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A crise política pode ser mais decisiva para a moeda do que fatores econômicos
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A crise política pode ser mais decisiva para a moeda do que fatores econômicos

Publicado em 17/03/2016 , por Samy Dana

O cenário de crise econômica e política no Brasil foi significativo para pressionar a alta do dólar ao longo do último ano, mas nas últimas semanas vimos uma surpreendente reviravolta do câmbio. Apesar da ainda recente notícia do rebaixamento da nota soberana do Brasil pela agência de avaliação de risco Moody’s – a terceira a rebaixar o país para grau especulativo -, o real deu sinais de recuperação ante o dólar e chegou a fechar abaixo dos R$ 3,60 na última sexta-feira. Os últimos desdobramentos políticos foram a chave para essa reversão no movimento da moeda nos últimos dias, conforme veremos adiante.
 
Muitos agentes econômicos no Brasil não enxergam o atual governo como sendo capaz de realizar as reformas fiscais, tidas como necessárias para permitir o início de uma recuperação econômica. Neste sentido, os pedidos de impeachment ganham força, tendo em vista a possibilidade de um novo governo realizar as reformas almejadas.
 
Os agentes econômicos formam expectativas sobre como o governo deveria reagir com a política fiscal e monetária aos diferentes cenários econômicos. Quando a opinião da média dos agentes econômicos sobre qual a melhor política a ser adotada diverge daquela do governo em exercício, investimentos são interrompidos e espera-se que aconteça alguma reversão no cenário político-econômico.
 
Além disso, os últimos acontecimentos no âmbito político - como a prisão do marqueteiro João Santana e de sua esposa, o pedido de prisão preventiva para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Ministério Público de São Paulo, além de um provável acordo de delação premiada do ex-líder do governo, Delcidio Amaral -, contribuíram fortemente para que o mercado reforçasse as apostas no impeachment da atual presidente.  
 
Segundo dados do Banco Central, em fevereiro o Brasil teve a maior saída de dólares para o mês desde 1982  –  ano em que foi iniciada a série. O último dado mostrou uma saída líquida de US$ 9,294 bilhões do país.
 
Pelos princípios básicos da economia, a diminuição da oferta de dólares levaria ao seu encarecimento e, consequentemente, à desvalorização do real. No entanto, isso não ocorreu - apenas nas duas primeiras semanas de março, o dólar já apresentava uma queda de mais de 10% ante o real.
 
Em contrapartida, há também as vertentes que analisam o cenário de impeachment como sendo desfavorável, dado que este poderia se estender por um longo período, retardando ainda mais a realização de reformas.
 
Os contrários ao impeachment argumentam que a recente variação cambial se deve quase que exclusivamente à fatores políticos e que o Banco Central não considera reduzir os estoques de swaps cambiais neste momento de turbulência, sinalizando ao mercado que está atento às mudanças e disposto a intervir para manter um ambiente favorável.
 
Em 2002 tivemos outro exemplo de quando o cenário político é o fator predominante no câmbio . Diante da grande probabilidade de vitória de Lula nas eleições para a presidência da república naquele ano e a incerteza relacionada ao tipo de política que o seu governo poderia adotar, houve uma enorme fuga de capital, o que levou a valorização do dólar ante o real. O câmbio chegou a R$ 3,99  – maior cotação da história naquela época.
 
Para atualizar os valores e comparar com a cotação atual, devemos levar em conta a inflação brasileira e a norte-americana no período desde então. Se fossem atualizados com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e no CPI (Consumer Price Index, um equivalente ao IPCA americano), corresponderia hoje a aproximadamente R$ 6,87.
 
Apesar dos esforços do então candidato Lula e de sua equipe para acalmar o mercado, como as reuniões com banqueiros e grandes investidores e a publicação da Carta ao Povo Brasileiro – em que se comprometeu a não anular os contratos de dívida do país, manter o superávit fiscal e as metas de inflação -, a propaganda política suscitou incertezas que levaram à fuga de capital externo.
 
Os efeitos do cenário político na cotação do câmbio são tão notáveis agora quanto foram em 2002. Naquele ano, o que vimos foi a desvalorização do real ante o dólar. Nos últimos dias, em contrapartida, estamos vendo a recuperação da nossa moeda frente à divisa norte-americana. Às vezes a relevância dos fatos políticos para a economia é mais decisiva do que os fatos puramente econômicos.

Fonte: G1 - 16/03/2016

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