora de dar o segundo passo: organizar o orçamento familiar. Coloque todas as despesas na ponta do lápis e programe-se para poupar um pouco por mês. O ideal é reservar ao menos 10% de sua renda líquida

> CAIXA EMERGENCIAL

Para se proteger de imprevistos, como a perda do emprego em ano de crise, é preciso aumentar o esforço de poupança. O horizonte deve ser de três a seis meses de seu salário atual, o que permitiria manter o pagamento de suas despesas por algum tempo, enquanto procura um novo posto de trabalho

> APLICAÇÃO

Com o caixa reforçado, é possível pensar em fazer um investimento. Para escolher a aplicação, lembre-se de que, por serem recursos emergenciais, eles devem ser colocados em uma modalidade com liquidez –e que permita o resgate a qualquer momento, como poupança, CDB e Tesouro Direto

Fonte: Folha Online - 30/11/2015

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