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Pensando em leis, enquanto limpa privadas
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Pensando em leis, enquanto limpa privadas

Publicado em 23/01/2018

Todos os dias, a advogada paulista Rosana da Silva, de 54 anos, senta-se em um banquinho de plástico em um cruzamento da zona sul de São Paulo e levanta uma placa de papelão com um anúncio: "Faxina. Sete horas. R$ 60."

Há quem pare e olhe, curioso. Há quem tire fotos e publique nas redes sociais ou anote o número dela para um serviço futuro. Mas a trajetória de Rosana é mais complexa do que o pedido público de emprego: ela era secretária, ralou para pagar a faculdade de Direito e formou-se advogada, mas entrou em uma derrocada que a levou às ruas e à faxina. As informações são da agência de notícias BBC Brasil e foram publicadas na sexta-feira (19) no MSN Notícias.



"Quando conto minha história às pessoas que me contratam, a frase que mais ouço é 'não acredito'", diz ela, sentada na esquina. "Ou acham que sou doida, e não existe nada pior do que ser considerada doida" - acrescenta.

Rosana se formou em Direito em 1995 na Unifieo, uma universidade particular em Osasco (SP). Pagou o curso com seu salário de secretária, com a "dureza de gente pobre", nas palavras dela. Foi aprovada no Exame de Ordem e, em seguida, conseguiu seu registro na OAB-SP com a inscrição nº 139.416.

Os primeiros passos como advogada foi em um pequeno escritório que montou com amigos da faculdade. Depois, conseguiu entrar em uma banca de colegas renomados da área de Direito bancário, no centro da cidade. Foi esse trabalho fez girar a espiral que a levou ao fracasso profissional. Diz ter, ali, sofrido assédio moral – chamavam-na de “incompetente, burra, drogada”...

Ela diz que processou os antigos patrões e que fez representações contra eles na Comissão de Ética da OAB-SP, mas “nunca consegui vencer os processos”. Costuma carregar a papelada de algumas ações em sua mochila - tem medo de que eles desapareçam.

Rosana nasceu em Itanhaém, no litoral paulista, mas foi criada por parentes, longe dos pais. Sempre viveu praticamente sozinha e só retomou contato com um dos irmãos depois que ele viu uma foto sua na internet, há pouco mais de um ano.

Ela nunca mais conseguiu um trabalho como advogada depois que saiu de seu último escritório. Acredita que foi perseguida até pela OAB-SP, onde seus patrões tinham influência, diz.



Nada que Rosana fazia dava certo - tentou dar aulas, mas também foi demitida. "Em São Paulo, o mundo do Direito é muito pequeno. Você fica conhecida como a pessoa que processou os patrões, suas chances diminuem", conta. Resolveu, então, se mudar para Florianópolis, pois não encontrou emprego nem apoio em sua família adotiva.

Não conseguiu o reingresso na advocacia. O dinheiro acabou, o aluguel acumulou e Rosana foi viver nas ruas, onde ficou por sete anos. Não paga a anuidade da OAB há dez anos, por isso está suspensa para o exercício profissional.

Começou a fazer faxinas para conseguir comer. "Não sobrou mais nada para mim porque a sociedade fechou todas as portas", diz. Viver nas ruas não é algo de que Rosana se orgulha - ela costuma dizer perdeu sua cidadania quando deixou de ter um endereço fixo. "Como conseguir um emprego se você diz que tem 54 anos e não mora em lugar nenhum? As empresas têm uma cartilha de desculpas para não te contratar."

Foi por isso que ela criou a placa com o anúncio. Com ela, elimina qualquer questionamento sobre seu histórico; assim torna-se apenas mais uma pessoa em busca de trabalho.

Ela cobra R$ 60 por sete horas de limpeza - um preço baixo no centro expandido de São Paulo. O piso mensal dos trabalhadores domésticos na cidade é de R$ 1.140 por três dias de trabalho semanais, segundo o sindicato da categoria.

Rosana precisa fazer ao menos dez  faxinas por mês para conseguir pagar o aluguel de um quartinho com cama, fogão e geladeira. Tem meses que não consegue - seu irmão costuma ajudá-la. "Eu morro de fome, mas pago o aluguel. Não volto para a rua de jeito nenhum", diz.

O maior sonho dela é voltar a trabalhar como advogada. Primeiro precisa pagar quase R$ 10 mil para reabilitar sua inscrição da Ordem paulista.

"Preciso de uma oportunidade de trabalho, apenas isso" - diz, na calçada onde segura sua placa pedindo serviços de faxina.

E arremata: “É complicado, fico pensando em leis enquanto limpo privadas".



Contraponto

Procurada pela reportagem, a OAB-SP afirmou que não comenta casos que correm em sigilo.

Leia a íntegra da reportagem em MSN.com, clicando aqui.

Fonte: Espaço Vital - www.espacovital.com.br - 22/01/2018

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