<
Voltar para notícias
2053
pessoas já leram essa notícia
TCU vê indícios de tratamento privilegiado do BNDES à JBS
Publicado em 26/11/2015 , por JOÃO VILLAVERDE
Relator da investigação solicitou três tomadas de contas especiais para apurar empréstimos para que a JBS fizesse a aquisição de empresas norte-americanas
BRASÍLIA - O Tribunal de Contas da União (TCU) viu indícios de irregularidades na relação entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a empresa JBS e determinou um aprofundamento das investigações de seus auditores no banco para apurar o caso. O relator, ministro Augusto Sherman, disse que os fatos levantados pelos técnicos do TCU que produziram a primeira auditoria sobre o BNDES e sua relação com a JBS, concluída agora, demonstraram "existirem indícios de tratamento privilegiado do BNDES para com a JBS".
O relator solicitou três tomadas de contas especiais para apurar operações específicas que envolveram a transferência de recursos do BNDES e do BNDESPar para que a JBS fizesse a aquisição de empresas norte-americanas. As operações são a compra da Swift, em 2007, da Smithfield e a tentativa sobre a National Beef, em 2008, e sobre a Pilgrim′s Pride, em 2009. Pela tomada de contas especial, o TCU pode buscar o ressarcimento à União de eventuais danos causados pelo uso incorreto de recursos públicos.
O ministro Bruno Dantas foi contrário à abertura de tomadas de contas especiais pelo TCU e citou o caso da Petrobrás e a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. "Na desastrosa participação da Petrobrás sobre Pasadena, ali sim era cabível a tomada de contas especial, que inclusive está sob análise do tribunal, com relatoria do ministro Vital do Rêgo. Essa situação não pode se confundir com essa agora", disse ele.
Ao final, o TCU decidiu pela abertura de três processos apartados, conexos ao processo principal, sobre a relação entre o BNDES e a JBS.
O TCU identificou que em todas as três a análise das operações no BNDES foram feitas "em prazos extremamente curtos", inferiores a 30 dias. "O BNDES nos informou que houve análise prévia dessas operações, mas nada foi encontrado. Se efetivamente isso ocorreu foi feito sem qualquer documentação", disse Sherman. Também nas duas primeiras operações, da JBS com a Swift e da companhia brasileira com a Smithfield, o BNDES não realizou operação de "due-dilligence", para verificar as condições financeiras reais das companhias que foram adquiridas.
Os técnicos do TCU também não conseguiram comprovar a utilização completa dos recursos empregados pelo BNDES na JBS, para que a empresa privada adquirisse empresas estrangeiras. "No caso da compra da Pilgrims, o BNDES aportou R$ 3,5 bilhões, mas somente foi comprovada pela auditoria a utilização de R$ 1,5 bilhão pela JBS na compra da companhia Pilgrims. Não se sabe o que aconteceu com a diferença. Onde os demais R$ 2 bilhões foram efetivamente aplicados? Essa é uma pendência que precisa de aprofundamento. Casos como esses também foram achados nas demais operações que foram alvo de nossa auditoria", disse Sherman, relator do caso.
"O BNDES deve promover o desenvolvimento da economia com geração de emprego. O que ocorreu é que nessas operações não houve avaliação do impacto na economia brasileira desses aportes de capital do banco na empresa. Não houve avaliação prévia. Haveria crescimento econômico no setor de carnes no Brasil? Qual era o benefício? Essa análise não foi encontrada", disse o ministro Sherman.
A Corte de Contas também determinou uma auditoria específica sobre a relação do BNDES com a Bertin, que recebeu aportes de capital do banco de fomento em 2008, e a consequente aquisição da Bertin pela JBS. O TCU também determinação análise para verificar melhor os indícios de irregularidades relacionadas à operação de participação acionária do BNDES na empresa Independência S.A. e as questões relacionadas à operação de troca de ações de titularidade do BNDESPar por créditos da Itaipu Binacional.
Sobre a grande participação do BNDES no capital da JBS, o ministro do TCU, Bruno Dantas, comentou em plenário que "a JBS é quase uma estatal".
Resposta. O BNDES informou, por meio de sua assessoria de imprensa, estar "tranquilo quanto à regularidade das operações" com o grupo JBS. O BNDES disse "considerar o fato de o trabalho do TCU não ser conclusivo, uma vez que a auditoria levantou indícios". "O BNDES vai esperar o aprofundamento dos trabalhos de auditoria do TCU. O banco sabe da importância do apoio que ele deu ao setor mencionado, com o fortalecimento e a formalização dos trabalhadores no ramo", disse o banco.
BRASÍLIA - O Tribunal de Contas da União (TCU) viu indícios de irregularidades na relação entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a empresa JBS e determinou um aprofundamento das investigações de seus auditores no banco para apurar o caso. O relator, ministro Augusto Sherman, disse que os fatos levantados pelos técnicos do TCU que produziram a primeira auditoria sobre o BNDES e sua relação com a JBS, concluída agora, demonstraram "existirem indícios de tratamento privilegiado do BNDES para com a JBS".
O relator solicitou três tomadas de contas especiais para apurar operações específicas que envolveram a transferência de recursos do BNDES e do BNDESPar para que a JBS fizesse a aquisição de empresas norte-americanas. As operações são a compra da Swift, em 2007, da Smithfield e a tentativa sobre a National Beef, em 2008, e sobre a Pilgrim′s Pride, em 2009. Pela tomada de contas especial, o TCU pode buscar o ressarcimento à União de eventuais danos causados pelo uso incorreto de recursos públicos.
O ministro Bruno Dantas foi contrário à abertura de tomadas de contas especiais pelo TCU e citou o caso da Petrobrás e a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. "Na desastrosa participação da Petrobrás sobre Pasadena, ali sim era cabível a tomada de contas especial, que inclusive está sob análise do tribunal, com relatoria do ministro Vital do Rêgo. Essa situação não pode se confundir com essa agora", disse ele.
Ao final, o TCU decidiu pela abertura de três processos apartados, conexos ao processo principal, sobre a relação entre o BNDES e a JBS.
O TCU identificou que em todas as três a análise das operações no BNDES foram feitas "em prazos extremamente curtos", inferiores a 30 dias. "O BNDES nos informou que houve análise prévia dessas operações, mas nada foi encontrado. Se efetivamente isso ocorreu foi feito sem qualquer documentação", disse Sherman. Também nas duas primeiras operações, da JBS com a Swift e da companhia brasileira com a Smithfield, o BNDES não realizou operação de "due-dilligence", para verificar as condições financeiras reais das companhias que foram adquiridas.
Os técnicos do TCU também não conseguiram comprovar a utilização completa dos recursos empregados pelo BNDES na JBS, para que a empresa privada adquirisse empresas estrangeiras. "No caso da compra da Pilgrims, o BNDES aportou R$ 3,5 bilhões, mas somente foi comprovada pela auditoria a utilização de R$ 1,5 bilhão pela JBS na compra da companhia Pilgrims. Não se sabe o que aconteceu com a diferença. Onde os demais R$ 2 bilhões foram efetivamente aplicados? Essa é uma pendência que precisa de aprofundamento. Casos como esses também foram achados nas demais operações que foram alvo de nossa auditoria", disse Sherman, relator do caso.
"O BNDES deve promover o desenvolvimento da economia com geração de emprego. O que ocorreu é que nessas operações não houve avaliação do impacto na economia brasileira desses aportes de capital do banco na empresa. Não houve avaliação prévia. Haveria crescimento econômico no setor de carnes no Brasil? Qual era o benefício? Essa análise não foi encontrada", disse o ministro Sherman.
A Corte de Contas também determinou uma auditoria específica sobre a relação do BNDES com a Bertin, que recebeu aportes de capital do banco de fomento em 2008, e a consequente aquisição da Bertin pela JBS. O TCU também determinação análise para verificar melhor os indícios de irregularidades relacionadas à operação de participação acionária do BNDES na empresa Independência S.A. e as questões relacionadas à operação de troca de ações de titularidade do BNDESPar por créditos da Itaipu Binacional.
Sobre a grande participação do BNDES no capital da JBS, o ministro do TCU, Bruno Dantas, comentou em plenário que "a JBS é quase uma estatal".
Resposta. O BNDES informou, por meio de sua assessoria de imprensa, estar "tranquilo quanto à regularidade das operações" com o grupo JBS. O BNDES disse "considerar o fato de o trabalho do TCU não ser conclusivo, uma vez que a auditoria levantou indícios". "O BNDES vai esperar o aprofundamento dos trabalhos de auditoria do TCU. O banco sabe da importância do apoio que ele deu ao setor mencionado, com o fortalecimento e a formalização dos trabalhadores no ramo", disse o banco.
Fonte: Estadão - 25/11/2015
2053
pessoas já leram essa notícia
Notícias
- 25/11/2024 68,1 milhões de consumidores estavam inadimplentes em outubro
- Etanol se mostra como opção mais vantajosa que gasolina em 11 Estados e no DF
- Prevent Sênior, Amil e mais 12 planos são processados por práticas abusivas; veja lista
- Trabalhadores recebem primeira parcela do décimo terceiro nesta semana
- Pé-de-Meia: pagamento a estudantes começa nesta segunda
- Após Carrefour, Intermarché suspende venda de carne sul-americana na França
- Custos de ultraprocessados e álcool ao SUS atingem R$ 28 bi por ano
- Juíza absolve acusados pela “lava jato” de abrir contas para lavagem de dinheiro
- Quais medidas devem ser incluídas no pacote de corte de gastos? Ex-diretor do BC analisa
- Terceira Turma reforma decisão que condenou plano de saúde a pagar exame realizado no exterior
- Plano de saúde é condenado por cancelamento de contrato de adolescente com TEA
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)