Parcelamento responde por mais da metade das compras no cartão
Publicado em 22/08/2017 , por Fernando Nakagawa
Invenção brasileira da década de 1990, operação surgiu para substituir os cheques pré-datados e caiu no gosto de consumidores e lojistas
BRASÍLIA - Uma invenção brasileira criada na década de 1990 já é responsável por mais da metade das compras feitas no cartão de crédito. Criado para substituir os cheques pré-datados, o parcelamento no cartão caiu no gosto de clientes e lojistas brasileiros e a operação responde por mais da metade do valor faturado pela indústria de cartões de crédito no Brasil.
Pesquisa anual do Banco Central revela que, em 50,7% das compras feitas no último trimestre de 2016, clientes optaram por parcelar em pelo menos duas vezes no cartão. Do caixa de supermercado ao site da companhia aérea, a opção de dividir a compra supera os pagamentos feitos em uma única vez, ou 49,3% das transações.
O parcelamento no cartão é uma operação de crédito oferecida pelo lojista e que é apenas gerida pela instituição financeira. O varejista recebe da operadora conforme o calendário de parcelas dado ao consumidor.
“Essa operação é uma jabuticaba que nasceu para substituir outra jabuticaba. O parcelamento nasceu como opção ao cheque pré-datado”, diz o diretor executivo da Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito (Abecs), Ricardo Vieira. Na época, a economia brasileira tinha menor oferta de crédito e maior informalidade. Diante desse cenário, operações como cheque pré-datado e parcelamento no cartão nasceram como alternativa de financiamento menos complicado.
O tempo passou, mas muitos desses problemas ainda dificultam o acesso ao crédito tradicional. Um exemplo está no número 636 da Rua Conselheiro Nébias, no centro de São Paulo. Especializada na revenda de táxis usados, a Rosane Automóveis sempre viu dificuldade em fechar negócio porque alguns taxistas não conseguem comprovar renda para o crédito tradicional. Para contornar a situação, a loja permite até comprar um carro parcelado no cartão.
“Começamos a oferecer essa opção há uns três anos. O objetivo é tentar facilitar a compra para quem não consegue, seja por falta de dinheiro para a entrada ou acesso ao financiamento”, diz o gerente da loja Wagner Santos. “Analisamos caso a caso porque o custo da operação é nosso e o cliente precisa ter esse limite, mas é possível parcelar 100% do valor do carro no cartão.”
“Nas operações sem juros, o custo desse financiamento acaba sendo do lojista, que precisa administrar esse fluxo de caixa futuro”, diz o diretor da Abecs. “Mas o risco de inadimplência da transação é totalmente do banco.”
Segundo Santos, no cheque e no boleto, o calote médio na loja fica entre 20% e 30%. “No cartão, é zero. O problema é que nem sempre o cliente tem limite disponível.”
Fonte: Estadão - 21/08/2017
Notícias
- 29/11/2024 Mercado Pago registra crescimento de 43% nas transações parceladas na pré-Black Friday
- Dólar fecha o dia cotado a R$ 5,98 após mercado reprovar o pacote fiscal do governo
- 13º salário: parcela única ou 1ª parte devem ser pagas até hoje; veja o que fazer se não recebeu
- Dólar fecha o dia cotado a R$ 5,98 após mercado reprovar o pacote fiscal do governo
- Isenção de IR até R$ 5 mil: meu salário vai aumentar? Alíquota vai subir? Veja o que se sabe
- Programa Pé-de-Meia será incorporado ao orçamento federal em 2026
Perguntas e Respostas
- Quanto tempo o nome fica cadastrado no SPC, SERASA e SCPC?
- A consulta ao SPC, SERASA ou SCPC é gratuita?
- Saiba quais os bens não podem ser penhorados para pagar dívidas
- Após quantos dias de atraso o credor pode inserir o nome do consumidor no SPC ou SERASA?
- Protesto de dívida prescrita é ilegal e dá direito a indenização por danos morais
- Como consultar SPC, SERASA ou SCPC?
- ACORDO - Em caso de acordo, após o pagamento da primeira parcela o credor é obrigado a tirar o nome do devedor dos cadastros de SPC e SERASA ou pode mantê-lo cadastrado até o pagamento da última parcela?
- CHEQUE – Não encontro à pessoa para qual passei um cheque que voltou por falta de fundos. O que posso fazer para pagar este cheque e regularizar minha situação?
- Problemas com dívidas? Dicas para você não entrar em desespero
- PROTESTO - Qual o prazo para o protesto de um cheque, nota promissória ou duplicata? O protesto renova o prazo de prescrição ou de inscrição no SPC e SERASA?
- O que o consumidor pode fazer quando seu nome continua incluído na SERASA ou no SPC após o pagamento de uma dívida ou depois de 5 anos?
- Cartão de Crédito: Procedimentos em caso de perda, roubo ou clonagem
- Posso ser preso por dívidas ?
- SPC e SERASA, como saber se seu nome está inscrito?
- Acordo – Paga a primeira parcela nome deve ser excluído dos cadastros negativos (SPC, SERASA, etc)