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′Damos valor exagerado ao dinheiro′, diz autor de livro sobre finanças
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′Damos valor exagerado ao dinheiro′, diz autor de livro sobre finanças

Publicado em 11/04/2016 , por FILIPE OLIVEIRA

O passado de hiperinflação deixou como herança para boa parte da população brasileira a sensação de que as coisas sempre podem piorar. Como resultado, virou imperativo começar a guardar o máximo de dinheiro possível desde a juventude.

Além disso, os traumas criados nas décadas de 1980 e 1990 levaram à preferência pelos investimentos imobiliários e pela poupança, que, no imaginário nacional, são os mais seguros.

Para Rodrigo Zeidan, professor da Fundação Dom Cabral, responsável pelo diagnóstico, o problema dessa forma de lidar com as finanças é que a acumulação virou um fim em si mesma: guarda-se durante toda a vida para juntar um patrimônio que nunca será usufruído.

E, para se chegar lá, passa-se por uma vida de privações, em que moedas são contadas.

Como alternativa, ele propõe em seu livro "Vida de Rico Sem Patrimônio" que se busque manter o mesmo padrão de gastos durante toda a vida, porém com três objetivos diferentes em cada fase:

Para ele, jovens podem fazer dívidas, principalmente aquelas que levam a uma renda maior no futuro. Entre os 35 e 45 anos, quando a renda atinge seu pico, deve-se pagar as contas do passado e começar a juntar para a aposentadoria. No final, o patrimônio deve ser gasto, de modo planejado, para que sobre o mínimo possível.

Leia abaixo trechos de entrevista que Zeidan concedeu à Folha, por e-mail.


Folha - Por que o sr. dá orientações diferentes do que a maioria dos autores de finanças pessoais brasileiros?

Rodrigo Zeidan - Autores de finanças são, em sua maioria, conservadores, assim como amaioria das pessoas. Isso significa uma aversão a risco que é passada em seus livros.

É muito difícil explicar, para quem viveu as crises brasileiras, que é possível uma visão otimista de mundo, mesmo diante de uma crise. Por isso escrevi um livro sobre isso, pois ele foge do lugar comum de que o futuro só representa ameaças.

A minha visão é racional e segue teóricos e dados sobre como as famílias evoluem ao longo do tempo. Olhei muito a minha família e a de amigos e como as pessoas são presas a dinheiro como fim em si.

Um exemplo: uma mãe de amigo meu, médica competente e com clínica bem-sucedida, ficava sempre me perguntando sobre que investimentos ela devia fazer para se precaver quanto ao futuro. Ela já tinha muito dinheiro guardado, propriedades e, além disso, não pretendia se aposentar nunca! Ou seja, tinha que pensar em usar seu dinheiro, e não acumular mais. O Brasil faz com que as pessoas queiram ser meio tio Patinhas, juntando e juntando, sem nunca usufruir.

O sr. sugere que as pessoas façam dívidas enquanto jovens. Mas a juventude não seria, em muitos casos, justamente o momento em que se pode investir em ativos mais arriscados, por se ter poucas responsabilidades?

Não há ativo melhor para se arriscar do que em si mesmo. Com certeza, quando se é jovem é hora de arriscar, mas isso não significa somente risco em ativos financeiros. Uma dívida que represente mais estudo ou mesmo mais prazer também é uma forma de se arriscar.

Por volta dos 35 anos, quando se deve chegar ao pico de renda, não é omomento em que os gastos estão mais altos (chegam os filhos, por exemplo)?Por que não considera uma temeridade começar a pagar as dívidas e a investirapenas neste momento?

Filhos não necessariamente representam custos mais altos. As dívidas que foram feitas são, em parte, para pagar um custo de vida mais elevado. Achegada dos filhos simplesmente transfere a busca de gastos individuais paracoletivos, mas não necessariamente significa que as pessoas estariamgastando mais.

No final da vida, o patrimônio acumulado deve ser gasto. Porém, com aexpectativa de vida aumentando continuamente, como saber quanto será preciso? Há alguma forma de não subestimar ou superestimar a reserva financeira que será necessária?

Essa é uma pergunta fundamental. Existem diversas formas de se calcularisso, mas é realmente delicado se planejar para a própria morte. Eurecomendo sempre uma superestimação da reserva financeira necessária, a não ser que tenhamos a vantagem do Jorge Guinle, que conseguiu viver de favornuma suíte do Copacabana Palace quando suas reservas se acabaram. Em outrassociedades, as reservas são os filhos, que deve, cuidas dos pais.

Mas o melhor mesmo é ter uma reserva própria que nos leve até os 110 anos. Achance de vivermos mais do que isso é mínima.

*O sr. afirma que dívida é bom, mas ressalta que, no Brasil, as taxas de juros são muito elevadas. Como lidar com este contexto? *

Com certeza é mais difícil fazer "boas" dívidas no Brasil. Ainda assim, existem formas de endividamento que geram muito valor, como é o caso do Fies [financiamento estudantil] Ou dívidas para se fazer um MBA (Master in Business administration) no exterior, no qual o pagamento das parcelas vai ser feito com o aumento da renda futura.

Mesmo a dívida para compra de automóveis pode ser boa, pois permite a compra de um carro melhor do que a renda presente permite, sem juros estratosféricos.

Melhor guardar e comprar a vista ou parcelar e pagar um pouco de juros?

Se o valor de uso do produto for alto, é muito melhor pagar juros.

A regra é simples: se a necessidade ou vontade de uso for muito alta hoje, o melhor é comprar parcelado. Se a necessidade for baixa ou o uso for futuro (como um carro maior para os filhos que estão porvir), então o melhor é juntar o dinheiro para se comprar a vista.

Compra de imóveis e aplicações na poupança são "paixões nacionais". O que as torna tão atraentes ao brasileiro?

Traumas, traumas e mais traumas. Fomos traumatizados por uma história recente de incompetência, inflação e instabilidade.

*É importante anotar todos os gastos em uma planilha? *

Não. Dinheiro é meio, não fim. Quando contamos cada centavo numa planilha, damos muito mais importância ao dinheiro do que ele tem.

Com um cenário macroeconômico tão incerto como o nosso, especialmente desde 2015, a bolsa não vai se tornando uma alternativa cada vez mais assustadorapara o investidor avesso ao risco brasileiro? E há perspectivas de ocomportamento da população em relação ao mercado de capitais mudar?

Com a nossa taxa de juros muito alta, a renda fixa continua sendo muito melhor do que investimentos na bolsa. Isso não deve mudar tão cedo.

RAIO-X
Rodrigo Zeidan

Idade
40

Formação
Doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Atuação
É professor de economia e finanças na Fundação Dom Cabral. Deu aulas em escolas como deu aulas em instituições como Nottingham University Business School China, Copenhagen Business School, e Ibmec/RJ

Livros
Administração Financeira de Curto Prazo (FGV) e "Vida de Rico Sem Patrimônio"

vida de rico sem patrimônio
AUTOR Rodrigo Zeidan
EDITORA Alta Books
Quanto R$ 44,90 (192 págs.)

Fonte: Folha Online - 10/04/2016

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